domingo, 29 de março de 2015


VOCÊ ME AMA?

A Pergunta que Todos Precisamos de Responder

     Como pastor, certa vez me envolvi numa discussão acalorada numa comissão de igreja.
     Quase todos os membros da comissão estavam agitados e com o tom de voz alterado. Um homem, porém, estava sentado e quieto, não se envolvendo no assunto em debate. Virei-me para ele e perguntei:
     - Por que você está tão quieto? Gostaríamos de ouvir a sua opinião sobre o problema.
     - Bem – replicou ele -, o silêncio também pode ser uma forma de expressar a opinião.
     Isso é verdade? O silêncio pode ser, às vezes, uma forma de expressão?
     Quando leio a história do encontro de Jesus com os Seus discípulos após a ressurreição, fico perplexo com o fato de que Ele falou tão pouco.
     Quando garoto, costumava ouvir histórias bíblicas na igreja e lembro-me de ter pensado: Por que Jesus não fez belos discursos após a Sua ressurreição? E por que ninguém Lhe perguntou sobre o Céu? Ou sobre como exactamente ocorreu a ressurreição?
     Se eu me interessei por esses detalhes, certamente os discípulos devem ter se interessado muito mais. Mas não os encontramos fazendo esse tipo de perguntas. Das poucas palavras ditas na ocasião, Jesus falou a maior parte. Mas até o que Ele disse é bastante escasso.

Momentos de Silêncio

     Em João 21, lemos sobre um encontro ocorrido no mar da Galileia. Os discípulos, tremendo pelo frio da noite, cansados e desanimados, perceberam que Jesus estava de pé na praia e imediatamente se aproximaram d'Ele.
     "Tragam alguns dos peixes que acabaram de pescar", disse Jesus (versículo 10). Mas "nenhum dos discípulos tinha coragem de Lhe perguntar: ‘Quem és Tu?’ Sabiam que era o Senhor" (versículo 12).
     Será que, se estivéssemos ali com Jesus, ficaríamos em silêncio como os discípulos? Tenho a impressão de que estamos mais acostumados a falar do que a ficar em silêncio. É muito mais fácil fazer alguma coisa ou falar algo do que simplesmente passar um tempo em silêncio com Jesus.
     
Aquele encontro na praia foi tão estranho! Os discípulos correram até Jesus, aqueceram-se ao fogo e... ficaram em silêncio! Já era suficiente estar com Jesus. Ninguém disse nada.
     Aconteceu o mesmo no Monte da Transfiguração; ninguém perguntou nada. Nem mesmo algo sobre Moisés ou Elias. Todos estavam em silêncio, simplesmente desfrutando seu tempo com Jesus. "Senhor, é bom estarmos aqui", disse Pedro na ocasião (Mateus 17:4). Parecia que aqueles momentos eram muito mais importantes do que qualquer pergunta, qualquer necessidade de falar. Era como se o que estavam experimentando não pudesse ser expresso em palavras. Só o fato de estar com Jesus já era a resposta para tudo.
     Não é isso que acontece com as pessoas que se amam? Não é o silêncio, às vezes, o segredo do amor de um casal? Como pastor, parte de meu trabalho consiste em utilizar palavras - pregar, dar estudos bíblicos, aconselhar. No seminário teológico, aprendemos sobre oratória. Entretanto, ninguém me ensinou a ficar em silêncio.
     Alguma vez você já tentou ficar a sós com Jesus e permanecer em silêncio desfrutando da calma de Sua presença? Apenas sentindo que é amado, que Ele está ao seu lado e que sabe tudo sobre você? Sem necessidade de argumentos, sem necessidade de dizer coisa alguma. Naquela hora, você não teve a sensação de que as palavras serviriam apenas para acabar com o momento?
     Se nosso relacionamento com Deus não inclui essa dimensão íntima, algo está faltando. Eu adoraria passar uma manhã com Jesus como aquela descrita por João. Para sentir a quietude de Sua presença, quando o silêncio fala mais alto do que as palavras mais eloquentes. Já é tempo de introduzir essa dimensão íntima em nosso relacionamento com Deus, para que nossas orações, nossos sermões, todo o nosso ministério sejam um genuíno e vivo encontro com Cristo.

Tempo para as Palavras

     O desjejum daquela manhã, entretanto, não terminou em silêncio. No meio do silêncio, Jesus faz uma pergunta: "Você Me ama?" (João 21:15).
     Ele fez a pergunta a Pedro, mas o eco chega até mim...: "Você Me ama?" O coração de Pedro pára de bater! Ele esperava qualquer coisa, menos uma pergunta tão íntima e perturbadora. Jesus pergunta: "Você Me ama?" A resposta a essa pergunta é o pré-requisito mais importante do nosso ministério e o pré-requisito mais importante do cristianismo.
     Por quê?
     Jesus perguntou a Pedro: "Você Me ama?" Apenas quando Ele Se convence do amor de Pedro é que o comissiona para o ministério: "Cuide dos Meus cordeiros" (versículo 15).
     A sequência das falas de Jesus é crucial. Se você não ama, então não pode servir. Se você serve sem amar, você pode satisfazer suas ambições pessoais, talvez seu desejo de poder, mas não estará cumprindo a missão dada por Cristo. Muitas vezes, ao longo da história, ministros sem amor praticaram "santificadas" formas de opressão e tirania.
     Hoje, somos simbolicamente convidados por Jesus a nos unir a Ele na praia do mar da Galileia. Ele preparou peixe e pão para nós, e nos convida para um momento de quietude com Ele. "'Venham comer'. E nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar-Lhe: 'Quem és Tu?' porque sabiam muito bem que era o Senhor" (versículo 12).
     Nós também sabemos que Jesus é o Senhor, caso contrário não diríamos que somos cristãos. Isso, porém, não é suficiente. Jesus faz mais uma pergunta: "Mikulas Pavlik, você Me ama?"
     Essa é uma pergunta tão embaraçosa, tão vergonhosa! Eu, tanto quanto Pedro, teria preferido que Jesus dissesse: "Mikulas Pavlik, você frequenta a igreja? Quantas pessoas você já levou ao batismo? Quantos cargos você possui na igreja?" Eu desejaria mostrar para Jesus o meu relatório de trabalho. Às vezes, sou muito bom nas coisas que podem ser mensuradas. Gostaria antes de dizer a Ele tudo o que realizei.
     Mas parece que Jesus não me ouve. "Não é isso que estou perguntando. Estou fazendo outra pergunta: Você Me ama?"
     "Senhor, sou um pastor, editor-chefe, diretor de departamento, presidente da União, secretário da Divisão, diretor do seminário teológico, realizo campanhas evangelísticas de sucesso, trabalho com os jovens, planto novas igrejas..."
     "Fico feliz com isso, mas não é isso que desejo saber. Minha pergunta é: Você Me ama?"

A Pergunta que me Mantém Acordado

     Será que amo a Jesus? Sou despertado todas as noites por essa pergunta. Às vezes, não tenho coragem de dizer "Sim".
Sinto-me como Pedro. Fico sem palavras. Entendo que essa pergunta é muito séria, muito importante para ser respondida despreocupadamente, de modo improvisado.
     Como posso amar a Deus? Desde criança, fui ensinado a obedecer a Deus, a respeitá-Lo, a temê-Lo. Mas, e a amá-Lo?
Poucas pessoas me ensinaram sobre isso.
     Jesus, porém, persiste fazendo essa pergunta, repetidamente: "Você Me ama?" Para mim, não é fácil respondê-la, assim como não foi fácil para Pedro. E, se eu não tivesse a certeza de que Jesus me ama, de que Ele me amou primeiro, nunca poderia dizer:

"SIM, SENHOR, TU SABES QUE TE AMO."

(E como Pedro se deve ter sentido aliviado quando Jesus lhe deu uma atenção especial, depois da grande traição que ele cometeu em relação a Ele na altura da crucificação! Mas Jesus levantou-o, e pô-lo ao mesmo nível dos outros discípulos. Ufa! Ele bem sabia que já não era digno de confiança. Só um grande Mestre e Pai bondoso faria isso... É a Psicologia exemplar de Jesus Cristo. O Mestre dos mestres! E.E.)


EM BUSCA DA FELICIDADE
O Antídoto Para a Solidão
Alguma vez você já se deparou com uma encruzilhada na vida e perguntou como poderia ser feliz? Com muita frequência, aquilo que achamos que é capaz de nos tornar felizes não tem poder para isso, e vivemos numa busca sem fim por algo que nunca conseguimos encontrar. Será que a felicidade prometida realmente aparece no final? Você está casado há sete, dez, vinte anos e, em certo momento, olha ao redor, vê o cônjuge, os filhos e tudo o que obteve... e ainda se sente sozinho?
Seus melhores amigos lhe oferecem uma festa. Todos estão felizes por você. Todos o cumprimentam. Mas, numa fração de segundo, você se encosta à parede, olha ao redor e descobre que, a despeito dos bons amigos e de toda a sorte que eles lhe desejam, você ainda está sozinho.
A solidão é o principal fator que nos leva a buscar a felicidade. A solidão, a ausência de uma relação humana significativa, elimina de nossa vida a alegria e o senso de propósito.
Como cristãos, nada disso deveria nos surpreender, uma vez que Jesus e os apóstolos tinham muito a dizer sobre o assunto. Eles indicaram claramente o caminho da felicidade, que não pode ser encontrado por meio de relacionamentos humanos perfeitos, posses materiais ou circunstâncias utópicas. Se a prioridade de uma pessoa é posse material, ela provavelmente vai descobrir que o medo e a ganância estão tomando conta de sua vida. Ao buscar a verdadeira felicidade, não precisamos abandonar todos os bens deste mundo, apenas definir quais são as prioridades em nossa vida.
Uma das consequências da verdadeira religião é que somos resgatados da solidão. Mas isso não acontece quando, ao orarmos, Deus envia o homem ou a mulher dos nossos sonhos, mas sim porque Ele nos ensina a ver os semelhantes como a nós mesmos, ter consciência de sua humanidade, seus medos e sentimentos, em vez de considerar apenas nossos interesses.
Com a verdadeira religião, não aprendemos como obter amigos, mas como ser um amigo. Passamos a aliviar a solidão de outros. Aprendemos a ouvir os problemas dos outros, em vez de exigir que eles ouçam os nossos.
Para a alma solitária, a religião oferece uma comunidade. Nosso lugar de culto nos oferece refúgio, um oásis de cuidado e consideração em meio a um mundo hostil e competitivo. No mundo do Mestre, devemos buscar "em primeiro lugar o Reino de Deus e a Sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas" (Mateus 6:33, NVI).
A felicidade é espiritual, nasce da Verdade e do Amor. Ela é desinteressada; portanto, não pode existir sozinha, mas requer que seja compartilhada com toda a raça humana.
Esse tipo de felicidade não é superficial. Ela brota do mais profundo de nosso ser, trazendo uma serenidade indescritível.
-ISRAEL RAFALOVICH, Bruxelas, Bélgica




Textos da Revista Adventist World, Julho 2010 - http://pt.adventistworld.org/

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Agora, voltando a uma importante passagem no final do 1º texto:

"Jesus, porém, persiste fazendo essa pergunta, repetidamente: 'Você Me ama?' Para mim, não é fácil respondê-la, assim como não foi fácil para Pedro. E, se eu não tivesse a certeza de que Jesus me ama, de que Ele me amou primeiro, nunca poderia dizer:"
SIM, SENHOR, TU SABES QUE TE AMO:
Edite Esteves, marido, filha, nora, filho, netas, netos, ... TODO AQUELE QUE QUISER...

JESUS TEM OS SEUS BRAÇOS (BEM) ABERTOS!


quinta-feira, 19 de março de 2015


Bons Conselhos Para o Dia do Pai
e
Todos os Dias


Ensina  ao  Menino  o  Caminho  Que  Deve  Seguir,  e  Assim,  Mesmo  Quando  For  Velho,  Não  Se  Afastará  Dele. Provérbios 22:6

JAMES COOK

Querido amigo! Peço a Deus que tudo te corra bem e que estejas de saúde.
III João 2


O tenente James Cook abriu uma pequena caixa preta que continha as instruções do Almirantado Britânico, e leu-as em silêncio.
- Hum! Pretensão exagerada, eu diria! - disse por fim. "Você deve levar três astrónomos da Sociedade Real para o Taiti, a fim de observar a passagem de Vénus entre a Terra e o Sol, que deverá ocorrer a 3 de junho de 1769. Enquanto estiver ali, você deve fazer amizade com os nativos, traçar mapas e fazer descrições das ilhas", diziam as instruções.
- Essa parte deverá ser fácil - comentou Cook, que recentemente havia inspecionado o São Lourenço e feito o mapa da Terra-Nova.
"Depois que os cientistas tiverem terminado no Taiti, você deve abrir o conjunto de instruções seladas, que se encontra na caixa preta. Toda vez que vocês se perderem, devem cuidar da saúde da tripulação e manter o navio em segurança."
- Esta parte vai ser difícil - Cook balançou a cabeça.

Além de onze passageiros, havia-lhe sido confiada uma tripulação de 83 pessoas, o dobro do número necessário para cuidar de um navio do tamanho do Endeavour (Diligência). Naqueles dias, esperava-se que mais da metade da tripulação morresse de escorbuto ou outros perigos da viagem.
- Haverá normas rigorosas de saúde neste navio! - disse Cook à tripulação reunida. - O navio deve ser mantido completamente limpo e bem arejado. Todos devem tomar bastante água. Devem comer frutas frescas ou verduras todos os dias. Vocês irão receber todos os dias doses de suco de limão para evitar o escorbuto. Temos a bordo uma cabra para nos suprir de leite fresco diariamente.
Como resultado das normas de saúde de Cook, 56 dos 95 homens voltaram para casa sem problema. Sua viagem de três anos os fez dar a volta ao mundo; eles exploraram o Taiti, a Nova Zelândia e a Austrália.


Compare isso com a viagem de Fernão de Magalhães:
Ele partiu com cinco navios e 277 homens. Apenas um navio, com 18 homens, retornou à Espanha. A proporção dos sobreviventes foi de seis homens para cada cem. Na expedição de Cook, 60 por cento sobreviveram, uma proporção dez vezes mais elevada.
Deus quer que todos nós sejamos sadios e felizes. Por isso Ele nos dá leis de saúde. Quando transgredimos essas leis, certamente sofremos.
Você pode citar algumas das Leis de Saúde de Deus?


WILLIAM BAFFIN

Há caminhos que ao homem parecem retos, mas que, no fim, conduzem à morte.
Provérbios 14:12


Um vento persistente balançava a Discovery em direção ao norte, ao longo da costa ocidental da Groenlândia, até que ela atingiu o ponto no qual Davis havia encontrado o bloco de gelo. De novo, massas de gelo flutuante bloqueavam o caminho.
- Arriem as velas - ordenou o comandante William Baffin.
- Mas, senhor - protestou o jovem marinheiro - por que não deixar as velas içadas? O vento é forte. Por meio dele poderíamos abrir nosso caminho!
- É aí que você se engana - respondeu Baffin. - Esses icebergs (blocos de gelo) são muito maiores do que a parte que vemos. Apenas um oitavo do gelo está acima da água. São os sete oitavos que estão em baixo da água que devem preocupar-nos. Se atingirmos um destes enormes pedaços de gelo, nosso navio se tornará em gravetos. Não há nenhuma forma do nosso pequeno barco poder empurrar esse gelo para o lado.
- Homem! Eu não tinha ideia de que eles fossem tão gigantescos - disse o jovem marinheiro. - Estou disposto a esperar.

Depois de várias semanas, o bloco de gelo se dissolveu, e foi possível à Discovery abrir caminho por entre os blocos de gelo por mais trezentas milhas em vez de ter que voltar.

O pecado se parece um pouco com um iceberg. O demónio nos permite ver apenas uma pequena porção dele, a parte que parece boa. Ele mantém ocultos os maus efeitos. Tarde demais, jovens confiantes descobrem que sua vida naufragou e sua felicidade desapareceu.
- O álcool é um dos icebergs de Satanás. Ele lhe permite ver os grupos felizes onde todos bebem. Não lhe diz quão doente você se sentirá depois. Não lhe mostra os alcoólatras, os lares desfeitos e os acidentes de automóvel.
- As drogas constituem outro iceberg. Ele permite que você veja aquela sensação de euforia ("alto", na linguagem dos toxicómanos) que os outros sentem por usar drogas. Mostra-lhe como é bom esquecer seus problemas. Só depois lhe será possível descobrir os sete oitavos do iceberg que podem arruinar-lhe a vida.
- Jogos de azar, apostas em corridas de cavalo, lotarias são alguns dos outros icebergs que parecem inofensivos.
Esteja atento aos icebergs de Satanás hoje. Se vir que algum deles está vindo em sua direção, lembre-se de quão traiçoeiros eles são. Siga outro caminho!

UMA HISTÓRIA VERDADEIRA!!!

A ESTRANHA

Alguns anos depois que nasci, meu pai conheceu uma estranha, recém-chegada à nossa pequena cidade.
Desde o princípio, meu pai ficou fascinado com esta encantadora personagem e, em seguida, a convidou a viver com nossa família.
A estranha aceitou e, desde então, tem estado connosco.
Enquanto eu crescia, nunca perguntei sobre seu lugar em minha família; na minha mente jovem já tinha um lugar muito especial.

Meus pais eram instrutores complementares. Minha mãe me ensinou o que era bom e o que era mau, e meu pai me ensinou a obedecer.
Mas a estranha era nossa narradora.
Mantinha-nos enfeitiçados por horas com aventuras, mistérios e comédias.
Ela sempre tinha respostas para qualquer coisa que quiséssemos saber de política, história ou ciência.
Conhecia tudo do passado, do presente e até podia predizer o futuro!
Levou minha família ao primeiro jogo de futebol.
Fazia-me rir, e me fazia chorar.

A estranha nunca parava de falar, mas o meu pai não se importava.
Às vezes, minha mãe se levantava cedo e calada, enquanto o resto de nós ficava escutando o que ela tinha que dizer, mas só ela ia à cozinha para ter paz e tranquilidade.
(Agora me pergunto se ela teria rezado alguma vez para que a estranha fosse embora).
Meu pai dirigia nosso lar com certas convicções morais, mas a estranha nunca se sentia obrigada a honrá-las. As blasfémias, os palavrões, por exemplo, não eram permitidos em nossa casa... nem pela nossa parte, nem de nossos amigos ou de qualquer um que nos visitasse.

Entretanto, nossa visitante de longo prazo usava sem problemas sua linguagem inapropriada que às vezes queimava meus ouvidos e que fazia meu pai se retorcer e minha mãe se ruborizar.
Meu pai nunca nos deu permissão para tomar álcool. Mas a estranha nos animou a tentá-lo e a fazê-lo regularmente.
Fez com que o cigarro parecesse fresco e inofensivo, e que os charutos e os cachimbos fossem distinguidos.
Falava livremente (talvez demasiado) sobre sexo. Seus comentários eram às vezes evidentes, outras sugestivos, e geralmente vergonhosos.

Agora sei que meus conceitos sobre relações foram influenciados fortemente durante minha adolescência pela estranha.
Repetidas vezes a criticaram, mas ela nunca fez caso dos valores de meus pais, mesmo assim, permaneceu em nosso lar!
Passaram-se mais de cinquenta anos desde que a estranha veio para nossa família. Desde então mudou muito; já não é tão fascinante como era no princípio.
Não obstante, se hoje você pudesse entrar na guarida de meus pais, ainda a encontraria sentada em seu canto, esperando que alguém quisesse escutar suas conversas ou dedicar seu tempo livre a fazer-lhe companhia...
Seu nome? Ah, seu nome...

Chamamos-lhe de TELEVISÃO!

É isso mesmo; a intrusa se chama TELEVISÃO!
E agora ela tem um marido que se chama Computador, um filho que se chama Telemóvel e um neto de nome Tablet.
A estranha agora tem uma família. E a nossa será que ainda existe?...

Autor Desconhecido



        
CABEZA DE VACA

        Vocês são todos irmãos. Mateus 23:8.

        Quatro homens descalços e pálidos andavam cambaleantes pela costa do Texas. Cabeza de Vaca, André Dorantes, Castelo e Estêvão eram os únicos sobreviventes de uma expedição de seiscentos homens que haviam saído seis meses antes para explorar o Novo Mundo.
        - Não consigo ir a mais nenhum lugar - disse Dorantes ao cair ao chão e encostar a cabeça num tronco de árvore.
        Castelo sentou-se junto dele e esfregou-lhe os pés inchados.
        - Temos que continuar nos movimentando, de contrário morreremos de frio - advertiu Cabeza de Vaca. Como ninguém se movimentou, ele também se assentou ao lado do tronco. Com um suspiro, Estêvão se juntou a eles.
        Em alvoroço, um grupo de nativos que estava voltando de uma caçada encontrou os quatro desventurados homens unidos uns aos outros em busca de calor. Sua magreza e olhos fundos faziam com que eles se parecessem mais mortos do que vivos.
        "Então aconteceu a coisa mais estranha", escreveu mais tarde Cabeza de Vaca. "Vendo nossa miséria, os nativos assentaram-se ao nosso lado e choraram. Eles se dedicaram a uma demorada lamentação por causa do nosso sofrimento. Ouvindo-os, senti mais nossa calamidade. Em toda a minha vida, não consigo lembrar-me de tão grande pranto em favor do sofrimento."
        Os nativos não choraram apenas; eles cobriram os homens trementes com seus próprios corpos. Eles levaram os desprotegidos homens de fogueira em fogueira até alcançarem sua vila, onde os alimentaram com peixe e raízes, e cantaram para animá-los.
        "Fiquei surpreso ao notar tanta bondade entre esse povo inculto", disse Cabeza de Vaca. "Seus sentimentos eram muito profundos."


Não seria bom se todos pudéssemos ver as pessoas que diferem de nós como aqueles nativos viram os espanhóis? Eles não olharam para a cor da sua pele, antes viram sua condição como a dos outros seres humanos. Interessaram-se realmente por eles.
Por baixo de nossa pele e de nossas roupas somos todos parecidos. Todos ficamos magoados quando alguém se ri de nós. Todos nos sentimos bem quando alguém cuida de nós. Somos todos irmãos e irmãs. Se tão-somente pudéssemos entender isso, jamais nos julgaríamos superiores ou diferentes para com uma pessoa de outra raça ou cultura. Seríamos como aqueles nativos que encontraram Cabeza de Vaca. Procuraríamos fazer tudo para ajudá-los e ser seus amigos.



Textos de Exploradores em Meditações para Juvenis, de Dorothy Eaton Watts, sobre Personagens da História, Casa Publicadora Brasileira, 2003.

(Leia mais em Leituras para a Vida, 19.03.2015, Links 1R)

domingo, 8 de março de 2015


Há Pessoas e Pessoas...
                              Há Rainhas e Rainhas...


"Em 1959 o Xá da Pérsia, Mohammed Riza Pahlavi, casou com FARAH DIBA, uma estudante moderna de 21 anos. Em 1967 coroou-a imperatriz para expressar, de 'modo invulgar', a sua gratidão pela parte que ela tivera no avanço social e económico do país, durante esse período de oito anos. A dedicação duma jovem mulher prova, mais uma vez, ser de grande influência na Pérsia." Gien Karssen, a Autora

ESTER,
UMA RAINHA QUE ARRISCOU A VIDA PELO SEU POVO


Ester 4:1, 5-16 - Mardoqueu pede a intervenção de Ester

"Quando Mardoqueu soube o que se tinha passado, rasgou as suas vestes em sinal de dor, vestiu-se com roupas de luto, pôs cinza na cabeça e percorreu a cidade soltando gritos de amargura."

"Então Ester chamou Hatac, um dos eunucos do palácio, que o rei pusera ao seu serviço, e mandou-lhe perguntar a Mardoqueu qual a razão da sua atitude. Assim Hatac foi ao encontro de Mardoqueu, que estava na praça da cidade, à entrada do palácio. E Mardoqueu contou-lhe o sucedido e quanto dinheiro Haman prometera depositar nos cofres do império, em troca do extermínio dos judeus. Entregou-lhe também uma cópia do decreto dado em Susa, que ordenava a destruição dos judeus. Mardoqueu pediu-lhe que o mostrasse a Ester, pondo-a ao corrente de tudo, e que insistisse com ela para que intercedesse junto do rei em favor do seu povo.
"Hatac foi ter com Ester e transmitiu-lhe aquele pedido. A rainha enviou novamente Hatac com a seguinte mensagem: 'Toda a gente sabe, desde os cortesãos ao povo espalhado pelo império, que ninguém, homem ou mulher, se pode apresentar no interior do palácio, sem ser chamado. E se o fizer é condenado à morte. A única maneira de escapar com vida é o rei estender-lhe o seu ceptro de ouro. Mas já há mais de um mês que ele não me manda chamar.'
"Quando Mardoqueu recebeu a mensagem de Ester, enviou-lhe o seguinte aviso: 'Não penses que estás mais segura do que todos os outros judeus, só porque vives no palácio real. Se agora te calares e o socorro e libertação dos judeus vierem de outra parte, morrerás tu e a tua família. Mas Quem Sabe Se Não Foi Para Resolver Esta Situação Que Tu Chegaste A Rainha?'
"Então Ester mandou a seguinte resposta a Mardoqueu: 'Vai e reúne todos os judeus de Susa; jejuem por mim, não comam nem bebam durante três dias e três noites. Eu farei o mesmo com as minhas damas. Depois irei ter com o rei, embora seja contra a lei, e, se tiver que morrer, morrerei.'"

Ester 7:1-6 - Haman é enforcado

"O rei e Haman foram, pois, ao banquete de Ester. E neste segundo banquete o rei perguntou novamente à rainha Ester: 'Diz-me o que pretendes e eu te darei, ainda que seja metade do meu império.' Então a rainha Ester respondeu: 'Se mereço a estima de Vossa Majestade e se achar bem aceder ao meu desejo, peço que poupe a minha vida e a do meu povo. Era este o meu pedido. É que eu e o meu povo fomos vendidos, para nos matarem, exterminarem e destruírem. Se fosse só para nos vender como escravos eu nem dizia nada, pois essa desgraça não iria prejudicar os interesses do rei.' Perante isto o rei perguntou-lhe: 'Quem se atreve a fazer tal coisa? Onde está esse homem?' Ester respondeu: 'Esse inimigo e opressor é o malvado Haman.' Haman ficou aterrorizado diante do rei e da rainha."

Ester 8:15-17 - Triunfo de Mardoqueu

"Depois disto, Mardoqueu saiu do palácio com vestes reais em azul e branco, com um manto de linho e púrpura e uma riquíssima coroa de ouro. E a cidade de Susa vibrava de alegria. Entre os judeus houve enorme alegria, regozijo e satisfação. Em todas as cidades e províncias, aonde ia chegando o decreto real, os judeus festejavam o acontecimento com banquetes e grande alegria. Até entre as populações houve muitos que se uniram aos judeus, com medo deles".

(Textos bíblicos da Tradução Interconfessional em Português Corrente)




A história da rainha Ester é notável. Tem a atmosfera lendária das 1001 noites à mistura com o cheiro penetrante das câmaras de gás de Hitler. E embora o nome de Deus não apareça uma só vez no livro de Ester, a Sua presença é evidente em cada página.
Ester apareceu em cena, depois de outra mulher, a rainha Vasti, ter desaparecido do cenário real. Ester era a esposa de Assuero, o imensamente rico rei da Pérsia, que reinava sobre 127 províncias da Índia à Etiópia em 475 A.C.. O seu palácio real de inverno era em Susã, cerca de 320 quilómetros a leste da Babilónia. Possuía pavimentos e pilares de mármore donde pendiam cortinas brancas, verdes e azuis, que eram presas com cordões de linho fino. A família real e os seus hóspedes reclinava-se em canapés de ouro e prata. Durante as festas bebiam por vasos de ouro, dos quais não havia dois iguais.
Ester, uma bela jovem com uma disposição a condizer, tinha conquistado os corações da casa real. Não era persa, mas uma órfã judia que havia sido criada pelo seu primo Mardoqueu, um exilado de Jerusalém. Ele cuidou dela como se fosse seu pai, e ela obedecia-lhe como filha, mesmo já sendo rainha.
Mardoqueu, que servia a corte real, era odiado pelo chanceler do rei, Hamã, um amalequita. Hamã era brilhante, ambicioso e rude. Não poupava ninguém. Contudo, o rei respeitava-o muito e ordenou a todos os servos da corte real que se inclinassem diante dele. Mardoqueu foi a única pessoa que recusou fazer isso. Porque era judeu, ele só se poderia curvar diante de Deus. Hamã estava tão enraivecido com esta recusa, que decidiu matar Mardoqueu e todos os outros judeus no grande império persa.
Concebeu um plano tão subtil e seguro, que nenhum judeu conseguiria escapar. Todos seriam apanhados na rede que ele estava a lançar. A aniquilação total dos judeus - o povo de Deus - foi anunciada. A assinatura do rei tornava possível a Hamã varrê-los do globo para sempre. Os correios reais serviram-se dos animais mais rápidos e correram por todos os cantos do império imenso a anunciar a iminente calamidade. Os judeus ficaram abalados e aterrorizados.

Ester estava casada há cinco anos. A pedido de Mardoqueu, ela tinha permanecido silenciosa quanto à sua origem judaica, mas ele conservava-a diariamente informada a respeito da situação. Com o horrível extermínio dos judeus à vista, Mardoqueu achou que a única solução era a intervenção de Ester.
"Vai ter com o rei, teu marido, e pede-lhe a sua ajuda para salvar o teu povo", ordenou ele a Ester. O teu povo! Isso significava que ela tinha de revelar a sua origem judaica. Como é que iria reagir o rei? Acharia ele que havia sido enganado? Odiaria a raça dela como Hamã e tantos outros odiavam?
Existia outro obstáculo. Ninguém estava autorizado a apresentar-se diante do rei sem ser chamado, nem mesmo a rainha. Fazer isso significaria arriscar a sua vida. Ela não tinha qualquer garantia de que ele ainda a amasse como antes. Talvez outra mulher tivesse tomado o seu lugar.
Ela disse a Mardoqueu que não era chamada ao rei durante trinta dias. Ele persistiu, dizendo que ninguém mais poderia intervir. "Não imagines que escaparás à morte. Não interessa que sejas rainha. Todos os judeus morrerão, jovens e velhos. Nenhuma mulher ou criança será poupada", disse ele. "Porque se de todo te calares neste tempo, socorro e livramento doutra parte virá para os judeus, mas tu e a casa de teu pai perecereis; E Quem Sabe Se Para Tal Tempo Como Este Chegaste A Este Reino?"

"Doutra parte..." Mardoqueu estava a pensar em Deus. Ele não iria permitir este repugnante assassínio da nação judaica. Através dos tempos Ele havia prometido que o Messias viria deste povo. Hamã não poderia evitá-lo. Nem Satanás. Embora a necessidade de livramento fosse imediata, a confiança de Mardoqueu em Deus era sólida.
A ofensiva de Deus estava pronta. Ele não a executou através duma intervenção sobrenatural. Nenhum milagre da natureza,1 nenhum anjo,2 salvaria o Seu povo. Em lugar disso, seria uma fraca mulher. O futuro do povo de Deus raras vezes havia estado suspenso por um fio tão fino. Iria este plano ser bem sucedido? Iria a rainha cooperar com o plano de Deus ou não?
"Deus procura um instrumento, Ester, um ser humano. Estás pronta a dar a tua vida? Ele colocou-te numa posição estratégica muito antes, porque sabia da catástrofe que se aproximava. A solução de Deus és tu". Ester não recebeu a mensagem de Deus por meio das palavras autoritárias dum profeta estabelecido, que dissesse: "Assim diz o Senhor". Não recebeu qualquer visão celestial. Foi orientada pelas palavras dum parente. A direcção de Deus não podia ter sido menos propícia. Todavia, ela aceitou as palavras de Mardoqueu como palavras de Deus.

A jovem Ester, que sempre havia revelado uns modos afáveis, provara agora que era feita da fibra dos heróis. Esta situação de crise revelou o poder da sua vida - Deus. Estava pronta a submeter a sua vida aos Seus planos. Desejava fazer a vontade de Deus. "Vai, ajunta todos os judeus que se acharem em Susã", disse ela, "e jejuai comigo e com as minhas moças durante três dias e três noites".
Ela estava agora a identificar-se publicamente com o seu povo. O seu apelo ao jejum era uma chamada à oração.3 Reconheceu que não tinha qualquer poder, que não poderia oferecer qualquer ajuda. O auxílio só podia vir do Senhor, o Deus de Israel. Portanto, planeou 'assaltar' o Seu trono celestial com oração durante três dias e três noites. Ester estava profundamente consciente de que precisava da orientação de Deus. Queria estar segura de que a missão de que a haviam incumbido era indicada por Ele. Sabia que Deus Se revelava na resposta à oração e precisava de sabedoria e coragem para agir de modo adequado. A quem é que pediria conselho senão Àquele que era a Fonte de toda a sabedoria e que a distribuía em resposta à oração?
"E assim irei ter com o rei, ainda que não é segundo a lei; e, perecendo, pereço". Ela havia queimado as pontes que ficavam na retaguarda. Esta jovem mulher estava pronta a arriscar a sua posição, a vida e futuro pelo seu povo.
Depois dos dias de oração, Ester enfeitou-se meticulosamente e foi ao rei, que, aparentemente, estava ocupado com os assuntos do reino. Quando ele a viu, o seu coração foi tocado. Estendeu o seu ceptro de ouro para ela, como prova de que a sua vida estava salva. E perguntou: "Qual é o teu pedido, rainha Ester? E te será dado".
A primeira parte da sua oração fora respondida. A sua vida fora poupada. E Deus havia deixado entreaberta a porta da salvação para o Seu povo. Ela não tinha orado em vão por sabedoria, apesar de tudo. Sentiu que esta não era a ocasião nem o lugar próprio para o seu pedido urgente. O seu discernimento quanto a esta situação revela que era uma mulher sábia, com perfeito domínio das suas emoções, e uma pessoa que não precisava de fazer decisões apressadas. Era também uma mulher que reconhecia muito naturalmente que o caminho para o coração do homem passa muitas vezes pelo estômago. Convidou o rei para uma refeição, juntamente com Hamã.
Durante a refeição, o rei perguntou-lhe outra vez: "Qual é a tua petição? E te será dada". Ester avançava cuidadosamente, passo a passo, dependendo de Deus. Bem no seu coração, sentia que ainda precisava de ganhar tempo. Não tinha chegado ainda o tempo de Deus. "Voltem juntos amanhã", pediu ela. E isso provou que era Deus quem estava a orientá-la.
Nessa noite, o rei não conseguiu dormir. Um cortesão leu-lhe dum livro de crónicas do seu povo. Factos importantes que haviam permanecido na sombra vieram à luz. Eles encaixavam-se no conjunto do plano de Deus. Algum tempo antes, Mardoqueu havia revelado uma conspiração contra o rei e, desse modo, salvara a vida do rei, mas Mardoqueu nunca tinha sido recompensado. Esta negligência tinha de ser corrigida. Hamã, o homem que tinha levantado uma forca de 27 metros de altura, perto da sua casa com a intenção de enforcar Mardoqueu, foi incumbido de lhe dar a recompensa.
No dia seguinte, durante a refeição, Ester revelou o seu pedido. De modo comovente, suplicou ao rei pela vida do seu povo. E pela sua própria vida: "Se ainda por servos e por servas nos vendessem, calar-me-ia", disse ela.

Não eram simplesmente as vidas dos judeus que pendiam na balança, estava também em jogo o bem-estar do rei. Uma consequência muito pior do que perder os seus servos e muito pior do que a reacção em cadeia de ódio contra ele, iria verificar-se - ele estaria a agir contra Deus. Deus tinha chamado a este povo a menina dos Seus olhos,4 e os protegeria e conservaria. Ninguém poderia atingir esta raça sem se arriscar à Sua ira.5 Nem mesmo um rei. Portanto, ela queria protegê-lo. O seu discernimento e maneira de abordar o assunto mereceu o respeito do rei. Conseguiu convencê-lo. "Quem é esse? E onde está esse, cujo coração o instigou a fazer assim?", foi a resposta estupefacta do rei.
O dedo de Ester apontou para Hamã, um dos seus hóspedes, e o súbdito mais importante: "Foi esse homem ímpio aí - Hamã", respondeu ela.
Então, tudo se tornou claro. A forca que havia sido levantada perto da casa de Hamã esperava pela execução de Mardoqueu, mas o rei mudou esse plano. "Enforcai Hamã na forca que fora levantada para Mardoqueu", ordenou o rei. E assim se fez.
A esposa de Hamã e os seus sensatos amigos tinham tido razão. Haviam-lhe dito: "Se este Mardoqueu é um judeu, não prevalecerás contra ele. Pelo contrário, irás certamente cair perante ele". Teria sido prudente se Hamã aprendesse com a história dos seus ancestrais, os amalequitas. Deus fora contra eles, por eles serem contra o Seu povo.6 Hamã descobriu que o ódio é uma emoção muito perigosa, que geralmente se vira contra a pessoa que o abriga.
Ester havia salvo não só a sua vida, mas também as vidas da sua raça inteira. O Novo Testamento diz que os cristãos brilharão como luzes neste mundo, como estrelas cintilantes na noite.7 Ester foi uma estrela assim, que é precisamente o significado do seu nome "estrela".
As palavras do seu marido para a extinção dos judeus eram tão poderosas que não podiam ser simplesmente retiradas. Era necessária uma ordem oposta. "Escreve o que te parecer bem a respeito dos judeus", disse-lhe o rei. "Eu assinarei e selá-lo-ei com o meu anel".

A heroína que havia salvo os judeus, arriscando a sua própria vida, recebeu o privilégio de lhes dar tão maravilhosas notícias! Em vez de ser uma mulher atrás dos bastidores, havia-se tornado uma pessoa de importância. As suas palavras pesariam muito dali em diante.
A boa nova chegou antes da data do assassínio em massa. Deus tratou disso. O dia que Hamã tinha marcado no calendário para ser um dia de tristeza, tornou-se num dia de alegria. Muitos não-judeus tornaram-se judeus, porque estavam tão profundamente impressionados com o que tinha acontecido. Queriam estar do lado do Senhor.
O dia de alegria tornou-se um dia de comemoração. A FESTA DO PURIM foi instituída. Nesta festa, ainda hoje os judeus em todo o mundo lembram o que a rainha Ester fez por eles. Todos os anos, quando o Purim é celebrado, os judeus leem o Livro de Ester. Ela é grandemente honrada. O Talmude parece mesmo preferir este livro aos Salmos e aos Profetas.
Trinta anos mais tarde, Neemias reedificaria os muros de Jerusalém. Sem a rainha Ester, isso teria sido impossível. É difícil imaginar o curso da história sem ela. Humanamente falando, se não tivesse existido Ester não haveria nação judaica. E sem a nação, não teria havido o Messias. E sem o Messias, o mundo estaria perdido.
Ester preparou o caminho, desconhecido para ela, para a vinda de Cristo. Através dela, Deus mostrou também que a Sua direcção está ao dispor dos Seus seguidores para fazerem decisões. Estas decisões devem ser baseadas na Palavra de Deus,8 testadas pela oração,9 e pelo conselho dos outros,10 dependendo duma certeza íntima,11 e de portas abertas por Deus.12


Perguntas:
1. O que é que mais o impressionou a respeito do carácter e da atitude de Ester perante a vida?
2. Repita nas suas próprias palavras o conteúdo de Ester 4:14.
3. Considere o seu apelo ao jejum à luz de Esdras 8:23 e Daniel 9:3. Que é que pode aprender com isso?
4. Qual é a prova de que Ester arriscou expressamente a vida pelo seu povo?
5. Descreva o que aconteceu ao povo como resultado da sua intervenção.
6. Estude a dedicação de Ester à luz de Ezequiel 22:30. Quais são as suas conclusões?
7. O que é que esta história lhe ensinou acerca da direcção de Deus?
Referências:
8. João 14:21
9. Tiago 1:15
10. Provérbios 15:22
11. 1 João 3:21
12. Apocalipse 3:7,8


(Gien Karssen in Seu Nome É MULHER, Núcleo, Centro de Publicações Cristãs, Portugal)

RAINHA MARGARET


"Amo os Teus mandamentos mais do que o ouro, do que o ouro refinado." Salmos 119:127

- Que Deus tenha piedade de mim! - clamou o servo, ajoelhando-se aos pés da rainha Margaret. - O livro da rainha caiu no rio!
- Oh! meu livro de estimação! Meus Evangelhos! Precisamos encontrá-lo, pois me é mais precioso do que o ouro da Escócia. Barqueiro, procure em volta - ordenou a rainha. - Precisamos encontrar meu livro.
- É inútil - disse o barqueiro. - A correnteza já deve tê-lo levado para longe daqui.
- Então siga a correnteza e procure o livro - insistiu Margaret. Ele deve estar em algum lugar. Temos que encontrá-lo antes que se estrague.
Mas embora procurassem durante horas, não havia nenhum vestígio do precioso livro. Iria ser difícil substituí-lo, pois naqueles dias todos os livros tinham que ser copiados à mão.
- Perdoe-me, Majestade! - implorou o servo. - Foi sem querer.
- Eu sei - suspirou a rainha Margaret. - Não se aflija. Não foi possível evitar.
Vários dias depois, um dos servos da rainha estava andando na beira do rio, quando viu repousando no leito deste o precioso livro; as ondas lhe viravam as belas páginas. Mergulhando, trouxe em segurança o livro para fora da água. Maravilha das maravilhas! O livro não apresentava senão umas poucas manchas de água.

Se algum dia você for a Oxford, Inglaterra, vá à grande biblioteca e peça para ver o Evangelho que pertenceu à rainha Margaret, aquele que nadou. Ao olhar para aquele livro que significava tanto para aquela rainha de idade tão avançada, pergunte a você mesmo se a Palavra de Deus significa tanto para você.
Será que damos menos valor a nossas Bíblias hoje em dia, porque elas são mais fáceis de ser compradas? O que aconteceria se você perdesse sua Bíblia? Faria alguma diferença? Você se sentiria triste?
Qual dos seus objetos você aprecia mais? Uma boneca das que fecham os olhos quando dormem, ou uma bicicleta dobrável? Ou será um computador, ou um relógio de pulso? Que jóia talvez você pudesse ter, de maior valor do que sua Bíblia?


RAINHA CLEÓPATRA


"O reino dos Céus é também semelhante a um comerciante que negocia e procura boas pérolas." S. Mateus 13:45

Marco António e os seus generais estavam deslumbrados enquanto andavam pelo salão de festas de Cleópatra, rainha do Egito. A magnificência lhes encantava os olhos. Os hóspedes se assentavam em sofás ornamentados com púrpura e ouro. O serviço de jantar era feito de puro ouro, decorado com pedras preciosas. Os servos abanavam os hóspedes com penas de avestruz, enquanto os músicos tocavam flauta e lira. Cortinas de seda com fios de ouro impediam a entrada do calor do deserto.
- Minha querida Cleópatra - disse o governador romano, enquanto se inclinava para a encantadora rainha. - Isto é fantástico! Jamais vi banquete tão esplêndido em minha vida! Vós não devíeis ter-vos preocupado tanto!
- É gentileza sua - disse Cleópatra com um encolher de ombros. - Se gostou deste serviço de jantar dourado, leve-o de presente.
- Gostar dele? Isto é magnífico! - agradeceu Marco António - mas, na verdade, estais sendo muito extravagante!
- Isto não é nada em comparação com o que vereis amanhã à noite - vangloriou-se a rainha. - Só o banquete custará 10 sestércios (o equivalente a 300 mil dólares).
- Impossível! - disse o visitante.
No jantar da noite seguinte, Cleópatra usou dois brincos de pérolas, as maiores do mundo naquela época. Cada pérola foi avaliada em 222 mil dólares. Tirando-os das orelhas, ela fez sinal para um criado, que colocou em sua frente um copo com vinagre. Colocando uma pérola no líquido, ela a viu dissolver-se; depois bebeu o conteúdo. Antes que ela destruísse a outra pérola, um general a arrebatou de sua mão.


Devem ter sido pérolas tão valiosas assim, que Jesus tinha em mente, quando falou a respeito do negociante que encontrou uma "pérola de grande preço" e vendeu tudo o que possuía para adquiri-la.

Se Jesus foi o Negociante Celestial que veio a este mundo em busca de pérolas preciosas, então QUEM você acha que é a Pérola de Grande Preço?
É a pessoa que está dentro de suas roupas. Você possui um valor infinito.
Jesus o amou tanto que morreu por você.

Saiba que se você fosse a única pessoa que pecou, Jesus teria feito isto em seu favor!
Você é Mais Precioso Para Ele do que as Pérolas de Cleópatra!!

Você é Uma Pérola de Grande Valor!!!

(Meditações para Juvenis de Dorothy Eaton Watts sobre Personagens da História, Casa Publicadora Brasileira, 2003)

MEU AMIGO JESUS