quarta-feira, 24 de agosto de 2016

"Então disseram os apóstolos ao Senhor: Aumenta-nos a fé. Lucas 17:5."

"Eles enfrentaram anos de prisão, isolamento e até mesmo de grande brutalidade. Mas os rostos que emergiram de 'algum lugar no Líbano' não eram bem aquilo que se esperava ver. Eles não pareciam abatidos pela longa provação pela qual passaram como reféns. Os seus largos sorrisos e riso fácil dizia algo totalmente diferente. ...
O que é que manteve Terry Anderson durante os 2455 dias de cativeiro? Ele disse que foi a Bíblia e a fotografia da filha recém-nascida, a quem nunca tinha visto. No cativeiro, ele redescobriu a sua fé.
O refém Benjamim Weir olhou à volta da sua cela, um dia, e notou 3 fios descarnados pendurados no teto. Por algumas razões, aqueles fios sugeriam os dedos de Deus estendidos num dos frescos de Miguel Ângelo, na Capela Sistina. Weir relembra: 'Aquilo tornou-se para mim uma representação da mão sustentadora e providencial de Deus.' ..." Mark Finley in Sobre a Rocha.

Estimado Amigo/a, não perca estas Conferências Públicas de 4 a 10 de OUTUBRO que lhe trarão, com toda a certeza, Pérolas Preciosas retiradas da Palavra de Deus - A ÚNICA DE CONFIANÇA E INFALÍVEL!!! Um abraço amigo, Edite Esteves.

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DIA DO ARTISTA
Diálogo com um Escultor Adventista - ALAN COLLINS


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Nos seus anos de serviço para a Igreja Adventista do Sétimo Dia, através da sua arte, o escultor britânico Alan Collins tem frequentemente se tornado um nome familiar. Ele tem se comunicado com o público, deplorando toda a forma de pretensão e modismos. Uma pessoa solitária por natureza, Alan não luta por conquistas. No entanto, ele não é nenhum asceta, pois possui uma cálida personalidade e um vivo e peculiar senso de humor.
Enquanto que relutante em avaliar-se a si mesmo, Alan espera que seu trabalho reflita "percepção, reflexão, criatividade, atenção aos detalhes e consideração pelos sentimentos das outras pessoas." Nunca um plagiador, qualquer coisa de sua criação que ele sinta ter visto em algum lugar antes, dá-lhe pouca satisfação.


- O senhor lembra-se da 1ª vez em que percebeu que podia fazer algo fora do comum com as suas mãos?
       Creio que quando ainda criança na escola primária. Eu tinha a habilidade para cortar as coisas com arte e moldá-las com uma tesoura. Uma vez o professor teve a ideia de que metades de cascas de ovos, se cuidadosamente aparadas nas beiradas, poderiam servir como interessantes abajurs de brinquedo. E parecia que eu era o único da classe que conseguia fazer isso corretamente.

- Os adultos em sua vida continuaram a encorajar os seus talentos?
       Felizmente sim. O meu professor de artes no 2º grau, por treino um ourives, deu-me uma experiência tridimensional em arte volumétrica. Um dia, na escola de artes, modelei um pássaro de barro num galho de árvore, em atitude de voo. Agradou-me ouvir um professor dizer para outro: "Há um toque artístico nesta peça." Meu professor de escultura tinha sido aluno de Henry Moore, e assim fui colocado também sob sua influência.

- Os seus pais concordaram com sua escolha profissional?
       Meu pai tentou interessar-me pela carreira bancária. Contudo, alegremente, eu ficava acordado até tarde da noite preparando desenhos dos deveres escolares, e ele podia ver facilmente meu tédio diante dos trabalhos que ele trazia do escritório e estendia sobre a mesa para atrair minha atenção. Assim ele teve suficiente visão para permitir que eu seguisse meu próprio caminho.

- Quais foram as recompensas de sua longa carreira como professor?
       Eu sempre apreciei observar os estudantes despertarem para a beleza daquilo que eles estavam criando. Saboreava o momento em que eles percebiam o prazer de modelar formas, organizar cores e descobrir a harmonia dos elementos do desenho.

- Partilhar os momentos da descoberta?
       Precisamente. Então, pode-se, também partilhar alguns aspetos da fé com algum aluno que possivelmente está enfrentando dúvidas e tentando sobreviver a um período de questionamento. Ser capaz de confirmar alguém na fé - isto é algo de que realmente sinto falta quando não estou ensinando.

- Que conselho o senhor daria a um criativo jovem adventista do sétimo dia que tenha terminado a faculdade e espera fazer carreira na arte?
       A habilidade de desenhar bem, certamente é basica para todo o trabalho de arte. Depois disto, decida em que área da arte você se ajusta melhor - artes finas, pintura, escultura, impressão, ou desenho gráfico. Depois treine mais na técnica... Os problemas relacionados com o estilo de vida geralmente não são uma questão de maior importância. O trabalho privado num estúdio isola a pessoa de muito contato com o mundo. A influência de um cristão adventista, mesmo quando ele ou ela não está envolvido/a socialmente, será sentida de igual forma através da sua arte.


- É o prazer em seu trabalho proporcional à satisfação que outras pessoas tiram dele?
       Certamente eu tenho desfrutado de algumas coisas feitas apenas para mim mesmo, e quando outras pessoas reconhecem e respondem ao meu trabalho, isso traz-me deleite. Mas o cliente deve ficar satisfeito.

- De todas as suas obras, qual a sua favorita?
       Humm... Há algumas que ainda me dão prazer quando volto a vê-las depois de anos, apesar dos efeitos do tempo e das estações.

- Onde e quando aconteceu o seu momento mais difícil?
       Em Saltdean, na costa sul da Inglaterra. Ali esculpi a figura de Santo Nicolau, santo patrono dos marinheiros. Quase dois metros de altura em baixo relevo, com uma grande quantidade de pedra a ser retirada. Trabalhando até às 10 horas da noite, a escultura ficou completa em dez dias.

- As pessoas criativas são frequentemente estereotipadas como sendo impacientes. Pensamos no artista enfurecido num acesso temperamental. Que diz?
       Isso não faz nenhum sentido. Você não joga suas ferramentas no chão e diz: "Ah, não farei mais isto. Toma muito tempo." Não, nunca! Você deve ser paciente. Mas uma certa dose de impaciência leva a perseverar na tarefa. Como um escultor frequentemente fico impaciente para ver como a ideia sairá esculpida da pedra.

- O senhor recentemente retomou à atividade independente. Foi isto amedrontador?
       Bem, sim. Foi a mudança de uma condição com renda assegurada como professor. Na Inglaterra eu abandonei dois cargos de professor. Na medida em que o caderno de encomendas ficou cheio, eu gradualmente levantei um pé da plataforma de apoio e o coloquei tentativamente no trabalho solicitado. Quando vi que isto poderia sustentar o meu peso, suspendi o outro pé. Agora tenho encomendas multiplicando-se o suficiente para retirar-me antecipadamente do ensino.

- Descreva um dia típico de seu trabalho.
       É difícil mas é muito necessário manter um estrito número de horas no estúdio. Tenho que conservar minha cabeça voltada para o trabalho, para mantê-la em movimento. Há pequenas tarefas a serem executadas, correspondência, compras de material, contabilidade pessoal, e assim por diante. Costumo ser noturno, trabalhando até tarde da noite. Meu ritmo de trabalho agora está mudado, e tiro uma pequena soneca no meio da tarde, um grande restaurador de energia.

- Quanto tempo pode tomar uma escultura de maior importância?
       De nove meses a um ano. Não tivesse tido nenhuma outra coisa para fazer, poderia ter esculpido as quatro figuras do grupo "O Bom Samaritano", na Universidade de Medicina de Loma Linda, em um ano. Provavelmente necessitarei de um ano para a peça proposta pela Universidade de Andrews e dois para o grupo "Os Atalaias", de nove figuras.


- O senhor tem algum hobby?
       Creio que não. Mas, enquanto trabalho, gosto de ouvir música clássica especialmente Mozart.

- Quando o senhor tem um feriado, o que mais provavelmente faz?
       Oh, ir a museus de arte - muitos deles. E, naturalmente, ver esculturas públicas. Tirando isso, eu sempre desfruto a vida na praia - o lugar de encontro entre a terra e o mar. Gosto de observar as formas das ondas que se quebram, o voo de pássaros... e sentir o movimento do ar.

- Por que o senhor tem tido sucesso?
       (Risadas) Porque eu sempre tentei fazer o meu melhor.

- Então, a perseverança, o senhor diria, é essencial?
       Muitos artistas têm sido de tal modo persistentes a ponto de serem um pouco malucos. Mas não se deve exagerar. Ao contrário, demonstre entusiasmo pelo seu trabalho e o desejo de ajustar-se às necessidades do cliente. O princípio bíblico do desenvolvimento dos talentos aplica-se aqui. Nunca devolva a Deus o seu talento não utilizado. Mesmo em tempos difíceis, há trabalho para quem pratica a diligência.

- O senhor frequentemente colabora com outros artistas?
       Sim, tenho sempre feito isso com prazer. Discordo de artistas que pensam que o trabalho deles está no centro do universo, e que a opinião de qualquer outra pessoa deve ser desprezada. A oportunidade vem com a pergunta: "Você estaria disposto a colaborar com outro grupo de artistas, com um músico, ou um poeta?" Ascetismo pode ser perigoso.

- Como o senhor se relaciona com o fracasso, o momento em que percebe que sua obra não saiu como havia sido idealizada?
       Bem, uma ocasião fui levado a uma mal sucedida técnica com uso de bronze, a qual abandonei. Uma outra vez a madeira vermelha que utilizava partiu-se e tive que desistir.

- Depois de um episódio assim, como o senhor se cura emocionalmente?
       Realmente tenho dificuldade em aceitar o fracasso em mim. É a analogia a uma corrente, eu imagino. Quando alguém demonstra um elo fraco, é sempre um pouco embaraçoso.

- O senhor é um perfecionista?
       Oh, sim, certamente. Gostaria de ser mais espontâneo. Gostaria às vezes de afastar-me de algo sem desejar voltar, observar outra vez sem desejar revisar e remodelar. Contudo, gasto muito tempo em cada trabalho para torná-lo realmente compensador. Sempre desejo gastar muito tempo em cada peça - voltar na manhã seguinte, e ter uma nova visão dela.

- Em que ponto a arte e a fé se convergem?
       Humm... há arte sem fé. E há muita fé que não reconhece a arte. Nem todo o produto de um artista crente, contudo, necessita de ser acerca de doutrina. Simplesmente sendo criterioso em sua obra, você pode adaptar a ela o seu senso artístico e habilidade. E além disso, fé em Deus e em Sua criatividade significa que o próprio artista deve ser um inovador, não um plagiador.

- Quais têm sido as coisas mais importantes em sua vida de artista cristão? Além de pedras esculpidas ou de uma figura em bronze, qual será o seu legado?
       Espero que haja um senso de bondade acerca de minha obra - a forma adequada ao seu contexto. E então desejo que aqueles para quem fiz tal trabalho o aceitem e desfrutem-no.


O CURRÍCULO DE ALAN COLLINS

Nascimento: Nasceu em 15 de agosto de 1928, filho de William Robert Collins, funcionário bancário e sua esposa, Edith, em Beddington, Surrey, Inglaterra.
Educação: Wimbledon College of Art, seguido por um período de três anos no Royal College of Art (Londres). Graduou-se em 1951.
Serviço Militar: Serviu em tempo de paz ao Exército Britânico, de 1946-1948.
Igreja: Cresceu como um cristão anglicano; tornou-se adventista do sétimo dia em 1947. Seus familiares foram membros da Igreja Adventista de Croydon, Surrey, Inglaterra.
Família: Casou-se com Jeanne Fuegi em 1954. Dois filhos: Marianne (1955) e Mark (1964). Tendo ficado viúvo, casou-se com Aliki Snow (1993), e agora reside em Salinas, Califórnia, E.U.A.
Filiações e honras: Eleito associado (1958) e depois membro da Royal Society of British Sculptors (1962).
Medalha de escultura Sir Otto Beitz (1964). Doutor honorário em Fine Arts, Andrews University (1988).
Membro: The International Sculpture Center, Washington, D.C.; Golden State Sculptor's Association.

Carreira Profissional:
Ensino:
-Inglaterra: Hertfordshire College of Art (1951-1958); Berkshire College of Art (1951-1959)
-Estados Unidos: Atlantic Union College (1968-1971); Andrews University (1971-1978); Loma Linda University (1978-1989)
Trabalho Independente: (1989 até o presente)
Apresentações em galerias através de Zantman Art Galleries, Carmel e Palm Desert, Califórnia, E.U.A.
Endereço do Artista: 17577 River Run Road; Salinas, CA 93908-1413, E.U.A.

ENTREVISTA POR Dorothy Minchin-Comm
Dorothy Michin-Comm (Ph.D., Universidade de Alberta) ensinou composição criativa e literatura inglesa na Jamaica, Canadá e Filipinas; desde 1970 leciona em La Sierra University, na Califórnia, E.U.A. Ela já publicou dez livros e numerosos artigos.

Texto da Revista Diálogo Universitário, Volume 5: nº2, 1993.