terça-feira, 8 de março de 2016


MARGARET de NOVA ORLEANS

Se um dia você visitar a bela cidade de Nova Orleans, certamente alguém o levará para conhecer o antigo centro comercial, onde há bancos, lojas e hotéis, e lhe mostrará uma estátua erguida em 1884 que permanece até hoje numa pequena praça daquela cidade.
Trata-se da estátua de uma mulher, sentada numa cadeira baixa, com os braços ao redor de uma criança aninhada em seu colo. A mulher não é nem um pouco bonita. Usa sapatos comuns e grossos, vestido simples, xaile pequeno e um boné. Ela é robusta e de baixa estatura, e seu rosto tem o formato quadrado à semelhança dos irlandeses. Seus olhos, porém, nos fitam como os da nossa mãe.
Trata-se da estátua de uma mulher chamada Margaret. Seu nome completo era Margaret Haughery, mas ninguém em Nova Orleans se lembra do seu sobrenome. É como se ela fosse uma irmã querida, à qual nunca nos referimos pelo nome completo. Ela é apenas Margaret. A história dela nos diz por que as pessoas lhe fizeram um monumento.

Quando Margaret era bebé, seus pais morreram, e ela foi adotada por um jovem casal tão pobre quanto seus pais. Morou com eles até à idade adulta. Casou-se e teve um bebé. Logo a seguir, seu marido faleceu e o bebé também. Margaret ficou sozinha no mundo. Era pobre, mas também era forte e batalhadora.
O dia inteiro, de manhã até à noite, ela passava roupas numa lavandaria. E todos os dias, enquanto trabalhava perto da janela, ela via as crianças de um orfanato nas proximidades trabalhando e brincando. Depois de algum tempo, uma grande epidemia tomou conta da cidade matando muitas mães e muitos pais. O orfanato recebeu mais crianças, em número superior ao da sua capacidade. Elas precisavam de alguém que gostasse delas. E você deve estar-se perguntando como uma pobre mulher que trabalhava numa lavandaria poderia ajudar crianças órfãs. Mas foi o que Margaret fez. Ela resolveu falar com as Irmãs que dirigiam o orfanato e disse que ia doar-lhes parte de seu salário e trabalhar para elas.
Margaret empenhou-se mais ainda no trabalho de passadeira e conseguiu economizar parte do seu salário. Com essa economia, ela comprou duas vacas e um carrinho de entregas. Todas as manhãs, saía com o carrinho para entregar leite aos seus clientes e, no caminho pedia sobras de comida em hotéis e em casas de pessoas ricas. A comida era levada para as crianças famintas do orfanato. Naqueles tempos difíceis, a comida angariada por Margaret era, quase sempre, a única refeição do dia para as crianças.
Parte do dinheiro que Margaret ganhava cada semana era doada ao orfanato, e após alguns anos a quantia aumentou consideravelmente. E Margaret sabia lidar tão bem com as finanças que, apesar de suas doações, ela conseguiu comprar mais vacas e ganhou mais dinheiro ainda. Com esse dinheiro, construiu uma casa para os bebés órfãos, à qual ela dava o nome de "casa dos meus bebés".

Depois de algum tempo, Margaret teve a oportunidade de adquirir uma padaria e passou de entregadora de leite a padeira. Transportava o pão da mesma maneira que o leite - em seu carrinho. E continuou doando dinheiro ao orfanato. De repente, iniciou-se uma grande guerra, a Guerra Civil. Em meio a todos os problemas, enfermidades e medos daquela época, Margaret continuou a fazer as entregas dos pães em seu carrinho, em quantidade suficiente para reparti-los com soldados famintos, e para vender parte deles. Apesar de todas as dificuldades, ela ganhou dinheiro para construir uma grande fábrica de pães assim que a guerra terminou. Por essa altura, todos os habitantes da cidade a conheciam. As crianças a amavam. Os negociantes sentiam-se orgulhosos dela. Os pobres recorriam a ela para pedir conselho. Ela costumava sentar-se ao lado da porta aberta do seu escritório, trajando um vestido de algodão e um pequeno xaile, e sempre oferecia uma palavra de esperança a todos, ricos ou pobres.

Um dia, Margaret morreu. E quando chegou o momento da leitura de seu testamento as pessoas descobriram que, apesar de todas as suas doações, ela conseguiu economizar uma grande soma de dinheiro - US$30.000!!! (mais ou menos 27 mil euros, EE) - e deixou toda essa quantia para ser repartida entre vários orfanatos da cidade. Para Margaret, o fato de o dinheiro ser doado a crianças brancas ou negras, judias, católicas ou protestantes, não fazia nenhuma diferença. Ela sempre dizia: - São todos orfanatos e têm a mesma finalidade.

E saiba de uma coisa. Aquele magnífico e sábio testamento foi assinado com uma cruz no lugar do nome, porque Margaret não sabia ler nem escrever! Quando souberam da morte de Margaret, os habitantes de Nova Orleans disseram: - Ela foi a mãe dos órfãos. Foi amiga daqueles que nunca tiveram amigos. Sua sabedoria era maior do que a aprendida na escola. Jamais nos vamos esquecer dela.
Eles ergueram uma estátua de Margaret, da mesma maneira que ela costumava ficar à porta de seu escritório. E a estátua permanece lá até hoje, em memória do grande amor e da grande fortaleza e simplicidade que foi Margaret Haughery, de Nova Orleans.


Sara Cone Bryant in Histórias para o Coração da Mulher, Editora Hagnos, São Paulo, Brasil.

Abaixo, mais uma Lição de Amor e Abnegação de onde menos se esperava...
Um Exemplo para nós, seres Racionais...

MARAVILHOSO!



A RESPOSTA DE MADRE TERESA

Uma mulher simples chamada Madre Teresa recebeu o Prémio Nobel da Paz por seu trabalho em Calcutá entre os membros das castas inferiores da Índia. Sabendo que não podia salvar a Índia inteira, ela procurava socorrer os menos favorecidos, os que estavam morrendo. Quando os encontrava, no meio de montanhas de lixo nos becos de Calcutá, ela os levava para o seu hospital e os cercava de amor. Eles eram cuidados por mulheres sorridentes, que tratavam de seus ferimentos, limpavam camadas de sujeira de sua pele e os envolviam em lençóis macios. Os mendigos, geralmente fracos demais para falar, arregalavam os olhos diante de tanta generosidade que lhes era oferecida tão tarde na vida. Qual o motivo desse repentino zelo - dessa sopa quente e substanciosa que lhes era colocada na boca com uma colher?

Um jornalista de Nova Yorque - trajando em elegante fato com colete e acompanhado por um câmera - confrontou Madre Teresa com uma série de perguntas. Ele parecia satisfeito ao fazer aquela inquisição mordaz. Por que ela gastava seus recursos limitados com pessoas para as quais não havia mais esperança? Por que não cuidava de pessoas com possibilidades de reabilitação? Qual era a média de casos bem-sucedidos apresentados por seu hospital, uma vez que a maioria dos pacientes morria em questão de dias ou semanas?

Madre Teresa olhava para ele em silêncio, absorvendo todas as perguntas, tentando descobrir por trás daquela fachada de repórter de sucesso que tipo de homem faria tais perguntas. Por não ter respostas que o satisfizessem, ela disse meigamente:
- Essas pessoas têm sido tratadas a vida inteira como cães. A maior enfermidade delas é saber que são desprezadas. Será que elas não têm o direito de morrer como anjos?


Dr. Paul Brand e Philip Yancey in Histórias para o Coração da Mulher, Editora Hagnos, São Paulo, Brasil.