domingo, 29 de março de 2015


VOCÊ ME AMA?

A Pergunta que Todos Precisamos de Responder

     Como pastor, certa vez me envolvi numa discussão acalorada numa comissão de igreja.
     Quase todos os membros da comissão estavam agitados e com o tom de voz alterado. Um homem, porém, estava sentado e quieto, não se envolvendo no assunto em debate. Virei-me para ele e perguntei:
     - Por que você está tão quieto? Gostaríamos de ouvir a sua opinião sobre o problema.
     - Bem – replicou ele -, o silêncio também pode ser uma forma de expressar a opinião.
     Isso é verdade? O silêncio pode ser, às vezes, uma forma de expressão?
     Quando leio a história do encontro de Jesus com os Seus discípulos após a ressurreição, fico perplexo com o fato de que Ele falou tão pouco.
     Quando garoto, costumava ouvir histórias bíblicas na igreja e lembro-me de ter pensado: Por que Jesus não fez belos discursos após a Sua ressurreição? E por que ninguém Lhe perguntou sobre o Céu? Ou sobre como exactamente ocorreu a ressurreição?
     Se eu me interessei por esses detalhes, certamente os discípulos devem ter se interessado muito mais. Mas não os encontramos fazendo esse tipo de perguntas. Das poucas palavras ditas na ocasião, Jesus falou a maior parte. Mas até o que Ele disse é bastante escasso.

Momentos de Silêncio

     Em João 21, lemos sobre um encontro ocorrido no mar da Galileia. Os discípulos, tremendo pelo frio da noite, cansados e desanimados, perceberam que Jesus estava de pé na praia e imediatamente se aproximaram d'Ele.
     "Tragam alguns dos peixes que acabaram de pescar", disse Jesus (versículo 10). Mas "nenhum dos discípulos tinha coragem de Lhe perguntar: ‘Quem és Tu?’ Sabiam que era o Senhor" (versículo 12).
     Será que, se estivéssemos ali com Jesus, ficaríamos em silêncio como os discípulos? Tenho a impressão de que estamos mais acostumados a falar do que a ficar em silêncio. É muito mais fácil fazer alguma coisa ou falar algo do que simplesmente passar um tempo em silêncio com Jesus.
     
Aquele encontro na praia foi tão estranho! Os discípulos correram até Jesus, aqueceram-se ao fogo e... ficaram em silêncio! Já era suficiente estar com Jesus. Ninguém disse nada.
     Aconteceu o mesmo no Monte da Transfiguração; ninguém perguntou nada. Nem mesmo algo sobre Moisés ou Elias. Todos estavam em silêncio, simplesmente desfrutando seu tempo com Jesus. "Senhor, é bom estarmos aqui", disse Pedro na ocasião (Mateus 17:4). Parecia que aqueles momentos eram muito mais importantes do que qualquer pergunta, qualquer necessidade de falar. Era como se o que estavam experimentando não pudesse ser expresso em palavras. Só o fato de estar com Jesus já era a resposta para tudo.
     Não é isso que acontece com as pessoas que se amam? Não é o silêncio, às vezes, o segredo do amor de um casal? Como pastor, parte de meu trabalho consiste em utilizar palavras - pregar, dar estudos bíblicos, aconselhar. No seminário teológico, aprendemos sobre oratória. Entretanto, ninguém me ensinou a ficar em silêncio.
     Alguma vez você já tentou ficar a sós com Jesus e permanecer em silêncio desfrutando da calma de Sua presença? Apenas sentindo que é amado, que Ele está ao seu lado e que sabe tudo sobre você? Sem necessidade de argumentos, sem necessidade de dizer coisa alguma. Naquela hora, você não teve a sensação de que as palavras serviriam apenas para acabar com o momento?
     Se nosso relacionamento com Deus não inclui essa dimensão íntima, algo está faltando. Eu adoraria passar uma manhã com Jesus como aquela descrita por João. Para sentir a quietude de Sua presença, quando o silêncio fala mais alto do que as palavras mais eloquentes. Já é tempo de introduzir essa dimensão íntima em nosso relacionamento com Deus, para que nossas orações, nossos sermões, todo o nosso ministério sejam um genuíno e vivo encontro com Cristo.

Tempo para as Palavras

     O desjejum daquela manhã, entretanto, não terminou em silêncio. No meio do silêncio, Jesus faz uma pergunta: "Você Me ama?" (João 21:15).
     Ele fez a pergunta a Pedro, mas o eco chega até mim...: "Você Me ama?" O coração de Pedro pára de bater! Ele esperava qualquer coisa, menos uma pergunta tão íntima e perturbadora. Jesus pergunta: "Você Me ama?" A resposta a essa pergunta é o pré-requisito mais importante do nosso ministério e o pré-requisito mais importante do cristianismo.
     Por quê?
     Jesus perguntou a Pedro: "Você Me ama?" Apenas quando Ele Se convence do amor de Pedro é que o comissiona para o ministério: "Cuide dos Meus cordeiros" (versículo 15).
     A sequência das falas de Jesus é crucial. Se você não ama, então não pode servir. Se você serve sem amar, você pode satisfazer suas ambições pessoais, talvez seu desejo de poder, mas não estará cumprindo a missão dada por Cristo. Muitas vezes, ao longo da história, ministros sem amor praticaram "santificadas" formas de opressão e tirania.
     Hoje, somos simbolicamente convidados por Jesus a nos unir a Ele na praia do mar da Galileia. Ele preparou peixe e pão para nós, e nos convida para um momento de quietude com Ele. "'Venham comer'. E nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar-Lhe: 'Quem és Tu?' porque sabiam muito bem que era o Senhor" (versículo 12).
     Nós também sabemos que Jesus é o Senhor, caso contrário não diríamos que somos cristãos. Isso, porém, não é suficiente. Jesus faz mais uma pergunta: "Mikulas Pavlik, você Me ama?"
     Essa é uma pergunta tão embaraçosa, tão vergonhosa! Eu, tanto quanto Pedro, teria preferido que Jesus dissesse: "Mikulas Pavlik, você frequenta a igreja? Quantas pessoas você já levou ao batismo? Quantos cargos você possui na igreja?" Eu desejaria mostrar para Jesus o meu relatório de trabalho. Às vezes, sou muito bom nas coisas que podem ser mensuradas. Gostaria antes de dizer a Ele tudo o que realizei.
     Mas parece que Jesus não me ouve. "Não é isso que estou perguntando. Estou fazendo outra pergunta: Você Me ama?"
     "Senhor, sou um pastor, editor-chefe, diretor de departamento, presidente da União, secretário da Divisão, diretor do seminário teológico, realizo campanhas evangelísticas de sucesso, trabalho com os jovens, planto novas igrejas..."
     "Fico feliz com isso, mas não é isso que desejo saber. Minha pergunta é: Você Me ama?"

A Pergunta que me Mantém Acordado

     Será que amo a Jesus? Sou despertado todas as noites por essa pergunta. Às vezes, não tenho coragem de dizer "Sim".
Sinto-me como Pedro. Fico sem palavras. Entendo que essa pergunta é muito séria, muito importante para ser respondida despreocupadamente, de modo improvisado.
     Como posso amar a Deus? Desde criança, fui ensinado a obedecer a Deus, a respeitá-Lo, a temê-Lo. Mas, e a amá-Lo?
Poucas pessoas me ensinaram sobre isso.
     Jesus, porém, persiste fazendo essa pergunta, repetidamente: "Você Me ama?" Para mim, não é fácil respondê-la, assim como não foi fácil para Pedro. E, se eu não tivesse a certeza de que Jesus me ama, de que Ele me amou primeiro, nunca poderia dizer:

"SIM, SENHOR, TU SABES QUE TE AMO."

(E como Pedro se deve ter sentido aliviado quando Jesus lhe deu uma atenção especial, depois da grande traição que ele cometeu em relação a Ele na altura da crucificação! Mas Jesus levantou-o, e pô-lo ao mesmo nível dos outros discípulos. Ufa! Ele bem sabia que já não era digno de confiança. Só um grande Mestre e Pai bondoso faria isso... É a Psicologia exemplar de Jesus Cristo. O Mestre dos mestres! E.E.)


EM BUSCA DA FELICIDADE
O Antídoto Para a Solidão
Alguma vez você já se deparou com uma encruzilhada na vida e perguntou como poderia ser feliz? Com muita frequência, aquilo que achamos que é capaz de nos tornar felizes não tem poder para isso, e vivemos numa busca sem fim por algo que nunca conseguimos encontrar. Será que a felicidade prometida realmente aparece no final? Você está casado há sete, dez, vinte anos e, em certo momento, olha ao redor, vê o cônjuge, os filhos e tudo o que obteve... e ainda se sente sozinho?
Seus melhores amigos lhe oferecem uma festa. Todos estão felizes por você. Todos o cumprimentam. Mas, numa fração de segundo, você se encosta à parede, olha ao redor e descobre que, a despeito dos bons amigos e de toda a sorte que eles lhe desejam, você ainda está sozinho.
A solidão é o principal fator que nos leva a buscar a felicidade. A solidão, a ausência de uma relação humana significativa, elimina de nossa vida a alegria e o senso de propósito.
Como cristãos, nada disso deveria nos surpreender, uma vez que Jesus e os apóstolos tinham muito a dizer sobre o assunto. Eles indicaram claramente o caminho da felicidade, que não pode ser encontrado por meio de relacionamentos humanos perfeitos, posses materiais ou circunstâncias utópicas. Se a prioridade de uma pessoa é posse material, ela provavelmente vai descobrir que o medo e a ganância estão tomando conta de sua vida. Ao buscar a verdadeira felicidade, não precisamos abandonar todos os bens deste mundo, apenas definir quais são as prioridades em nossa vida.
Uma das consequências da verdadeira religião é que somos resgatados da solidão. Mas isso não acontece quando, ao orarmos, Deus envia o homem ou a mulher dos nossos sonhos, mas sim porque Ele nos ensina a ver os semelhantes como a nós mesmos, ter consciência de sua humanidade, seus medos e sentimentos, em vez de considerar apenas nossos interesses.
Com a verdadeira religião, não aprendemos como obter amigos, mas como ser um amigo. Passamos a aliviar a solidão de outros. Aprendemos a ouvir os problemas dos outros, em vez de exigir que eles ouçam os nossos.
Para a alma solitária, a religião oferece uma comunidade. Nosso lugar de culto nos oferece refúgio, um oásis de cuidado e consideração em meio a um mundo hostil e competitivo. No mundo do Mestre, devemos buscar "em primeiro lugar o Reino de Deus e a Sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas" (Mateus 6:33, NVI).
A felicidade é espiritual, nasce da Verdade e do Amor. Ela é desinteressada; portanto, não pode existir sozinha, mas requer que seja compartilhada com toda a raça humana.
Esse tipo de felicidade não é superficial. Ela brota do mais profundo de nosso ser, trazendo uma serenidade indescritível.
-ISRAEL RAFALOVICH, Bruxelas, Bélgica




Textos da Revista Adventist World, Julho 2010 - http://pt.adventistworld.org/

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Agora, voltando a uma importante passagem no final do 1º texto:

"Jesus, porém, persiste fazendo essa pergunta, repetidamente: 'Você Me ama?' Para mim, não é fácil respondê-la, assim como não foi fácil para Pedro. E, se eu não tivesse a certeza de que Jesus me ama, de que Ele me amou primeiro, nunca poderia dizer:"
SIM, SENHOR, TU SABES QUE TE AMO:
Edite Esteves, marido, filha, nora, filho, netas, netos, ... TODO AQUELE QUE QUISER...

JESUS TEM OS SEUS BRAÇOS (BEM) ABERTOS!