domingo, 15 de maio de 2016

ENFRENTAR A DOR


"A Dor é Para a Humanidade uma Tirana Mais Terrível do que a Própria Morte."
Albert Schweitzer



(clique nas imagens para poder ler)

2 - PRECISAMOS DE EXPRIMIR O NOSSO SOFRIMENTO

"Deem Palavras à Dor."1 Shakespeare

       - Não tenho palavras para exprimir a dor que sinto...
       Assim começam muitas das mensagens de pêsames que recebemos ou enviamos. Perante a dor, quer se trate da perda inesperada de um bebé em gestação, ou de qualquer outra desgraça, ainda que previsível, parece que ficamos sem palavras. Não é fácil exprimir o que sentimos quando ficamos a saber que detetaram um cancro a um amigo. Ou quando um acidente estúpido deixa mutilado um jovem vizinho, ou um conhecido foi vítima de um atentado... Uma necessidade imperiosa impele-nos a manifestar os nossos sentimentos de pesar, nessa mistura tão difícil de formular, em que as nossas emoções se confundem com sentimentos de raiva ou impotência.
       Se não é fácil assumi-la, parece ainda mais difícil calar a dor. Dir-se-ia que temos uma necessidade básica de expressá-la, ainda que não saibamos fazê-lo. Desde que chega ao mundo, as primeiras manifestações do recém-nascido são gritos de protesto, de rutura, de medo, talvez. Aquele que sofre, não importa a sua idade ou situação cultural, tem de o dizer, queixando-se ou chorando a sua dor.
       Contar as suas aflições ou escrevê-las para se sentir ouvido, falar das suas doenças ou operações, faz parte de uma verdadeira terapia. Quem é que nunca notou as expressões de satisfação ou alívio que se espelham no rosto de senhoras idosas enquanto falam a outras das suas operações, dos seus partos ou das suas doenças?!
       No entanto, muitos de nós fomos educados de forma a rejeitar os melhores canais para dissipar a dor. Não nos souberam dizer atempadamente que as simples lágrimas são um inegável alívio. E assim são inúmeros os que passam pela vida sem sequer se atreverem a revelar as suas aflições a quem o deveriam ter feito. Pelo seu temperamento, pela educação recebida, acreditam que expor a outros os seus problemas é uma debilidade. Ou, por causa da natureza dos seus sofrimentos, têm vergonha de os revelar. Ignoram que partilhar com alguém de confiança aquilo que se sente pode ajudar a ver de maneira mais clara e a livrar-se da angústia. Sobretudo se se trata de um profissional, capaz de nos proporcionar soluções para a nossa situação.
       O simples facto de sermos escutados e de nos vermos espelhados nos relatos de sofrimentos alheios, como acontece nos grupos de apoio, ajuda a sentirmo-nos menos isolados e a compreendermos melhor a nossa situação. Ao tomarmos consciência de que outros partilham a mesma situação, e até sofreram e lutaram tanto ou mais do que nós, torna-se mais fácil relativizarmos a nossa dor e suportá-la. Na realidade, "as pessoas que não conseguem exprimir a sua aflição, correm o perigo de ser destruídas por ela (...). Sem a possibilidade de comunicar com outros não há mudança possível. Emudecer, fechar-se a qualquer relação, é a morte."2.

Atreve-te a Chorar
       Quando as emoções nos sufocam, por vezes não podemos conter as lágrimas. Ainda que a tradição nos lembre, em muitos lugares, que "os meninos não choram" (como cantava Miguel Bosé), todos os seres humanos, incluindo os rapazes, sentem, nalgum momento, a imperiosa necessidade de chorar.
       É verdade que, nalgumas sociedades, os cavalheiros que não conseguem reprimir as lágrimas em face da dor ainda são considerados fracos ou pouco homens. Mas as atitudes estão a mudar, e hoje vemos cada vez mais homens que se atrevem a chorar em público, coisa que seria impensável há tão-somente poucos anos. Aí estão, por exemplo, alguns tão valentes e másculos como os bombeiros voluntários no Haiti, ao resgatarem um menino dos escombros do terramoto (2010); o futebolista Iker Casillas, ao ganhar o Mundial da África do Sul nesse mesmo ano; o ator Javier Bardem, ao receber o Troféu de Prata em 1994; ou o tenista Roger Federer, ao perder o Open da Austrália em 2009. De dor, de pesar ou de alegria, todos necessitamos de chorar em alguma situação. Alguns aguentam-se, outros não o conseguem.
       Chorar é natural, e faz parte da linguagem corporal para exprimir as nossas emoções extremas. A nossa reação perante a necessidade que sentimos de chorar é cultural, e depende em grande medida da educação que recebemos.

A Linguagem da Dor
       A linguagem da dor é complexa e ambígua. Se, por um lado, nos impele a queixarmo-nos, dá-se o paradoxo de que, quando temos de explicar o sofrimento, poucos sabemos fazê-lo, inclusivamente os que mais padecem. A resposta à dor é, em grande medida, aprendida. Depende muito do contexto pessoal e da cultura. Assim, o grande tenista Rafael Nadal, depois de travar uma partida épica contra o não menos famoso Novak Djokovic, declarava ter "desfrutado enquanto sofria."3
       Durante milénios a linguagem da dor esteve ligada a noções religiosas e filosóficas. Mas, a partir do surgimento da medicina científica, a sociedade ocidental refere-se às suas moléstias em termos cada vez mais seculares. Perante a doença, a dor e a morte, um grupo cada vez maior dos nossos contemporâneos já não recorre à espiritualidade, mas dirige-se, exclusivamente, à Ciência e aos serviços públicos, em que depositam a confiança que lhes resta. Ao auxílio espiritual inegável da meditação ou da oração, preferem soluções técnicas imediatas. De maneira que a gestão dessas realidades tão pessoais está a passar da área existencial para a área assistencial, como se fossem, em primeiro lugar, responsabilidade da segurança social.
       Noutras épocas ou latitudes, todos tinham de conviver com velhos, doentes e moribundos. No nosso ambiente, o cuidado ao sofredor tornou-se tão social e técnico que a maioria dos nossos concidadãos quase não tem contacto com os derradeiros dias de vida até que sejam diretamente afetados por eles. Os hospitais e as agências funerárias mantêm os doentes e os mortos longe dos vivos e dos saudáveis. Uma das consequências mais imediatas é que, hoje, muito poucos dos nossos contemporâneos estão emocionalmente preparados para o encontro pessoal com o sofrimento, e possuem ainda menos a linguagem adequada para exprimir a sua dor ou para comunicar com os que sofrem. Não sabemos o que dizer em situações dolorosas, pela simples razão de que nunca nos confrontámos com elas, e, através da tradição familiar, não aprendemos o que fazer nesses casos.
       Nem sequer a terminologia médica consegue exprimir devidamente o nível experiencial da dor. Não sabemos como descrever o nosso próprio sofrimento, e, quando o tentamos, descobrimos que frequentemente não vamos além de uma comunicação superficial, porque desconhecemos a linguagem apropriada. Praticamente ninguém fala dessas coisas numa sociedade que mantém a ilusão de que tem direito a que qualquer sofrimento lhe seja evitado. Isto aumenta o sentimento de incompreensão por parte dos que sofrem, inclusivamente em relação às pessoas em quem confiam.
       Na ida ao médico, este usa uma terminologia científica que deixa o paciente insatisfeito, porque não a compreende, mas que protege o profissional das perguntas incómodas do doente e da sua família, se passarem para perguntas existenciais profundas, para as quais não costuma ter respostas.
       Isso faz com que a crescente confiança na Ciência seja acompanhada, ao mesmo tempo, de um temor crescente perante os efeitos da doença e perante o poder dos profissionais de saúde. De maneira que a dor não só nos encerra num sentimento de impotência, mas também nos deixa frequentemente sem palavras. E esse silêncio acrescenta à nossa aflição o peso da solidão.

O Direito a Ser Felizes
       A situação complica-se na nossa sociedade porque esta nos convenceu de que todos teríamos de ser felizes. Ainda que ninguém nos garanta o direito à felicidade, são muitas as instâncias que nos bombardeiam com a publicidade de que a satisfação está ao alcance de todos, imediatamente, e com um esforço mínimo. Mas uma coisa é ter direito a buscar a felicidade e outra é pretender consegui-la, sem qualquer dificuldade, como comprando um carro, uma casa, ou celebrando um contrato de uma apólice de seguros. A realidade nem sempre se molda aos nossos desejos. E fazer depender a nossa felicidade das coisas que temos ou das pessoas que nos rodeiam é uma triste quimera. Por muito que umas e outras possam contribuir para os nossos estados de ânimo, tratando-se de vivências subjetivas, as raízes da felicidade continuam ligadas às nossas atitudes, ao nosso interior.
       Isto explica que, embora conseguindo evitar muitas aflições, continuemos a sentir-nos infelizes. Não sofrer não significa ser felizes. Os nossos inevitáveis desencontros com a realidade envenenam a nossa existência, devastando as pequenas parcelas de felicidade passageiras e efémeras - que estão, no entanto, ao nosso alcance. Demasiadas vezes "os factos não são os responsáveis pelo nosso mal-estar, mas sim a interpretação e a atitude que tomamos perante eles".4
       Para evitar muita da infelicidade evitável "teríamos que aprender a aceitar as coisas tal como nos surgem, e os outros como eles são".5 Aceitar não quer dizer resignar-se à realidade, mas sim reconhecer a sua existência, e reagir de forma inteligente e positiva perante ela. Viver não é um assunto fácil. Por isso, em vez de temer que a nossa felicidade se acabe, convém temer que nunca comece. Alguém disse, com uma pitada de humor, que "olhar o lado bom da vida faz mal à vista". Assim, tendo em conta a grande porção de dor que já existe no mundo, a nossa melhor opção é olhar mais para os aspetos positivos, tentar ajudar e inclusivamente sorrir - sendo possível -, ainda que estejamos feridos. Porque cada minuto perdido em pensamentos negativos é um minuto de vida não recuperável.

Sofrimento Criador?
       Não quer dizer que a infelicidade seja boa em si mesma, mas que podemos fazer-lhe frente de formas mais positivas e inteligentes do que outras. Stefan Zweig foi sem dúvida muito categórico ao afirmar que devemos tudo à dor: "Toda a Ciência vem da dor. O sofrimento procura sempre a causa das coisas, enquanto o bem-estar incita à passividade e a não olhar para trás."6 Sem ir tão longe, é necessário reconhecer que pelo menos uma parte essencial da literatura universal surge da necessidade de exprimir o drama humano ou de o superar. O Diálogo de um desesperado com a sua alma (Egito, 2000 a.c.) já dizia: "Com quem posso desabafar hoje? A angústia afoga-me. Nem sequer o silêncio me quer escutar. Talvez o meu único confidente seja a morte..." (quantas consultas nos c. de saúde são apenas para desabafar... e eu compreendo! EE).
       Os mais belos poemas costumam ser os mais desesperados. A força da tragédia grega reside precisamente em ter dado expressão ao drama que se produz em cada ser humano que se confronta com o seu inevitável destino mortal (este é o maior drama... se não se conhece e lê a Bíblia!), perante o qual se rebela e do qual se sente simultaneamente vítima e culpado. Nos seus conflitos, ruturas e angústias, o amor e o sofrimento cruzam-se ao mesmo tempo como causa e efeito. Grande parte das obras literárias expressam a luta do homem contra a adversidade, e os seus interessantes esforços para verbalizar a sua dor, compreender o seu sentido ou superá-la de alguma maneira.
       A literatura bíblica, profundamente enraizada na nossa cultura, continua a proporcionar consolo na aflição, porque contém alguns dos mais vigorosos testemunhos perante a dor. Como disse Pascal, "Salomão e Job conheciam e exprimiram melhor do que ninguém a miséria humana: um na prosperidade (ver Eclesiastes) e outro na adversidade. Um experimentando a ilusão dos prazeres e outro suportando a realidade do sofrimento."7 O livro dos Salmos contém 150 orações, umas "de orientação" e outras, as mais numerosas, "de desorientação",8 quer dizer, de queixa, lamento e protesto sobre as veleidades da vida. Meditar ou orar com esses Salmos faz-nos bem, porque ajuda a verbalizar aquilo que nos dói, a partir da experiência de quem se sentiu escutado e recebeu consolo nas suas aflições.
       Na realidade, no mundo da Arte, são escassas as criações francamente alegres. A arte da comédia e o riso camuflam, com frequência, mímicas de dor. Por exemplo, diz-se de Quixote, muito acertadamente, que "ao acabar de rir, se deveria chorar". Afirmou-se que os grandes artistas são seres "amaldiçoados pelo sofrimento" e que alguém que não sofreu não tem nada para dizer.
       De facto, muitos artistas fizeram-se porta-vozes do sofrimento, atribuindo-lhe uma função catalisadora na sua criação artística. Algumas das mais sublimes obras de Arte foram inspiradas nele.
       A sensibilidade - qualidade fundamental do artista - ou o faz sofrer mais do que a outros ou capacita-o para exprimir a sua dor com maior emoção.
       Ainda que pareça exagerado, a verdade é que, percorrendo, ao acaso, a lista dos maiores artistas da História, começando pelos músicos, esta tese parece confirmar-se. Johann Sebastian Bach ficou órfão aos 10 anos. Mozart morreu de doença e na miséria aos 35 anos. Beethoven, neto de uma demente, filho de um alcoólico e de uma criada, escreveu, no entanto, a sublime Pastoral. Debussy, de gosto tão refinado, foi criado num bairro dos mais problemáticos, a golpes de chicote, com uma mãe que tinha, entre outras taras, uma mão bem pesada.
       Edgar Poe, que perdeu a sua mãe aos três anos, escreveu: "Nunca amei sem que a morte misture o seu sopro com o da beleza." R. M. Rilke, nas suas Cartas a um jovem poeta (escritas quando ele tinha apenas 27 anos, e o seu destinatário 20) escreve que "o artista criador é em si mesmo um mundo no qual deve encontrar tudo. Eu aprendo isto todos os dias, aprendo-o à custa de sofrimentos relativamente àqueles para com os quais não posso mais nada do que sentir gratidão (...). Quanto mais tristes, silenciosos e pacientes nos sentimos, mais profundamente penetra em nós tudo o que há de novo (...). Porque queres excluir da tua vida toda a perturbação, toda a dor ou melancolia, se não sabes em absoluto o que esses estados de ânimo acrescentam ao teu trabalho?" Mais tarde acrescentará que "cada um tem o direito à sua morte", afirmação que é quase profética para alguém que morreu prematuramente como resultado de uma ferida causada por um espinho de rosa...9
       Vincent Van Gogh, o pintor "maldito", de sensibilidade doentia, acabou por perder a razão, lutando desesperadamente contra a demência. Depois de pintar sem nenhum êxito nem reconhecimento, dia e noite, até um quadro por dia, conheceu a automutilação, o internamento definitivo e, finalmente, o suicídio, aos 37 anos, não tendo vendido nem sequer um lenço em toda a sua vida. Em 1888, dois anos antes da sua morte, escrevia desde Arles ao seu irmão Theo, que o sustentava, para que continuasse a pintar: "Sinto-me demasiado débil para lutar contra as circunstâncias. Necessitaria de ser mais sábio, mais rico e mais jovem para triunfar. Felizmente para mim, já não me importa o triunfo, e na pintura só procuro a força para sobreviver..."10
       Edvard Munch, o grande pintor norueguês da angústia, escreveu o seguinte: "Doença, Loucura e Morte são os anjos que velaram sobre o meu berço e que me acompanharam ao longo de toda a minha vida. Eu soube bem cedo que a minha vida não seria nada mais do que sofrimento e tormentos (...). O meu pai castigava-nos frequentemente com uma violência demente (...). Desde menino vivi, como as mais torturantes injustiças, a ausência da minha mãe, a minha falta de saúde e a ameaça constante dos castigos do inferno."11
       Nijinski, o grande génio da dança, para poder estudar e seguir em frente, viu-se forçado a sucumbir aos 16 anos às exigências sexuais de Diaghilev, diretor dos famosos ballets russos. A sua curta vida profissional, que terminou com a demência, foi ensombrada pelo medo e pela miséria. Antes de morrer, escreveu, no seu Diário: "Vivo, logo sofro. Mas raramente se viram lágrimas no meu rosto: a minha alma teve de as engolir todas."
       A angústia e a inquietação podem, com efeito, favorecer a criação, porque os artistas, sendo mais sensíveis do que o comum dos mortais, sublimam a dor que sentem nas suas obras. A Arte ajuda-os, como uma terapia, a superar circunstâncias particularmente adversas. Uma personalidade criativa encontra novos meios de expressão, até para a dor. Por outro lado, os artistas sofrem o conflito entre a realidade imperfeita em que vivem e a criação maravilhosa que desejariam produzir. Criando, constroem pontes entre esses dois mundos. Perante os horrores da dor, e no, seu admirável empenho em não se deixarem destruir por ela, não é de estranhar que os artistas sintam a imperiosa necessidade de criar beleza. Mas não há dúvida de que as obras-primas surgem mais do talento do génio do que das suas desventuras.

Referências:
1. "Deem palavras à dor. A desgraça não falada murmura desde o fundo do coração que já não aguenta mais, até que o parte" (Shakespeare, Macbeth).
2. Dorothee Sölle, Suffering, Filadélfia: Fortress Press, 1975, p. 76.
3. In J. J. Mateo, "Sangram-te os dedos e desfrutas do sofrimento", EI País Semanal, 30.01.12, p. 43.
4. Borja Vilaseca, "O que preciso de receber dos outros para ser feliz?", EI País Semanal, 10.01.10, p. 68.
S. Idem.
6. Stefan Zweig foi um escritor austríaco que viveu entre 1881 e 1942.
7. Pascal, Pensamentos, § xv.
8. W. Brueggerman, The message of the Psalms, Minneapolis: Augsburg Fortress, 1984, pp. 51 e 52.
9. Citado por Reine Caulet, "Je crée donc je souffre", dossier Douleur, pp. 35 e 36.
10. Antonio Rabinad, Cartas a Theo, Barcelona. Paidós Estética, 2004, p. 395.
11. Idem, p. 35.


ENFRENTAR A DOR

INTRODUÇÃO: UM INIMIGO OMNIPRESENTE

     Existem poucas experiências humanas que sejam tão universais como a dor. É praticamente impossível passar pela vida sem sofrer alguma falta de saúde, sem ter algum acidente, sem que uma amizade ou um amor nos falhem, e sem que algum dos nossos entes queridos morra.
     Basta-nos existir para que soframos e causemos sofrimento. Desde Adão até ao último recém-nascido, e desde Job e Jesus até ao soldado menos conhecido da guerra mais remota, todos levamos a sombra da dor colada à nossa. Por melhor que programe a sua vida, ninguém está ao abrigo do sofrimento. Todos estamos expostos a ele, de uma maneira ou de outra, desde os primeiros dentes de leite até aos últimos achaques da velhice. Doença, decrepitude, remorso, angústia existencial, mal de amor... Se alguém pretende nunca ter sofrido, é porque perdeu a memória.
     Sob inúmeras formas - aguda, violenta, surda, lacerante, tenaz - a dor deteriora o corpo e oprime o espírito. Abunda na vida do pobre e arruína a vida do rico. Faz chorar o menino, mutila o corpo do jovem, marca o rosto do adulto e encurva as costas do idoso. Desde o berço até à tumba, o sofrimento é o nosso implacável verdugo. Trabalho e prazer, dependência e liberdade, virtude e vício, amor e ódio, tudo nos pode fazer sofrer. A dor faz parte da condição humana.1 Poderíamos dizer que deixamos de ser crianças quando descobrimos que o beijo da nossa mãe não cura, de maneira alguma, a nossa ferida...
     Basta abrir um jornal, dar uma volta pelos corredores de um hospital ou visitar qualquer cemitério para comprovar que esta é a realidade da vida. O sofrimento assola-nos e assombra-nos.2 Enquanto redigia este livro, uma vintena de pessoas das minhas relações viram-se envolvidas em sofrimento intenso, e dez já faleceram. Uma delas era o meu pai...
     Perante esta realidade implacável, o nosso instinto vital revela-se e rebela-se de mil e uma maneiras. Qualquer ponta de dor põe em alerta os sensíveis mecanismos de defesa com que o nosso organismo está equipado. Como Ponce de León,3 buscamos a fonte da felicidade - da eterna juventude - em prazeres, medicamentos, terapias, tratamentos, e mil e uma outras práticas... mas não a encontramos em parte alguma. O risco - e a certeza - de sofrer e morrer prevalecem sobre os nossos ilusórios sonhos. Procuramos deixar de lado ou combater ambas as realidades, mas só nos resignamos a assumi-las quando não temos outro remédio.
     A questão do sofrimento é tão ampla e complexa que seria pretensioso querer abarcar todas as suas dimensões num trabalho como este. Aqui limitamo-nos a evocar alguns dos aspetos mais práticos das suas facetas psicológica, social, assistencial, filosófica e espiritual. Apesar de tantos milénios de tirania, o reino da dor não está minimamente explorado.

     Este livro tem o propósito, com toda a modéstia, de ajudar ao que não é especialista na matéria a enfrentar a sua própria dor com dignidade e realismo. Na primeira parte, de natureza informativa, apresenta uma tomada de consciência sobre a complexidade do assunto e das suas diversas implicações. Na segunda parte da obra, expõe-se uma série de reflexões teórico-práticas, visando compreender o porquê último do sofrimento e desvendar o seu sentido. A terceira parte, pensando no Leitor não profissional, utiliza recursos simples para encarar o sofrimento alheio com solidariedade, eficácia e tato. Em primeiro lugar, para procurar evitá-lo; e quando isso já não é viável, para contribuir para o seu alívio. Em última instância, trata-se de ajudar a combater e a lidar com a realidade da dor até onde seja possível.

     Reconheço que não sou um especialista na matéria. Não tenho dúvidas de que, pela sua experiência pessoal ou profissional, muitos dos meus Leitores a conhecem melhor do que eu. Atrevo-me a escrever tão só na qualidade de testemunha, quase como "sujeito passivo". Se a minha natureza otimista tende a afastar-se da dor, a minha formação filosófica e, sobretudo, a minha experiência pessoal e pastoral, sensibilizaram-me de forma irreversível perante este sombrio hóspede da vida.
     Custou-me muito mais escrever este livro do que todos os anteriores, e sem dúvida de que este nunca teria visto a luz do dia sem a colaboração de um extraordinário grupo de pessoas que me são especialmente queridas. Em primeiro lugar, os meus agradecimentos vão para os meus amigos médicos, José Manuel Prat, Miguel Garcia Antequera, Marcelle Lafond e Caleb Mercier, que tiveram a gentileza de rever estas páginas do ponto de vista profissional, e que me proporcionaram conselhos muito valiosos que vão para além das suas respetivas especialidades. A minha gratidão dirige-se igualmente ao meu apreciado colega Roberto Carbonell, capelão hospitalar, confrontado diariamente com o sofrimento e a morte, por me oferecer gentilmente os seus testemunhos pessoais; a Santiago Górmez, pelas suas reflexões inteligentes e sensíveis sobre um tema do seu particular interesse; a José Álvaro Martín, pelo seu contributo do ponto de vista do filósofo; a todos os meus jovens amigos que partilharam comigo as impagáveis contribuições dos seus talentos criativos; a todos os que contribuíram nesta edição em Português. E uma vez mais, a Marta Prats, pela sua valiosa assessoria literária e pelo seu apoio incondicional de sempre.


     Escrevo esta obra por solidariedade para com os que sofrem, mas, mais do que pelo sentido do dever, quase diria "em legítima defesa",4 motivado pela minha própria recusa e impotência diante da sua dor e da minha. Para aliviar a sua carga e responder a algumas das perguntas com as quais nos confrontamos todos durante a nossa vivência comum: Até onde é que é possível dominar a dor? O que é que podemos fazer para compreendê-la ou aprender a controlá-la? Como transcendê-la a fim de colocar este agente da morte ao serviço da vida?

     E, enfim, junto com León Gieco:

              "Só peço a Deus
              Que à dor não seja indiferente,
              Que a ressequida morte não me encontre
              Vazio e só, sem ter feito o suficiente."


O Autor

Referências:
1. "A vivência humana mais primária (...) é a dor (Reinaldo Bustos, "Antropologia del dolor", Diccionário latinoamericano de bioética (ed. J. C. Tealdi), Bogotá: Unesco/Universidad de Colombia, 2008, p. 60). "A realidade humana, está por natureza condenada ao sofrimento" (Jean-Paul Sartre, O Ser e o Nada). "Imaginemos uma quantidade de homens algemados e todos condenados à morte, todos os dias uns são degolados à vista dos outros, os que ficam veem na condenação dos seus semelhantes a sua e, olhando-se uns aos outros com dor e sem esperança, esperam a sua vez. É esta a imagem da condição dos homens" (Blaise Pascal, Pensamentos, § CXIX).
2. Ver Paul Heubach, The Problem of Human Suffering, Hagerstown (Maryland, USA): Review and Herald, 1991, p. 4.
3. Juan Ponce de León (1460-1521), foi o primeiro Governador de Porto Rico e o descobridor da Florida (hoje Sudeste dos Estados Unidos). Segundo a lenda, nas suas viagens procurava a fonte da eterna juventude.
4. Ver Roland Dunn, Quand le ciel est silencieux, Marne-la-Vallé (França): Farel 2003, p.23.

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(Escolhi este capítulo somente por ser o mais pequeno e ocupar no blog menos espaço...
pois são todos magníficos! EE)

domingo, 1 de maio de 2016

DIA DA MÃE



Uma das mais belas homenagens é a que se presta às mães, no segundo domingo
de maio
(no 1º domingo em Portugal).
Mãe - quanta tinta já não foi usada para descrever esta palavra!

     Tudo começou com Anne Jarvis. No dia 9 de maio de 1906, essa moça perdera a mãe, a quem muito amava. Ao comemorar o primeiro aniversário da morte de sua genitora, Anne lhe prestou sentida homenagem. Entretanto, achou que todas as mães, vivas ou mortas, deveriam ser homenageadas. Assim, tomou a iniciativa de escrever uma carta ao governador de West Virginia, Estados Unidos, sugerindo que ele organizasse anualmente uma comemoração especial em homenagem às mães. O Sr. William Glasscock gostou da ideia. Deste modo, já em 1910, baixou um decreto, instituindo oficialmente o "Dia das Mães", naquele Estado. E como homenagem a Anne, que dera a sugestão, o governador determinou que as comemorações se realizassem no segundo domingo de maio, data mais próxima da morte da mãe de Anne.
     Em 1914, a comemoração se havia estendido pelo país todo, levando o então Presidente Woodrow Wilson a baixar um ato, oficializando o "Dia das Mães" em todo o território norte-americano. Em 1918, a comemoração chegou ao Brasil, sendo realizada pela primeira vez em Porto Alegre, numa iniciativa de moças e senhoras, sob o patrocínío da Associação Cristã de Moços da capital gaúcha. Somente em 1932, o Presidente Getúlio Vargas baixou o Decreto-lei n.º 21.366, de 5 de maio, determinando a comemoração oficial do "Dia das Mães" em todo o País.

     A iniciativa é, portanto, louvável. E a homenagem, justa e merecida, visto que o papel desempenhado pela mãe é importantíssimo no contexto da sociedade humana.

Há, porém, MÃES e mães

- MÃES são aquelas que se preocupam com a transmissão da herança religiosa a seus filhos.
- MÃES são aquelas que educam a criança no caminho do Senhor, buscando na Palavra eterna as diretrizes para uma vida plena e útil.
- MÃES são aquelas que, de manhã e à noite, alimentam os filhos com o pão do Céu. Para elas, "o reino de Deus e a Sua justiça" têm primazia.
- MÃES são aquelas que, diante dos problemas da vida, dobram os joelhos para buscar a solução do Céu.
- MÃES são aquelas que, desprezando muitas vezes as delícias de um passeio ou qualquer outro entretenimento, ficam junto dos filhos para lhes amparar os passos neste mundo mau.
- MÃES são aquelas que se preocupam em viver de maneira simples e modesta, procurando dar um exemplo digno de imitação. São aquelas que, rejeitando os artificialismos tão em voga em nossos dias, se contentam com as graças da vida cristã.
- Enfim, MÃES são aquelas que, à semelhança de Joquebede (Êxodo 6:20) e Eunice (2 Timóteo 1:5), preparam os filhos para esta e para a vida vindoura.

     mães (com letras minúsculas) são aquelas que se relacionam com os filhos tão-somente por elos meramente físicos e materiais, sem nenhuma conotação moral e espiritual.

O mundo está cheio de "mães artificiais", produto de uma sociedade de consumo, massificadora.
O mundo, lá fora, está cansado de mães sem afeto, sem carinho, sem o temor de Deus, sem nada.
Mães que preferem uma vida existencialista. Mães que preferem o sabor de frutos proibidos.

O arraial de Deus não deve dar lugar a esse tipo de mãe.

     E o que diríamos da mãe ausente? É triste ver como muitas mães se afastam do lar, fugindo aos deveres domésticos e às responsabilidades para com os filhos! Pobres crianças!
     Todos sabemos que, nos primeiros anos, a criança assimila muito daquilo que lhe vai nortear o caráter através da vida. É nos primeiros anos que se lança a semente de uma personalidade sadia e consequente.

No arraial de Deus não deve haver mães negligentes quanto ao altar da família.

     Quanta mãe moderninha já não aposentou o estudo da Lição Bíblica e a leitura da Palavra de Deus!
     Muitas delas estão preocupadas com novelas e contos fantasiosos. "Já é hora de ir para a cama, menino" dizem muitas mães, mais interessadas no enredo da novela do que no diálogo com os filhos.
     Hoje em dia, quanta mãe preocupada com o "chá das cinco"! Quanta mãe interessada em conversas frívolas!

No arraial de Deus não há lugar para mães moderninhas, "pra frente", na "crista da onda".
Não, não há lugar.

     A verdade é que muitos filhos estão perdendo o contato com as coisas eternas porque muita mãe por aí, relegou para plano secundário a sua nobre missão no mundo. Muitos filhos teriam destino diferente, se as mães moderninhas deixassem de preocupar-se apenas com as sobrancelhas, com o esmalte das unhas, com os cosméticos.
     A maior herança que a verdadeira Mãe em Israel deixa para seus filhos, é a religião prática. A transmissão da herança religiosa está sofrendo descontinuidade em muitos lares, por causa de mães moderninhas.
     Mas temos, felizmente, muitas mães em Israel, ainda! Deus saberá recompensá-las. A Igreja também saberá apreciar-lhes o trabalho dedicado.
     Louvemos ao Senhor neste mês, exaltando a elevada missão das verdadeiras mães em Israel.

E Nós, Filhos, Saibamos Honrar Essas Autênticas Colunas da Igreja: as MÃES.

Rubens Lessa, Pastor, Editor, Escritor, in Revista Adventista, Casa Publicadora Brasileira, maio de 1977. (Isto foi escrito nesse ano... Veja o mundo como está hoje... Mas Deus Não Mudou! EE)

 

 

 

O PODER DAS MÃES

Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele. Provérbios 22:6

A psicóloga norte-americana Laura Schlessinger, em seu programa de rádio, contou a história de uma mãe que encontrou uma revista pornográfica escondida enquanto fazia faxina no quarto do filho adolescente. Mais tarde, assentou-se com o rapaz e, para horror dele, começou a virar as páginas. Uma a uma, ela passou a apontar as gravuras. "Esta menina é irmã de alguém", disse ela ao moço. "E esta é filha de alguém. É assim que você me imagina em meu quarto? É isso que você gostaria que sua irmã estivesse fazendo?" Quando terminou, ela tinha mudado a perspectiva do rapaz. Então ordenou que ele jogasse aquilo fora e o admoestou a nunca mais trazer aquele lixo para casa.
O que ela fez? Aquela mãe havia humanizado as mulheres naquela revista. Ela tentara dar outra face àquelas garotas. Ela buscara fazer com que o filho atribuísse certa medida de valor, dignidade e respeito àquelas mulheres, vendo-as como as pessoas por quem ele tinha respeito. De facto, ela dera às mulheres da revista mais dignidade do que elas davam a si mesmas.

Anos mais tarde, diz Schlessinger, o rapaz foi ter com a sua mãe e começou a narrar como, numa viagem com amigos da universidade, havia visitado um prostíbulo. Ela o interrompeu e disse com expressão séria na face: "Há coisas que uma mãe não necessita de saber." Mas o filho insistiu que havia algo que ele precisava de lhe contar. Ele contou como fora a visita ao lugar. Cada rapaz tomou uma garota. No quarto, ele observou que aquele aposento era decorado como quarto de menina, como o de sua irmã. Ele viu a fotografia de sua família na penteadeira, as fotos dela, de seus irmãos e pais nas paredes. De sua memória, emergiram as poderosas palavras da mãe, anos antes. "Esta moça é filha de alguém... irmã de alguém." Ele não pôde ficar naquele lugar por nem mais um segundo.

Mais tarde, no carro, quando os outros rapazes falavam da aventura, esse moço apenas contou o que a mãe lhe ensinara anos antes. "Mãe", disse o rapaz, "eles ficaram paralisados e, por um longo tempo, não disseram nem uma palavra." Aquela mãe havia gravado com ferro em brasa a consciência do filho, demonstrando-lhe que cada pessoa tem infinito valor, porque foi criada à imagem de Deus. Para Ellen White, depois de Deus, a influência das Mães para o bem é a maior força conhecida.


(Meditações Matinais, C.P.B., 11.5.2014)



ESSE HOMEM ÉS TU!

"David encheu-se de furor contra aquele homem e disse a Natan: 'Juro-te pelo Senhor, Deus vivo, que quem fez tal coisa merece a morte! Deve pagar quatro vezes o valor da ovelhinha, porque agiu sem ter mostrado nenhuma compaixão.' Então Natan disse-lhe: 'Esse homem és tu!'" II Samuel 12: 5-7, TIC (Tradução Inter-Confessional).

O Salmo 19 foi uma das passagens das Escrituras que aprendi de cor nas Classes Progressivas
(que saudades... EE), quando tinha doze anos. Hoje, mais de sessenta anos depois, a verdade é que ainda sou capaz de o recitar com admiração: "Os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das Suas mãos." Havia no entanto, uma frase neste Salmo 19 que não consegui entender até ser Pastor: "Quem pode entender os seus próprios erros? Expurga-me Tu dos que me são ocultos." Cometemos erros que desconhecemos? Podemos ser responsáveis pelos pecados ocultos que se produzem sem que tenhamos plena consciência deles? De que está o Salmista a falar?

Não temos a certeza da data exata em que foram escritos certos Salmos, mas o 19 pode bem ser datado no tempo, logo após a visita que o profeta Natan fez ao rei David com o objetivo de lhe denunciar o seu grave pecado no caso de Urias, o heteu, cuja esposa, Batseba, David tinha tomado, ordenando depois a morte do soldado no campo de batalha. O sábio profeta contou ao rei uma parábola: um rico, que tinha muitas ovelhas para obsequiar e acolher um visitante, tinha-se apoderado da única ovelhinha de um cidadão pobre, o qual tratava dela com muito carinho. Quando o rei ouviu semelhante injustiça e desprezo, reagiu com grande fúria e condenou o transgressor como alguém digno de morte.
Houve então um momento de silêncio, e o profeta, apontando com o dedo para o rei, acusou-o: "Esse homem és tu!"

Nem sempre nos damos conta do que estamos a fazer. O pecado gera uma espécie de obscurecimento da consciência. Os pecados ocultos resultam de tendências internas incontroladas; são os pecados do hábito, aqueles que, apesar de graves, são tratados pela nossa consciência condescendente com uma enorme permissividade; pecados que justificamos quando são nossos, porque temos um véu nos olhos que nos impede de os reconhecer, mas que julgamos com dureza extrema quando são faltas alheias.
David compreendeu o profeta e arrependeu-se amargamente daquele pecado, cuja crueldade e malignidade tinham ficado suavizadas diante de si mesmo, mas não diante do juízo de Deus.

Pede, jovem, a Deus que te ajude a ser consciente dos teus pecados ocultos e arrepende-te deles. Encontrarás perdão em Jesus. Então, terás poder para enfrentar os desafios com que te deparas na vida.

Pastor Carlos Puyol Buil in Mas há um Deus no Céu, 30.04.2016, P. SerVir.
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ANO BÍBLICO: Adultos: II Reis 24 e 25; Juvenis: I Reis 21.

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