quarta-feira, 2 de setembro de 2015


"Apesar dos Dias Cinzentos NÃO Podemos Perder
a Capacidade de Rir."

"RIr é O MeLhoR ReMédIo."


     

ENCHA DE RISO A SUA RECEITA

      Imagine telefonar ao seu médico e ouvi-lo dizer: "Veja umas comédias no seu vídeo e telefone-me amanhã." Esta receita não é assim tão disparatada. Na verdade, está baseada nos mais diversos estudos médicos e até num texto do sábio Salomão que diz: "O coração alegre serve de remédio, mas o espírito abatido virá a secar os ossos."
      Há alguns anos, o Dr. Lee Berk e outro investigador, o Dr. Stanley Tan, da Universidade de Loma Linda, nos Estados Unidos da América, estudaram o efeito do riso sobre o sistema imunitário. Os resultados foram publicados no número de Setembro/Outubro de 1996 da edição Humor & Health Journal. Os investigadores descobriram que o riso baixa a tensão arterial, reduz as hormonas do stresse, aumenta a flexibilidade muscular. E aumenta as funções imunitárias ao elevar os níveis das células T que lutam contra a infeção, das proteínas Gamma-interferons, que lutam contra a doença, e das células B, que produzem os anticorpos que destroem a doença. Eles relataram que o riso também despoleta a libertação de endorfinas, os analgésicos naturais do organismo, e produzem um sentimento de bem-estar geral.
      Não é, portanto, surpreendente que, uma vez que o riso é tão eficaz na convalescença de doenças, muitos hospitais têm salas onde passam vídeos de comédias, e contam com a participação de palhaços para alegrar os seus pacientes, especialmente na ala pediátrica.
O riso é, não só benéfico para a saúde individual, mas tem também um efeito positivo em toda a família. Quando rimos juntos, formamos um elo de ligação. A alegria partilhada encoraja a compreensão, facilita a comunicação e constrói um espírito de harmonia.
      Em famílias com crianças pequenas, o humor pode aliviar o que, de outra forma, poderia ser um assunto emocionalmente pesado, incentivando medidas disciplinares equilibradas. Onde existe humor, existe, normalmente, um espírito de cooperação.
      Aqui estão outros argumentos para um caso de gargalhadas. O riso une as pessoas, aumenta o nosso nível de energia, capacita-nos a recordar melhor as coisas, ajuda-nos a resolver problemas e a lutar contra o stresse.
      O riso até é um bom exercício. Alguém um dia descreveu-o como "levar o nosso interior a uma corrida". Dar 100 boas gargalhadas equivale a passar 10 minutos numa máquina de remo, ou 15 minutos numa bicicleta estática.
      Há alguns anos, o autor e editor Norman Cousins usou as emoções positivas da fé, esperança, riso e alegria para contrariar os efeitos de um estilo de vida stressante que, acreditava, lhe tinham causado uma doença. Decidiu tratar a sua doença vendo comédias várias vezes ao dia - criando, assim, amplas oportunidades para rir. A sua ideia funcionou tão bem que ele recuperou completamente de Espondilartrite Anquilosante (até o nome da doença soa doloroso!).
      A sua experiência causou a curiosidade da comunidade médica, e foi convidado a dar aulas no Centro Médico da USCL. Mais tarde, coordenou os esforços de investigação de cientistas em todos os Estados Unidos da América. Um resumo das suas conclusões foi publicado no livro Head First: The Biology of Hope and the Healing Power of the Human Spirit.
      Já alguma vez observou as crianças a brincar e reparou como elas se riem? Há estudos que revelam que as crianças se riem cerca de 300-400 vezes por dia, enquanto os adultos só o fazem cerca de 15 vezes no mesmo espaço de tempo.
      Uma vez visitei um campo de refugiados de uma área devastada pela guerra e fiquei horrorizado pela expressão vazia e sem esperança dos rostos, inclusive os das crianças e jovens. À medida que a tão necessitada ajuda era distribuída, foram as crianças as primeiras a rir e a brincar. Talvez nós, mais velhos, nos tomamos demasiado a sério. Não estou a sugerir que comecemos a rir 400 vezes por dia, mas penso que muitos de nós poderíamos fazer melhor do que fazemos. Na realidade, a espécie de humor mais saudável É QUANDO NOS RIMOS DE NÓS PRÓPRIOS. Se for como eu, dará a si próprio muitos motivos para se rir.
      Conta-se a história de um homem que estava a sentir-se deprimido. De repente, ouviu uma voz que lhe disse: "Anime-se, as coisas poderiam ser piores." O homem animou-se e, sem dúvida nenhuma, as coisas pioraram!
      É provável que a experiência nos mostre exactamente o contrário. Embora as circunstâncias não sejam as que gostaríamos que fossem, cultivar a capacidade de ver as coisas pelo lado mais positivo irá, certamente, melhorar a nossa saúde física, emocional e espiritual. Muitos de nós sentir-nos-íamos muito melhor se nos animássemos e ríssemos.
      Porque não deixar que estes poderes curadores, postos à nossa disposição, melhorem a nossa saúde e felicidade? O riso é contagioso. Seja um portador e contagie!


Richard O'Ffill, Psicólogo, Pastor e Escritor in Saúde e Lar, Maio 2008.

     

"SEGUIREMOS"


BARAFUNDA's Park

          Quem tem a coragem de utilizar o parque de estacionamento do Hospital onde se situa o S4, fá-lo à sua conta e risco, e pode orgulhar-se de uma qualidade de vida invejável.
          Ao chegar, o utente do parque tem o duvidoso prazer de esperar em fila cerca de uma hora. Conversa nervosamente com os seus colegas de infortúnio, a olhar constantemente para o relógio, sabendo que já estão vinte pessoas à sua espera no serviço. O mais afoito toma uma bica à pressa no café da esquina, sempre de sobreaviso a controlar o avanço da fila; além disso, tem de se precaver contra algum malandreco a tentar furar a fila, bem como estar atento à aproximação de algum polícia que decerto o irá chatear para ir estacionar noutro lugar.
          Um ou outro, menos paciente, vai de facto estacionar nas imediações: Erro! dado que, para além de ganhar gratuitamente uma úlcera a calcular ao longo do dia o tempo que lhe resta no parquímetro, frequentemente descobre o seu carro não no sítio onde o deixou, mas sim no depósito de carros da polícia, situado a 10 km de distância.
          Voltando ao nosso camarada da fila, ele lá consegue, finalmente, entrar no parque. Como de costume, o único lugar vago é aquele em baixo da palmeira, que, misteriosamente, foi o único naquela zona que não foi atribuído aos Directores de Serviço... Mas o nosso utente sabe porquê: Sabe perfeitamente que ao fim do dia, ao anoitecer, terá o seu querido Porche profusamente decorado com produtos excrementícios de aves das famílias dos columbídeos e dos fringilídeos, que abundam nos coqueiros e nos telhados do hospital; estes excrementos, deixem-me dizê-lo, custam mesmo muito a retirar da capota.
          Mas continuando, deixa o seu carro a travar a saída a mais três, confia a chave ao porteiro para a eventualidade de algum dos travados querer sair, e, no fim, lá vai experimentar o prazer supremo de chegar atrasado uma hora ao serviço, onde os olhares de soslaio e os comentários sarcásticos em surdina do pessoal o esperam.
          Entretanto, o seu precioso carro vai ficar sujeito a toda uma série de acidentes. Já não falamos nos comezinhos, do dia-a-dia: Patadas oleosas de gatos, poeira densa proveniente de intermináveis obras, sementes a cobrirem totalmente o veículo, graffitti, notas de papel com recados ou comentários pouco recomendáveis, de tudo um pouco. Os riscos e amolgadelas são também frequentes, tão frequentes que as pessoas só se limitam a um simples encolher de ombros ao depararem com algum. Aliás, existe uma raça especial de utentes do Barafunda's Park que nem deveriam guiar um carrinho de mão: Alguns conseguem a proeza incrível de demorar mais de uma hora a andar 1 (Um!) metro em marcha-atrás.
          No entanto, acontecem acidentes mais graves: Retrovisores misteriosamente arrancados, pára-choques a olhar nostalgicamente para o céu (ou mais prosaicamente, para o chão); portas totalmente dentro das cabines; chega a haver extremos de carros quase totalmente destruídos, como no caso em que um contentor de entulho resolveu fazer uma viagem sozinho, abalroando no caminho alguns veículos; ou noutro, quando um camião destravado realizou idêntica proeza.
          Como exemplo extremo do Barafunda's, não se podia deixar de mencionar a experiência do chefe Marthin's, pessoa respeitabilíssima no hospital, e um dos enfermeiros-chefes mais ocupados, num sector muito difícil. Tinha acabado de entrar no hospital, antes das 7 horas, descansado da vida (ele é daqueles que chega mais cedo para escapar ao inferno dantesco das horas seguintes), quando vê crescer em sua direcção... não, não um gato, nem uma pessoa, nem tão pouco um carro; era sim, um gigantesco camião do lixo, que corria veloz no meio do Barafunda's em sua direcção. Num reflexo, encolheu-se, encomendou a alma ao Criador*, e esperou pelo inevitável. Um barulho ensurdecedor, um estremeção violento, e foi tudo. Olhou para trás, e viu o camião prosseguir a sua marcha, levando consigo o pára-choques do seu carro! Felizmente que o porteiro tinha presenciado a cena, e fechou o portão, impossibilitando a saída do veículo. O motorista, com ar de já ter bebido uns copitos, saiu do camião e começou a barafustar.
          Não entrando em pormenores, bastar-nos-á dizer que este acidente fez com que o chefe Marthin's, que, como já afirmámos, é um elemento importante num sector do hospital, roubasse a este último um dia completo de trabalho, ao ter de chamar a polícia para o auto do acidente, telefonar para a câmara municipal, contactar com o depósito de material da câmara, preencher os papéis do seguro, deslocar-se à sua seguradora e à da câmara para comunicar o ocorrido, levar o carro à garagem e discutir o orçamento com o mecânico.
          Ainda bem que certos membros da administração não ouviram falar nisto, senão decerto iriam descontar-lhe o ordenado desse dia; é que eles já tinham previamente anunciado que não se responsabilizariam por quaisquer acidentes que ocorressem no Barafunda's Park...

Última Hora: Soube-se por fonte autorizada que o Barafunda's vai encerrar durante um dia, para permitir o estacionamento a uma centena de VIP's que vem inaugurar uma nova unidade de cuidados intensivos. Os utentes não podem assim estacionar no local habitual, mas fazem encarecidos votos que todos os columbídeos e fringilídeos das vizinhanças tenham uma gastroenterite das grandes!!!


Dr. Luís Miranda in Revista da Ordem dos Médicos, Junho 2004.
*(ideia vulgar mas sem fundamento bíblico - EE)