domingo, 14 de fevereiro de 2016

1 - Criados Para Amar


"Pela palavra do Senhor foram feitos os céus, e todo o exército deles pelo espírito da Sua boca. (...) Porque falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu." Salmo 33:6, 9.

Hoje celebra-se o Dia do Amor e da Amizade em diversas partes do mundo. Em geral, o dia está associado aos namorados e ao amor entre o casal, mas há algo mais do que isso. Nos textos antigos de diferentes povos sobre o tema da Criação, os deuses destroem e têm relações sexuais como parte do processo de criação dos seres humanos. Com o tempo, estes conceitos geraram uma série de práticas imorais entre os vizinhos de Israel, curiosamente associadas com o amor das divindades e com a Criação: prostituição masculina e feminina, irmandades reconhecidas de homossexuais, orgias em templos e em lugares altos, sacrifícios de animais e de homens, mutilações e ferimentos em momentos de dor e de aflição.

Por outro lado, na Bíblia Deus cria com o simples ato de falar. Não necessita de ter relações sexuais para criar. A revelação bíblica começa com um ato criador de Deus: "No princípio, criou Deus os céus e a terra" (Génesis 1:1) e termina com outro ato criador: "Eis que faço novas todas as coisas (Apocalipse 21:5). Entre estas duas declarações bíblicas, a revelação tem centenas de referências à Criação divina, tanto no Velho como no Novo Testamento, e jamais se insinua que Deus possa ter usado um processo evolutivo. O verbo hebreu bara, usado em Génesis 1:1, traduzido por "criar", tem sempre como sujeito exclusivo Deus, o que leva a que não contenha nenhum conceito supostamente mítico nem conotações paralelas a uma atividade humana. Usado principalmente no vocabulário próprio da adoração, trata-se de um termo específico para referir unicamente a ação criadora de Deus e para a distinguir, assim, de toda a obra e realização humanas. E embora só por si o verbo não designe uma creatio ex nihilo, vem a significar precisamente o que noutras mentalidades se quer assegurar por meio da expressão ex nihilo, "do nada", ou seja, a criação extraordinária, soberana, pessoal, sem esforço e completamente livre por parte de Deus.

É difícil compreender a natureza do amor humano, se não se reconhecerem as suas verdadeiras origens. Inclusivamente, o bendito dom do amor pode ser desvirtuado até às práticas imorais que nada têm a ver com os propósitos originais do Pai celestial nas questões do amor. Deste ponto de vista, o ser humano necessita de se unir com Deus para se unir efetivamente com os seus semelhantes.

Neste dia tão especial, convido-o a reconhecer que somos seres criados por Deus para amar.

Carlos Puyol Buil in Meditações Matinais, Mas há um Deus no Céu, P. SerVir, 14.02.2016. Conheça o autor em M. p. S., 26.12.2015.



(Veja mais no meu outro blog - 1R)