domingo, 22 de abril de 2018

ENCONTRO COM JESUS...


De Sacerdote
Franciscano
a Pastor Adventista


É possível que algumas pessoas já tenham lido esta história em
«News from General Conference President».
Com efeito, por ocasião do conselho anual da EUA, 1993, em Jongny, enquanto almoçávamos, o pastor Folkenberg, sabendo que o Senhor Jesus nos tem permitido viver experiências muito interessantes, pediu-me para lhe contar algumas, o que fiz com o objetivo de honrar Aquele que é a razão principal da minha vida e a Quem pertence toda a glória para sempre. Proponho-me, com a mesma intenção de O servir, contar algumas dessas histórias para os meus estimados leitores da Revista Adventista, e esta será a primeira de uma série. São experiências simples, mas que evidenciam o poder e a acção do Espírito Santo hoje.
Em 1992, fui convidado pelo Pastor Benini, presidente da União das Igrejas Adventistas de Itália, a apresentar o Seminário «Fé para Hoje» na igreja de Lungotevere, a principal comunidade adventista de Roma. Aceitei este convite com imenso prazer, mas na expectativa de saber o que é que o Senhor Jesus me reservava, e isto porque com os anos aprendi que Ele quer um encontro com alguém, desde que eu lhe dê a oportunidade, e, mais uma vez isso veio a confirmar-se, não só com uma, mas com várias pessoas.
A história de hoje fala do encontro entre um sacerdote católico romano, chamado Duilio D'Arpino, e Jesus.

O seminário «Fé para Hoje» decorreu de Sábado a Sábado. Todos os dias da semana tínhamos dois grupos: um, durante a tarde, constituído por irmãos cujos encargos profissionais os deixavam livres neste período; o outro grupo era constituído essencialmente por jovens e irmãos apenas disponíveis à noite. Num e noutro grupo havia um sentimento de amizade e de renovada comunhão uns com os outros e com Deus. Alguns testemunhavam que jamais tinham vivido um sentimento tão forte da presença do Espírito Santo. De facto, o amor pelos perdidos dava-nos a razão de estarmos ali reunidos. No último Sábado fomos todos pelas ruas e pelas casas testemunhar da nossa vocação e do nosso chamado, e ao pôr-do-sol voltámos de novo para a igreja, para contarmos uns aos outros as belas coisas que o Senhor Jesus tinha feito em nós e por nós. Nessa ocasião os crentes tomaram uma resolução e esta era que a experiência então iniciada deveria continuar. Perguntaram-me se eu estava disposto a estar com eles um ano mais tarde, ao que respondi sem hesitação: «Se essa é a vontade de Jesus e a vossa, eu voltarei.»

Voltei e permaneci com eles durante quatro semanas, para falar do Senhor àqueles que eles tinham convidado durante esse ano. Na primeira noite estavam 42 pessoas que nunca antes tinham visitado a igreja adventista, e no final das 4 semanas havia mais de 50 pessoas. Foi uma grande alegria para todos. Devem saber que Roma é uma cidade muito secularizada e que a única forma religiosa que conta é aquela que não faz apelo a uma mudança de vida, razão pela qual foi um milagre ter um grupo tão numeroso todas as noites, sem que para isso tenha havido qualquer tipo de publicidade, mas unicamente um cristianismo activo.
Duilio também foi convidado. Homem afável e de muito saber, começou o seu sacerdócio em Roma, serviu como missionário franciscano na Turquia e no Líbano, voltando de novo para Roma em 1986. Ele procurava a Pérola de Grande Preço. Tinha consciência, nos momentos de oração e de silêncio que, apesar da sua vida consagrada, não tinha a paz que vem de Jesus. E uma noite veio assistir às reuniões e continuou a vir. Cada noite, enquanto falava, os meus olhos procuravam o seu rosto, a fim de poder perceber a sua impressão, mas só encontrava um sorriso que me impedia de ler os seus sentimentos.

Cada vez que me dirigia para a porta, no fim da reunião, pensava em cada pessoa presente e orava para que a Palavra do Senhor tivesse tocado os corações. E, sem dúvida, o meu amigo sacerdote era quem ocupava o maior lugar nas minhas orações.
Na quinta-feira à noite, Duilio não estava presente e senti-me triste. Quase me faltavam as forças para proclamar o Deus Vivo, mas havia outras almas famintas que precisavam do Pão do Céu. Eram gente boa, vinham de muito longe, fechavam os seus escritórios, o seu consultório de dentista, etc. Outros deixavam os seus familiares. Recordo particularmente Erika, uma senhora alemã, esposa do Embaixador, que chegou a recusar estar numa recepção para não faltar ao seu encontro com Deus. Claro que eu tinha que encontrar forças para pregar naquela noite!
A noite seguinte Duilio D'Arpino foi o primeiro a chegar e pude então conversar de coração a coração com ele, e saber o enorme combate que travava, pois corria o risco de ser excomungado pelo papa, pela família e pelos amigos. No fim da conferência, à saída, ele disse-me uma frase que nunca esquecerei: «Pastor, por pouco me convence a tornar-me adventista!» Respondi: «Duilio, por pouco ou por muito, oro ao Senhor para que aceite a verdade que salva e dá paz infinita!»

Quando as reuniões terminaram, uma importante decisão fora tomada por este homem: «Não sei o que será de mim no futuro, sem trabalho, sem família e sem amigos. Já comecei a sentir o desprezo dos que me amavam, mas encontrei o alimento em Jesus e a minha alma está saciada. Por nada deixarei Aquele por Quem unicamente posso ter a vida eterna.»
Passados quatro meses, Duilio foi baptizado na igreja adventista, e está agora na Faculdade Adventista de Collonges, a aprofundar a teologia bíblica, para tornar-se pastor adventista em Roma, no seio da comunidade turca. Ele teve um encontro com Jesus e isso mudou completamente a sua vida.
Como Duilio, há muitas pessoas, crentes sinceros, que buscam a Pérola de Grande Preço. Deus deseja utilizar-nos como Seus instrumentos na salvação do nosso próximo.
Se o prezado leitor, já encontrou esta Pérola, não a perca por nada deste mundo. E ore pelo irmão Duilio e por aqueles que neste momento estão tendo um encontro com Jesus.

"O Pastor José Carlos Costa é o departamental do Ministério Pessoal da nossa Divisão" (Inter-Europeia). Revista Adventista, Abril 1994


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