sábado, 19 de outubro de 2013

DIA MUNDIAL DAS MISSÕES


O primeiro Dia Mundial das Missões foi instituído pelo papa Pio XI (1922-1939), em 1927. Foi então considerado como "um dia de oração e de ofertas em prol da propaganda da Fé" para todo o mundo católico. Em 19 de Outubro de 1985, o papa João Paulo II lembrava a origem do Dia Mundial das Missões.


Fazer a história das missões é recordar a vasta e complexa História de 2 000 anos da Igreja Cristã. É bom lembrar que, desde o seu início, três religiões tiveram uma perspectiva missionária universal: o Budismo, o Cristianismo e o Islão. Cada um dos três grandes pregadores, Buda, Cristo e Maomé, acreditaram ter recebido uma revelação que tem significado universal para a humanidade. O Budismo, que era uma religião asiática, espalhou-se para o norte e o sul, e está cada vez mais presente no Ocidente. O Islão, que foi uma religião do deserto, no Médio Oriente, através da emigração está em todos os continentes e a crescer na Europa e América. Por sua vez, com a sua mensagem de salvação e promessa de vida eterna, o Cristianismo tornou-se uma religião universal.


O povo judeu, depositário dos tesouros da Revelação de Deus, que tinha por missão partilhar esse tesouro de conhecimento com o resto do mundo, falhou essa vocação.
Jesus nasceu judeu e, através da Sua total obediência a Deus, Sua morte e ressurreição, convocou um novo Israel com a grande comissão evangélica (Marcos 13:10 e Mateus 28:19): "Porque este evangelho deverá primeiro ser pregado a todas as nações (...) Portanto, vão e façam discípulos entre todos os povos." O dia dos gentios tinha chegado. Doravante, a porta está aberta para judeus e não judeus. Agora, a única entrada é pela fé em Jesus Cristo. A mudança não foi, porém, automática. Para eles, Jerusalém era o centro do mundo.
O Dia de Pentecostes foi o início profético das missões: povos de 15 regiões e línguas diferentes ouviram as Boas Novas e foram porta-vozes nas suas terras de origem. Com Paulo, 'o apóstolo dos gentios', o evangelho de Jesus chegou à Ásia Menor e à Grécia. O segundo século reconhece três centros da vida cristã no Mediterrâneo - Antioquia, Roma e Alexandria. A fé de Jesus conquistou o mundo romano, expandiu-se pela Europa, foi levada pelas caravelas para África, Ásia, Américas e ilhas dos oceanos. Passou pelos excessos das descobertas e do colonialismo, mas conheceu também pioneiros abnegados que deram a vida para levar a esperança mais longe. No séc. xx, pela primeira vez, havia no mundo uma religião universal: o Cristianismo, que se adaptou a cada continente e, quase, a cada país.


No séc. XXI, a era das missões acabou e começou a época da missão. É sempre diferente em diferentes regiões. Ser cristão numa sociedade meio-cristã, pós-cristã, agnóstica ou secularizada, não é o mesmo que ser cristão numa área onde nunca antes se ouviu falar do Evangelho de Jesus, numa linguagem nunca usada antes, e numa sociedade onde a organização social nunca foi atingida pelos princípios cristãos. Estima-se que um terço das pessoas no mundo ainda não ouviu o nome de Cristo. Outro terço, talvez, nunca ouviu o Evangelho de Jesus apresentado de maneira inteligível e de forma apelativa para a vida pessoal. Este é hoje o imenso (inatíngivel pelo poder humano) desafio da Missão Global!

Todavia, como escreveu Paulo aos crentes Efésios (1:8-12): "Pela sabedoria e entendimento, (Deus) deu-nos a conhecer os segredos da Sua vontade e o plano generoso que tinha determinado realizar por meio de Cristo. Esse plano consiste em levar o universo à sua realização total, reunindo todas as coisas, tanto nos céus como na terra, tendo Cristo como cabeça e chefe. Deus vai realizar tudo conforme o plano por Ele mesmo traçado. E de acordo com a Sua vontade, nós fomos destinados a sermos herdeiros do Seu Reino, em união com Cristo. Louvemos, portanto, a grandeza de Deus, que nos fez viver antecipadamente na esperança de Cristo."

Ezequiel Quintino, Teólogo e Jornalista in Pensar Faz Bem, livro de Meditações da Rádio RCS, 91.2, Sintra.
BRILHA EM MIM


JESUS, PEDRO E VOCÊ

       Mãos calejadas e pele tostada pelo sol, Pedro, em companhia do seu irmão André, pescava no mar da Galiléia.
"Vinde após Mim, e Eu vos farei pescadores de homens", foi o inesperado convite do Mestre. A resposta não ficou para depois. "Então eles deixaram imediatamente as redes e O seguiram" (S. Mateus 4:19 e 20).
       Além de inculto, Pedro apresentava um perfil psicológico nada agradável, sob alguns aspectos. "Ousado, agressivo, confiante em si mesmo, rápido em compreender e disposto a agir, pronto para a desforra..." - Educação, pág. 89. Se você fosse presidente de Campo, convidaria alguém assim para dirigir um distrito? Talvez não. Jesus, entretanto, via naquela pedra bruta, cheia de angulosidades, um futuro cristão, um missionário ardoroso e infatigável. Eis como o Espírito de Profecia descreve o Pedro que Jesus antevia junto ao mar da Galiléia. "O Pedro convertido, porém, era bem diverso. Conservava o antigo fervor, mas a graça de Cristo lhe regulava o zelo. Não mais era impetuoso, confiante em si mesmo, presumido, mas calmo, dominado e dócil." - O Desejado de Todas as Nações, pág. 605.

       O perfil psicológico desse discípulo encontra similitude em muitas pessoas, no panorama da igreja. E, talvez, você mesmo esteja lutando no sentido de superar algumas 'angulosidades' nada agradáveis na sua personalidade. Se este é o seu caso, não desanime. Relembremos juntos a maneira como Jesus Se relacionou com Pedro, e veremos que existe esperança para além das nuvens sombrias.
       Perante o supremo Escultor achava-se o discípulo. Ousadia, agressividade, confiança própria, impetuosidade e espírito de desforra, eis as saliências que lhe manchavam o caráter. O Mestre logo viu que deveria usar vários cinzéis para esculpir aquela pedra bruta.

O cinzel da paciência. - Todo o artista desenvolve a virtude da paciência. Quanto mais bela a obra, requer-se mais paciência na sua execução. "Pacientemente, e com a faculdade de discernir própria do amor, o Salvador tratava com o Seu impetuoso discípulo, procurando reprimir-lhe a confiança própria e ensinar-lhe a humildade, obediência e confiança." - Educação, pág. 89.

O cinzel da piedade e do amor. - Percebendo a impetuosidade do discípulo, Jesus lhe disse, certa vez: "Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu para vos cirandar como trigo; mas Eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, confirma teus irmãos." (S. Lucas 22:31 e 32.)

       Chegou a hora da prova. Pedro, que "não pretendia dar a conhecer a sua verdadeira identidade", assumiu um ar de indiferença, junto ao fogo que fora aceso no pátio, naquela fria madrugada.
       - Não és também um dos Seus discípulos? - perguntou-lhe a criada.
       - Mulher, não O conheço.
       "A fim de ocultar o que na verdade sentia, procurou unir-se aos perseguidores de Jesus em seus intempestivos gracejos. O seu aspecto, no entanto, não era natural. Estava representando uma mentira." - O Desejado de Todas as Nações, pág. 530.
       A triste cena é por demais conhecida. Antes de o galo cantar pela segunda vez, o ex-pescador negou pela terceira vez a seu Mestre. Quando Pedro disse: "Não conheço esse homem de quem falais", "o Salvador voltou-Se dos severos juízes, olhando em cheio ao pobre discípulo. Ao mesmo tempo os olhos de Pedro eram atraídos para o Mestre. Naquele suave semblante leu ele profunda piedade e tristeza; nenhuma irritação, porém, se via ali." - Ibidem.
       Eis o trabalho do cinzel do amor: "Se o olhar de Jesus lançado sobre Pedro tivesse expressado condenação em lugar de piedade; se ao predizer o pecado tivesse Ele deixado de falar em esperança, quão densas não teriam sido as trevas que cobririam a Pedro!" - Educação, pág. 90.
       Não fosse a promessa de reabilitação, e Pedro teria ido pelo mesmo caminho de Judas.

O cinzel da censura inspirada no amor. - Jesus não deixou de censurar o aluno. Entretanto, antes de fazê-lo, mergulhou as Suas palavras no plácido lago do amor. "O discípulo necessitava daquela censura inspirada no amor, do golpe que fere para curar, da admoestação que traduz esperança." - Idem, pág. 91.
       Enfim, o aparecimento da semelhança com Cristo no caráter de Pedro, "foi um milagre da ternura divina." - Idem, pág.92.


       Não fora esse milagre, e Pedro não teria sido usado por Deus no dia de Pentecostes. Não teria, em nome de Cristo, curado o coxo junto à Porta Formosa. Não teria sido uma bênção para os gentios.


       O trato de Jesus com Pedro apresenta-nos duas preciosíssimas lições: Não há pedra, por mais bruta que seja, que não possa ser lapidada pelo Artista celestial; e, em nosso trato com as pessoas, devemos usar os mesmos métodos postos em prática por Jesus, O qual conhecia muito bem a verdade de que:


"Todas as Flores de Todos os Amanhãs
Estão nas Sementes de Hoje".

Rubens Lessa, Pastor e Editor da Casa Publicadora Brasileira in Diagnóstico e Remédio.
(Leia ainda sobre o Livro mais Importante do Mundo
em Leituras para a Vida, 19.10.2013)