sexta-feira, 25 de março de 2016

A TRINDADE
É Assim Tão Importante?




Que diferença faz?, pensei eu. Porque é tão importante o conceito bíblico da Trindade?
Eu tinha estado a estudar a Bíblia com Miguel, um cavalheiro bem-intencionado que simpatizava com as posições das Testemunhas de Jeová. A esposa de Miguel, uma Testemunha de Jeová devota, tinha recentemente falecido. Ela tinha-lhe dito que Cristo e o Espírito Santo não eram Deus; que a "Trindade" não existia. Miguel tinha acreditado na palavra da sua esposa.
Eu esforcei-me por tentar convencê-lo do contrário, indicando-lhe confiantemente cada pedacinho das provas linguísticas, sintáticas, semânticas e gramaticais que podia encontrar na Bíblia a favor da existência da Trindade - mas sem qualquer efeito. Miguel simplesmente não estava interessado nas minúcias das provas bíblicas e exegéticas em favor da personalidade e divindade do Filho e do Espírito Santo. Era algo abstrato de mais para ele.
Seja como for, que diferença faz? Comecei a pensar. Então, subitamente, percebi: Eu estava completamente à margem da questão. O que eu tinha de fazer era mostrar a Miguel a razão por que o conceito de um Deus trino era assim tão importante, especialmente para ele!
Francamente, eu nem tinha pensado muito sobre a razão porque esse conceito era assim tão importante para mim! Mal sabia eu que estava prestes a obter uma nova e incrível perspetiva sobre a Divindade.

Porque É Assim Tão Importante

A Trindade não é um conceito filosófico isolado e sem consequências. Aquilo que acreditamos sobre a personalidade e a natureza do Pai, do Filho e do Espírito Santo tem um grande impacto sobre muitas outras doutrinas e crenças. Não é algo que se possa colocar de lado sem que afete vários aspetos cruciais da nossa experiência cristã, tais como:



A Salvação:
Se na cruz "a misericórdia e a verdade se encontraram, a justiça e a paz se beijaram" (Salmos 85:10), então Cristo tinha de ser plenamente divino, parte do Deus trino. Se não, então Deus estaria dependente de uma criatura para demonstrar o Seu amor e satisfazer a Sua justiça. Deus teria aplicado a Sua cólera sobre um terceiro, levantando a questão sobre a justiça de um tal ato. Em vez disso, no Cristo Deus/homem, Deus foi ao encontro das exigências da justiça através do Seu ato divino de auto-sacrifício. Pois "Deus estava em Cristo, reconciliando Consigo o mundo" (II Coríntios 5:19)!
E, claro está, apenas um Ser que possui naturalmente a imortalidade pode oferecer vida eterna àqueles que se apropriam do poder salvífico da Sua morte expiatória (João 11:25). Dêmos graças a Deus porque a nossa salvação não depende de um ser criado, mas do próprio eterno Deus trino!


Conhecimento Sobre Deus:
Muito do que sabemos sobre Deus procede do que Cristo veio revelar através dos Seus ensinos e do Seu exemplo (João 1:18; 14:9). No entanto, apenas Alguém que é Deus no pleno sentido do termo pode efetivamente mostrar-nos como Deus é. De outro modo, a revelação de Cristo acerca do Pai seria imperfeita e incompleta. Apenas Alguém que soubesse o que é ser divino poderia realmente mostrar à Humanidade a verdade sobre Deus. E apenas o divino Espírito Santo, que tem estado eternamente ligado ao projeto de amor sacrificial do Pai e do Filho, pode comunicar plenamente um tal amor aos seres humanos perdidos. Além do mais, o facto de que o Espírito Santo é uma pessoa plenamente divina, e não apenas uma "força" ou um "poder", é algo muito significativo. Não nos podemos relacionar com uma força do mesmo modo que nos relacionamos com uma pessoa. Um "poder" impessoal pode ser facilmente manipulado, mas uma pessoa não.
Apenas uma verdadeira Pessoa divina nos pode confortar, ensinar e guiar (João 14:16; 16:13).


A Reconciliação:
A reconciliação da Humanidade com Deus apenas podia ser realizada por alguém que era igual a Deus, possuindo os atributos divinos que Lhe permitissem interceder em favor do homem perante o Deus infinito e também representar Deus perante um mundo caído. Ele deveria também partilhar a nossa natureza humana, estabelecendo uma ligação com a família humana que devia representar, de modo a ser um mediador entre Deus e a Humanidade (Hebreus 4:14-16). Além do mais, apenas o Espírito omnipresente, que conhece plenamente o coração do nosso Sumo-Sacerdote intercessor, pode adequadamente confortar-nos e comunicar-nos as bênçãos da intercessão constante de Cristo em nosso favor.

A Santificação:
O pecado distorceu a Criação de Deus de tal modo que o único que a pode restaurar é o seu divino Criador original. Jesus, o Criador, torna-Se no grande médico da alma humana. Apenas Ele tem o poder para recriar a imagem de Deus em qualquer pecador que, livre e humildemente, vem até Ele para obter a restauração. No entanto, Cristo já não está presente para executar esta obra. O único Ser capaz de realizar esta transformação é o divino Espírito Santo, que também colaborou com o Filho na Criação.

A Unidade:
Jesus orou pelos Seus discípulos de todos os tempos, pedindo "para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti" (João 17:21). Se o Filho e o Pai não fossem completamente iguais em poder, em natureza e em atributos, que tipo de unidade poderia estar Cristo a pedir? Seria uma "unidade" desigual e subordinada. Mas, dado que Ele e o Pai (e também o Espírito) são mutuamente interdependentes no Seu amor, na Sua existência e na Sua obra, a mesma unidade é pedida em favor dos discípulos: que eles também possam ser um em igual interdependência e em serviço amoroso.

O Casamento e a Igualdade:
No princípio, Deus criou o Homem "à Sua imagem" como macho e fêmea (Génesis 1:27). O ideal expresso na Criação foi que o homem e a mulher formassem um todo em que fossem mutuamente complementares e interdependentes, seguindo o padrão de relacionamento no interior da Divindade (João 17:24). Se houvesse diferenças hierárquicas na natureza e nos atributos do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ser criado "à Sua imagem" não teria feito qualquer sentido quando aplicado à igualdade do homem e da mulher (Gálatas 3:28).

INEVITÁVEL
Para alguns, a Divindade é o maior dos paradoxos. De algum modo Eles estão separados, mas são inseparáveis; de algum modo Eles são três e, no entanto, são apenas um. Mas logo que tenhamos considerado as alternativas, a doutrina da Trindade é inevitável. Podemos não ser capazes de resolver completamente o mistério da Trindade nesta vida e, talvez, nem sequer na vida eterna. Mas uma coisa é certa: Não há outro Deus. Ele vem até nós na Sua triunidade, e este Deus é tudo aquilo de que precisamos!

Walter Steger é editor da Casa Editora Sudamericana, em Buenos Aires, Argentina, in Adventist World, Janeiro 2014.



Veja em: http://musicaeadoracao.com.br/37218/hinologia-adventista-em-defesa-da-trindade-uma-analise-da-pessoa-do-espirito-santo/

sábado, 19 de março de 2016

LEMBRETES
PARA
PAIS



* Há muitas formas de se medir o sucesso; uma delas é a forma como o filho descreve o seu pai ao conversar com o seu amiguinho. - Autor desconhecido
E a glória dos filhos são os pais. - Provérbios 17:6


* O maior feito que um pai pode fazer em favor dos seus filhos é amar a mãe deles. - Josh Mcdowell
Assim devem os maridos amar a suas próprias mulheres, como aos seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo. - Efésios 5:28


* Se você deseja que o seu filho aceite os seus valores quando atingir a adolescência, então você deve ser merecedor do seu respeito durante a sua infância. - James Dobson
...Mas para vos dar a nós mesmos em exemplo, para nos imitardes. - II Tessalonicenses 3:9


* Uma criança provavelmente não encontrará um Pai em Deus, a não ser que encontre algo de Deus no seu próprio pai. - Glen Whaeeler
Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo. - I Coríntios 11:1


* Amor demais nunca mimou crianças. As crianças ficam mimadas quando substituímos 'presença' por 'presentes'. - Anthony P. Witham
Assim nós, sendo-vos tão afeiçoados, de boa vontade quiséramos comunicar-vos, não somente o evangelho de Deus, mas também as nossas próprias almas. - I Tessalonicenses 2:8


* Para muitas menininhas, a vida com o seu pai é um ensaio para o amor e o casamento. - David Jeremiah
O que aprendestes, e recebestes, e ouvistes de mim, e em mim vistes, isso fazei. E o Deus de paz será convosco. - Filipenses 4:9


* O melhor que podemos dar às crianças, além de bons hábitos, são as boas lembranças. - Sydney J. Harris
A memória do justo é abençoada... - Provérbios 10:7


* Pode ser difícil para alguns pais não terem um filho, porém muito mais difícil é para um menino, não ter um pai. - Sara Gilbert
Não retenhas o bem de quem o merece, estando na tua mão poder fazê-lo. - Provérbios 3:27


* Dentre todos os abusos do mundo... não há nenhum pior do que um pai negligente. - Stafano Guazzo
Mas negligenciais o mais importante da lei - a justiça, a misericórdia e a fé. - Mateus 23:23


* Os filhos carecem de amor, especialmente quando não o merecem. - Harold S. Hulbert
Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados, e andai em amor, como também Cristo vos amou, e Se entregou a Si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave. - Efésios 5:1, 2


* Os filhos necessitam desesperadamente de saber - e ouvir de forma que entendam e se lembrem - que são amados e valorizados pela mamã e pelo papá. - Gary Smalley e John Trent
... Não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade. - I João 3:18

Citações extraídas de Pequeno Manual de Instruções de Deus para Pais Editora United Press


OS  FILHOS  DA  S-E-P-A-R-A-Ç-Ã-O



     Éramos uma família normal: pai, mãe e 3 irmãos. Meu pai fora enviado ao interior pela empresa na qual trabalhava, e geralmente não estava em casa; mas vinha com frequência e éramos felizes. Não nos faltava nada do que uma criança pode desejar. Tínhamos carinho, saúde... Éramos realmente felizes!
     Certa manhã de outubro, o carteiro tocou a campainha. Minha mãe foi atendê-lo, toda contente pensando que trazia alguma carta do papá. Ela estava esperando ansiosa, quase com desespero, porque havia muito tempo que ele não mandava notícias, contra o seu costume. Minha mãe vivia para ele e para nós. Poucas vezes pensava em si mesma.
     Continuei entretida com a minha tarefa. Sabia que, logo depois de ler a carta, minha mãe a leria para mim. Mas desta vez não sucedeu assim. Ao acabar de ler, muito lentamente com uma expressão de grande dor em seu rosto, estendeu e entregou-me a carta. Não tinha forças para ma ler.
     Quase não pude acreditar! Só quando cheguei à última linha, parei para me dar conta do que estava acontecendo. Meu pai estava a dizer que "simplesmente" não a queria mais e passaria a viver com outra mulher, lá na cidade onde estava a trabalhar.
     A minha reacção foi um tanto estranha. Chorei durante um pouco de tempo, e em seguida prossegui com a minha tarefa. Estava estupefacta, quase aterrorizada. Nem queria olhar para minha mãe; eu não gostava de vê-la sofrer. Senti que, a partir desse momento, eu deveria ser muito forte, a "irmã maior" dos pequeninos, a pessoa "adulta" que protegeria minha mãe. Teria que ser rija contra o mundo, que, segundo me parecia, já começava a causar-nos dano e a desfazer o nosso futuro... Passei a ser uma pessoa desconfiada, zelosa dos meus amados e das nossas coisas. Decidimos que daríamos à mamã todo o amor necessário para que ela não se sentisse mal nem solitária. Claro que isso não foi totalmente possível. A mamã necessitava do insubstituível amor de um esposo, um companheiro.
     Que aconteceria agora? Os quatro sozinhos, sem aquele que fora até então considerado a base e a coluna do nosso lar?
     Acabaria realmente o mundo? Aonde iriam parar as nossas ilusões e vocações? Eu sempre quisera ser médica... seguramente isso já não seria mais possível.
     E a nossa economia? Nunca tínhamos sido ricos, mas também nunca nos faltara o necessário. Teríamos de sair da casa que, com tanto sacrifício, fora comprada por meus pais? Talvez.
     Decidi deixar de estudar e começar a trabalhar. Mas, em quê? Pouco importava, minha mente adolescente assegurava-me que "eu" deveria ajudar a mamã a não cair no desespero. Finalmente ela não me deixou trabalhar.
     As suas palavras tornaram luminoso aquele dia apesar de tudo. Um estranho sentimento invadiu todo o meu ser quando a mamã me disse que eu não deveria ficar alarmada, que tudo estava bem, que não sofreríamos nem nos faltaria nada, que tudo voltaria a ser como antes. Recuperei a minha paz e a minha tranquilidade, deixando atrás todo o assomo de angústia e desespero.

     Em breve descobri qual era a magia que nos devolvera a paz. O segredo estava, claro, em minha mãe! Todas as manhãs, eu podia ouvir quando ela se levantava bem cedo para trabalhar nas casas de várias famílias, e me doía vê-la deitar-se tão tarde, depois de ter tricotado muita lã ou de ter costurado tanta roupa para aumentar as entradas. A minha querida mãe estava lutando com unhas e dentes contra a solidão e a fome. E fez isso tão bem que, devo admitir, nós os filhos quase não sentimos tais ameaças.
     Só então descobri que a mamã fora, e agora continuava a ser, o verdadeiro esteio da família! Ficámos tranquilos, por meio da segurança de seus passos, da grandeza da sua alma, da sua infinita confiança em Deus, do seu senso de responsabilidade. E ainda da sua vontade, integridade, paciência e fé. As suas constantes e amargas lutas terminavam sempre em vitórias!
     Que te movia, minha mãe, para que não te deixasses esmorecer? Que fizeste para que as dificuldades não te submergissem ou nos lançassem no fundo de um abismo mais cruel ainda? Sempre parecias invencível! Eras a nossa rocha. Donde conseguias tanta fortaleza? Só agora compreendo que tudo provinha do amor. Esse amor que sempre sentiste por tua família e que finalmente impediu o teu fracasso e a nossa destruição.

     Embora tenhamos sido  filhos - da - separação,  conhecemos o único remédio que nos podia resgatar do fracasso: O Verdadeiro Amor!

Suzana G. De Bustos in Sinais dos Tempos, nº 26, 1988, P. SerVir.


terça-feira, 8 de março de 2016


MARGARET de NOVA ORLEANS

Se um dia você visitar a bela cidade de Nova Orleans, certamente alguém o levará para conhecer o antigo centro comercial, onde há bancos, lojas e hotéis, e lhe mostrará uma estátua erguida em 1884 que permanece até hoje numa pequena praça daquela cidade.
Trata-se da estátua de uma mulher, sentada numa cadeira baixa, com os braços ao redor de uma criança aninhada em seu colo. A mulher não é nem um pouco bonita. Usa sapatos comuns e grossos, vestido simples, xaile pequeno e um boné. Ela é robusta e de baixa estatura, e seu rosto tem o formato quadrado à semelhança dos irlandeses. Seus olhos, porém, nos fitam como os da nossa mãe.
Trata-se da estátua de uma mulher chamada Margaret. Seu nome completo era Margaret Haughery, mas ninguém em Nova Orleans se lembra do seu sobrenome. É como se ela fosse uma irmã querida, à qual nunca nos referimos pelo nome completo. Ela é apenas Margaret. A história dela nos diz por que as pessoas lhe fizeram um monumento.

Quando Margaret era bebé, seus pais morreram, e ela foi adotada por um jovem casal tão pobre quanto seus pais. Morou com eles até à idade adulta. Casou-se e teve um bebé. Logo a seguir, seu marido faleceu e o bebé também. Margaret ficou sozinha no mundo. Era pobre, mas também era forte e batalhadora.
O dia inteiro, de manhã até à noite, ela passava roupas numa lavandaria. E todos os dias, enquanto trabalhava perto da janela, ela via as crianças de um orfanato nas proximidades trabalhando e brincando. Depois de algum tempo, uma grande epidemia tomou conta da cidade matando muitas mães e muitos pais. O orfanato recebeu mais crianças, em número superior ao da sua capacidade. Elas precisavam de alguém que gostasse delas. E você deve estar-se perguntando como uma pobre mulher que trabalhava numa lavandaria poderia ajudar crianças órfãs. Mas foi o que Margaret fez. Ela resolveu falar com as Irmãs que dirigiam o orfanato e disse que ia doar-lhes parte de seu salário e trabalhar para elas.
Margaret empenhou-se mais ainda no trabalho de passadeira e conseguiu economizar parte do seu salário. Com essa economia, ela comprou duas vacas e um carrinho de entregas. Todas as manhãs, saía com o carrinho para entregar leite aos seus clientes e, no caminho pedia sobras de comida em hotéis e em casas de pessoas ricas. A comida era levada para as crianças famintas do orfanato. Naqueles tempos difíceis, a comida angariada por Margaret era, quase sempre, a única refeição do dia para as crianças.
Parte do dinheiro que Margaret ganhava cada semana era doada ao orfanato, e após alguns anos a quantia aumentou consideravelmente. E Margaret sabia lidar tão bem com as finanças que, apesar de suas doações, ela conseguiu comprar mais vacas e ganhou mais dinheiro ainda. Com esse dinheiro, construiu uma casa para os bebés órfãos, à qual ela dava o nome de "casa dos meus bebés".

Depois de algum tempo, Margaret teve a oportunidade de adquirir uma padaria e passou de entregadora de leite a padeira. Transportava o pão da mesma maneira que o leite - em seu carrinho. E continuou doando dinheiro ao orfanato. De repente, iniciou-se uma grande guerra, a Guerra Civil. Em meio a todos os problemas, enfermidades e medos daquela época, Margaret continuou a fazer as entregas dos pães em seu carrinho, em quantidade suficiente para reparti-los com soldados famintos, e para vender parte deles. Apesar de todas as dificuldades, ela ganhou dinheiro para construir uma grande fábrica de pães assim que a guerra terminou. Por essa altura, todos os habitantes da cidade a conheciam. As crianças a amavam. Os negociantes sentiam-se orgulhosos dela. Os pobres recorriam a ela para pedir conselho. Ela costumava sentar-se ao lado da porta aberta do seu escritório, trajando um vestido de algodão e um pequeno xaile, e sempre oferecia uma palavra de esperança a todos, ricos ou pobres.

Um dia, Margaret morreu. E quando chegou o momento da leitura de seu testamento as pessoas descobriram que, apesar de todas as suas doações, ela conseguiu economizar uma grande soma de dinheiro - US$30.000!!! (mais ou menos 27 mil euros, EE) - e deixou toda essa quantia para ser repartida entre vários orfanatos da cidade. Para Margaret, o fato de o dinheiro ser doado a crianças brancas ou negras, judias, católicas ou protestantes, não fazia nenhuma diferença. Ela sempre dizia: - São todos orfanatos e têm a mesma finalidade.

E saiba de uma coisa. Aquele magnífico e sábio testamento foi assinado com uma cruz no lugar do nome, porque Margaret não sabia ler nem escrever! Quando souberam da morte de Margaret, os habitantes de Nova Orleans disseram: - Ela foi a mãe dos órfãos. Foi amiga daqueles que nunca tiveram amigos. Sua sabedoria era maior do que a aprendida na escola. Jamais nos vamos esquecer dela.
Eles ergueram uma estátua de Margaret, da mesma maneira que ela costumava ficar à porta de seu escritório. E a estátua permanece lá até hoje, em memória do grande amor e da grande fortaleza e simplicidade que foi Margaret Haughery, de Nova Orleans.


Sara Cone Bryant in Histórias para o Coração da Mulher, Editora Hagnos, São Paulo, Brasil.

Abaixo, mais uma Lição de Amor e Abnegação de onde menos se esperava...
Um Exemplo para nós, seres Racionais...

MARAVILHOSO!



A RESPOSTA DE MADRE TERESA

Uma mulher simples chamada Madre Teresa recebeu o Prémio Nobel da Paz por seu trabalho em Calcutá entre os membros das castas inferiores da Índia. Sabendo que não podia salvar a Índia inteira, ela procurava socorrer os menos favorecidos, os que estavam morrendo. Quando os encontrava, no meio de montanhas de lixo nos becos de Calcutá, ela os levava para o seu hospital e os cercava de amor. Eles eram cuidados por mulheres sorridentes, que tratavam de seus ferimentos, limpavam camadas de sujeira de sua pele e os envolviam em lençóis macios. Os mendigos, geralmente fracos demais para falar, arregalavam os olhos diante de tanta generosidade que lhes era oferecida tão tarde na vida. Qual o motivo desse repentino zelo - dessa sopa quente e substanciosa que lhes era colocada na boca com uma colher?

Um jornalista de Nova Yorque - trajando em elegante fato com colete e acompanhado por um câmera - confrontou Madre Teresa com uma série de perguntas. Ele parecia satisfeito ao fazer aquela inquisição mordaz. Por que ela gastava seus recursos limitados com pessoas para as quais não havia mais esperança? Por que não cuidava de pessoas com possibilidades de reabilitação? Qual era a média de casos bem-sucedidos apresentados por seu hospital, uma vez que a maioria dos pacientes morria em questão de dias ou semanas?

Madre Teresa olhava para ele em silêncio, absorvendo todas as perguntas, tentando descobrir por trás daquela fachada de repórter de sucesso que tipo de homem faria tais perguntas. Por não ter respostas que o satisfizessem, ela disse meigamente:
- Essas pessoas têm sido tratadas a vida inteira como cães. A maior enfermidade delas é saber que são desprezadas. Será que elas não têm o direito de morrer como anjos?


Dr. Paul Brand e Philip Yancey in Histórias para o Coração da Mulher, Editora Hagnos, São Paulo, Brasil.