sexta-feira, 17 de junho de 2011

ENCONTRO COM O DEUS DA CRIAÇÃO



Busquei Deus.

Andei por colinas, desertos vazios e estéreis.
Explorei buliçosas cidades, percorri congestionadas estradas.
Procurei, mas não consegui encontrá-l'O.
Em aflição gritei pelo Seu nome!

E então a Sua reconfortante presença encheu-me o coração subjugado.


"Querida filha", sussurrou Ele, "estou mais perto de ti do que imaginas;
as coisas que Eu criei têm o propósito de to mostrar.


À noite, os Meus braços circundam-te no esplendor dos astros:
Arcturus, Saturno, Júpiter, as Plêiades, Sirius, Orion...
Sou Eu que guio os peixes até às praias, o pardal ao seu ninho
e guardo a beleza das pedras preciosas no Meu cofre.
Há seis mil anos, fixei a órbita do Sol, preparei as águias para o voo
e ensinei o leopardo a correr.

Eu sabia que o chimpanzé te divertiria com as suas momices
e que Me encontrarias nas brincadeiras dos golfinhos.

Durante anos, com o maná, sustentei uma nação. Livrei-a das pragas.
Abriguei o fugitivo Jonas no ventre de um grande peixe.
Dei forças a Sansão para brandir uma queixada de um jumento.
Enviei um corvo a Elias e um abrigo para a aflição de David.
O óleo para a viúva e uma rede de pesca na Galiléia
para os Meus discípulos labutarem.

Tu não podes cavalgar um cometa que se projecta no espaço.
Não podes fazer desaparecer nenhum misterioso buraco negro do céu.
Não consegues desenhar nenhuma das iridescentes asas de uma só borboleta
nem segurar nas tuas mãos uma montanha para lhe modificar o tamanho.

Não podes apagar o Sol ou esconder o fulgor da Lua cheia,
construir uma colmeia, tingir uma rosa ou fazer crescer uma espiga.
Mas podes caminhar ao Meu lado, ouvir a Minha voz e segurar a Minha mão.

E enquanto caminhamos juntos, tu e Eu, entenderás melhor o Meu amor por ti
em cada violeta que desabrocha aos teus pés,
no leque opalescente do pavão, no débil balido de um cordeiro."


Assim falou o Arquitecto da criação, quando separei tempo para orar.
Aprendi que Ele espera por mim no início de cada novo dia.

Achei-O!


Sim, achei-O na frescura do orvalho, num bálsamo curativo,
no azul do céu sem nuvens ao meio-dia.
Achei-O no crepúsculo.
Observei os Seus dedos que pintavam o céu com infindáveis opções de cores.
Os vivos matizes e as cores que se transformam deixam-me sem fôlego:
vejo o carmesim, o amarelo, o rosa, o ouro, passarem lentamente para o cinza.

Sinto a Sua mão em suaves brisas que me acariciam o rosto.
Encontro-O no gorjeio de um pássaro, no branco e puro lírio,
no raio de luar sobre o meu travesseiro no sossego da noite...

E assim, toda a vez que O busco ajoelhada em oração, sinto o bater do meu coração
e reconheço, feliz, que estou sob os Seus cuidados!


"Buscar-Me-eis e Me achareis, quando Me buscardes
de todo o vosso coração."
Jeremias 29:13

Lorraine Hudgins




RESPEITAR  E  COLABORAR  NA  PRESERVAÇÃO  
DA  CRIAÇÃO  DE  DEUS  
É  UM  PRAZER  E  O  DEVER  DE  CADA  UM  DE  NÓS

quarta-feira, 1 de junho de 2011

O ÚLTIMO BRINQUEDO


Lembro-me perfeitamente do último brinquedo que os meus pais me compraram: uma enorme nave espacial do então popularíssimo He-Man, herói loiro e musculado que ao lado da bombástica She-Ra (sua irmã gémea) combatia as forças do malvado Skeletor. Eu já tinha uma vasta parafernália de bonecos, incluindo o castelo Grayskull e o tigre verde que He-Man cavalgava nas batalhas, mas a nave espacial era a cereja em cima do bolo, longamente desejada.
Namorei-a durante tanto tenpo que quando chegou a altura de a comprar devia ter uns 14 ou 15 anos, e portanto já estava na idade em que era suposto gostar mais das minhas colegas de carne e osso do que de brinquedos de plástico... Resultado: a nave espacial foi comprada meio às escondidas, num misto de desejo e de vergonha, e jamais falei dela aos meus amigos - seria uma brecha infantil no muro do 'já não sou criança' que naquela altura tanto trabalho dava a pôr de pé.
Durante anos e anos, os brinquedos haviam sido uma fonte de perpétua felicidade. Achava impensável que um dia pudesse deixar de gostar deles: eu não iria ser como os outros, viveria até ser velho rodeado de fortes e naves espaciais, em batalhas épicas onde os maus tinham sempre mortes de curta duração - logo voltavam, mais malévolos e terríveis, disponíveis para vender cara a pele na próxima (e inevitável) derrota.
Todas estas memórias regressaram há 15 dias quando fui ao cinema com os meus filhos ver o maravilhoso Toy Story 3, um filme que parece que é para eles mas que é em primeiro lugar para nós, os adultos, eternos nostálgicos da nossa infância.
Adivinhem quem estava a limpar os olhos no final? Não eram eles, não - o momento em que Andy entrega os seus melhores brinquedos a uma nova criança é uma das cenas mais comoventes de toda a história do cinema de animação.
E é comovente porque nós nos revemos nela, porque quando temos filhos essa cena acontece em cada uma das nosssas casas. O Tomás hoje em dia dá nova vida aos meus índios e cowboys, aos gladiadores já sem tinta e aos carros com que fiz notáveis corridas entre as pernas das cadeiras da minha sala. Nas suas pequenas mãos, os meus velhos brinquedos ganham uma nova vida. Por isso, na próxima visita a Portalegre acho que vou mergulhar no sótão à procura da nave espacial do He-Man. Conheço a pessoa certa para a pôr a voar outra vez.

João Miguel Tavares - Jornalista
Ilustração de José Carlos Fernandes



UM TEMPO PARA SI

Ele era um jovem casado, pai de um filho de seis anos. Ao olhar para o futuro, queria ser capaz de dar à sua família mais do que aquilo que o seu actual trabalho e salário permitiam. Por isso, começou a sua própria empresa.
Ser propretário de uma empresa pode parecer empolgante, mas a maioria das pessoas não compreende o tremendo dispêndio de tempo que um negócio implica. Deu por si a trabalhar doze, catorze e até dezasseis horas por dia, sete dias por semana. Essa situação prolongou-se durante meses. Como era de esperar, um horário desses reflectiu-se na sua família.
Um dia, estava este jovem empresário no trabalho, quando deu por falta de um papel de que precisava com muita urgência. Tinha-o deixado em casa. Assim, durante a hora do almoço, foi buscá-lo. Subiu as escadas a correr, foi ao quarto, agarrou no documento, e voltou a descer, sempre a correr. Já ia a meio da sala de jantar quando o seu filho o viu. O menino já não estava com o pai há semanas, uma vez que, quando acordava, já ele tinha saído e, quando o pai regressava a casa, já ele estava a dormir.
"Papá, papá", gritou o menino a correr para ele. "Fica comigo!" Agarrado à perna do pai, recusava-se a deixá-lo partir. Não conseguindo livrar-se do filho, o pai ajoelhou-se e deu-lhe um abraço.
O sétimo aniversário do filho seria em breve, por isso disse-lhe: "Agora tenho de ir para o trabalho, mas volto já. Está quase a chegar o teu dia de anos. O que queres que te dê? Diz-me que eu compro. O que tu quiseres!"
O menino respondeu: "Quero-te a ti, Papá."
"Mas tu tens-me", respondeu. "Diz-me só o que tu queres para os teus anos e eu compro-te, se me deixares voltar para o trabalho agora. Queres um jogo de vídeo, um cãozinho ou um combóio eléctrico? O que é que tu queres?"
"Só te quero a ti. Quero que passes o dia comigo, Papá."
Foi então que ele percebeu que tinha de fazer mudanças drásticas na sua vida. Tomou consciência de que tinha tentado comprar o seu filho com coisas, quando tudo o que ele queria, realmente, era o tempo do seu pai. O seu filho queria mais passar tempo com o pai do que qualquer outra coisa.


Mike Tucker in Um Tempo Para Si



«BRINQUEDOS SEM AMOR»

(Tempo e Presença)

«NÃO PRESTAM!»


Alexandre Correia



domingo, 15 de maio de 2011

DIÁRIO DE UM DONO DE CASA




Porque se queixarão as mulheres das lides domésticas se basta um pouco de organização?!


Segunda-feira - Sozinho em casa. A minha mulher foi passar a semana fora. Ora aí está uma excelente mudança. Vamos passar uma semana inesquecível, o cão e eu.
Delineei um programa e organizei o meu horário. Sei exactamente a que horas me levantar, quanto tempo demoro na casa de banho e a preparar o pequeno-almoço.
Acrescentei o número de horas de que preciso para lavar a louça, fazer limpezas, passear o cão, ir às compras e cozinhar. Fiquei agradavelmente surpreendido com o muito tempo livre que ainda terei. Não percebo porque é que as mulheres se queixam da lide da casa se tudo isso exige tão pouco tempo. O segredo está numa boa organização.
O cão e eu comemos um bife cada um ao jantar. Vesti-me a rigor, acendi uma vela e pus rosas numa jarra para criar uma atmosfera aprazível. O cão comeu pâté de foie gras como entrada, repetiu a dose como prato principal, com uma requintada guarnição de legumes, e biscoitos à sobremesa. Eu bebi vinho e fumei um charuto. Há muito que não me sentia tão bem.

Terça-feira - Tenho que dar uma olhada ao meu horário. Uns pequenos acertos.
Expliquei ao cão que não se pode ter festa todos os dias e que, por isso, não pode estar à espera de entradas e três tigelas de comida, que, é claro, tenho de lavar.
Ao pequeno-almoço, verifiquei que o sumo de laranja natural tem um inconveniente. É preciso lavar sempre o espremedor. Alteração possível: fazer sumo para dois dias. Assim, só tenho metade do trabalho.
Descoberta: posso aquecer as salsichas dentro da sopa. Menos uma panela para lavar.
É claro que não pretendo aspirar todos os dias, como a minha mulher queria. De dois em dois dias é mais que suficiente. O segredo está em andar de chinelos e limpar as patas do cão. Quanto ao resto, sinto-me optimamente.

Quarta-feira - Tenho a impressão de que afinal a lida doméstica leva mais tempo do que pensava. Preciso de repensar a minha estratégia.
Primeiro passo: comprei um saco de comida rápida. Não tenho de perder tempo com cozinhados. É um disparate perder mais tempo a preparar a comida que a comê-la.
A cama é outro problema. Primeiro é preciso sair de dentro do edredon, a seguir arejá-lo e por fim fazer a cama. Que complicação! Acho que não vale a pena fazê-la todos os dias, sobretudo porque nessa mesma noite voltarei a deitar-me. Parece-me uma tarefa inútil.
Deixei de fazer refeições complicadas para o cão. Comprei algumas de lata. Ele fez má cara, mas não teve outro remédio senão comê-las. Se tenho de arranjar-me com refeições pré-cozinhadas, ele não é mais do que eu.

Quinta-feira - Acabou-se o sumo de laranja! Como é que um fruto aparentemente tão inocente causa tamanha confusão? É inacreditável! Vou passar a comprar sumo engarrafado pronto a beber.
Descoberta: consegui sair da cama quase sem a desfazer. Basta-me depois alisar ligeiramente a roupa. Claro que é preciso uma certa prática, e não me posso mexer muito durante o sono. Doem-me um bocado as costas, mas nada que um bom duche quente não possa resolver.
Deixei de fazer a barba todos os dias. É uma perda de tempo. Assim, também ganho uns minutos preciosos que a minha mulher, como não tem de fazer a barba, nunca perde.
Descoberta: não vale a pena usar um prato lavado de cada vez que como. Lavar a louça tantas vezes começa a dar-me cabo dos nervos. O cão também pode comer só numa tigela. Afinal de contas, é um animal.
Nota: cheguei à conclusão de que basta aspirar, no máximo, uma vez por semana.
Salsichas ao almoço e ao jantar.

Sexta-feira - Adeus sumos de fruta! As laranjas são muito pesadas.
Descobri o seguinte: as salsichas sabem bem de manhã. Ao almoço, nem por isso. Ao jantar, nem vê-las! Salsichas mais de dois dias seguidos enjoam.
O cão, esse, está a comida seca. Afinal de contas tem os mesmos nutrientes e não suja a tigela. Descobri que posso comer a sopa directamente da panela. Sabe ao mesmo. Nem tigela nem concha. Assim já não me sinto tanto como uma máquina de lavar louça.
Já não lavo o chão da cozinha. Irritava-me tanto como fazer a cama.
Nota: acabaram-se as latas. O abre-latas fica todo pegajoso!

Sábado - Que ideia é esta de me despir à noite se tenho de voltar a vestir-me de manhã? Aproveito mas é o tempo para ficar mais um bocadinho na cama. E também não preciso da colcha, por isso a cama está sempre feita.
O cão encheu tudo de migalhas. Pu-lo na rua de castigo. Não sou criado dele! Que estranho!! De repente, dei-me conta de que é o que a minha mulher me diz às vezes...
Hoje é dia de fazer a barba, mas não me apetece nada. Tenho os nervos em franja.
Ao pequeno-almoço, só coisas que não preciso de desembrulhar, abrir, cortar, polvilhar, cozinhar nem misturar. Tudo coisas que me incomodam.
Plano: comer directamente do saco em cima do fogão. Nem pratos, nem talheres, nem toalha, nem nenhum disparate desses.
Tenho as gengivas um bocado inflamadas. Deve ser da falta de fruta, que é muito pesada para carregar. Se calhar, estou com um princípio de escorbuto.
A minha mulher telefonou à tarde a saber se tinha lavado as janelas e posto a roupa a lavar. Desatei a rir, meio histérico. Disse-lhe que não tinha tempo para essas coisas.
Há um problema com a banheira. Está entupida com esparguete. Também não estou para me chatear. Não me incomoda muito, porque deixei de tomar duche.
Nota: o cão e eu comemos juntos directamente do frigorífico. Tem é de ser depressa. Não convém deixar a porta aberta muito tempo.

Domingo - O cão e eu estamos sentados na cama a ver televisão. Vemos pessoas a comer todo o tipo de iguarias. Salivamos os dois. Ambos estamos fracos e rabugentos.
Esta manhã comi da tigela do cão. Nenhum de nós gostou.
Precisava de me lavar, barbear, pentear, fazer comida para o cão, levá-lo a passear, lavar a louça, limpar a casa, ir às compras e uma série de outras coisas, mas não arranjo forças. Sinto que estou a perder o equilíbrio e que a vista me está a faltar.
O cão deixou de abanar a cauda.

Num último reflexo de sobrevivência, arrastámo-nos até um restaurante. Durante uma hora, comemos toda a espécie de pratos óptimos.
Em seguida, fomos para um hotel. O quarto é limpo, arrumado e confortável. Descobri a solução ideal para o governo da casa. Não sei se a minha mulher já se terá lembrado disto!

Ivan Kraus in Selecções do Reader's Digest - Setembro de 1998



"Não sou criado dele! Que estranho!! De repente, dei-me conta de que é o que a minha mulher me diz às vezes..."

"Que estranho!!" Não é Esposas?... E porquê?...


(comentário de Edite Esteves)

domingo, 1 de maio de 2011

MÃE,
MULHER QUE NÃO TEM IGUAL


Mãe!
Branca, negra, amarela ou pele-vermelha;
Rica ou pobre, fidalga ou plebeia,
É para ti este poema, esta centelha
De Amor filial, que o teu amor premeia!

              Se és senhora ou escrava, rainha ou camponesa;
              Se em salões habitas cercada de ouro e prata,
              Ou em tugúrio humilde escondes a pobreza,
              O sofrimento e a dor que te mata;

Se em cátedra te sentas, mostrando o teu saber;
Se o mundo inteiro, atento, escuta o teu falar,
Ou se nem teu pobre nome sabes escrever
E do teu saber nada tens para ofertar;

              Se em berço dourado o teu filho embalas,
              Ou se em farrapos o seu corpo encobres;
              Se o mostras ao mundo, vestido de galas,
              Ou o sustentas com o pão dos pobres;

Se em abastança vives e em nada te agastas;
Se é calmo e feliz todo o teu viver,
Ou se pelas ruas tua miséria arrastas
E em cruenta luta vais desfalecar;

              Se, plena de orgulho, o teu filho ostentas;
              Se no teu lar vais vê-lo crescer,
              Ou se escorraçada quase não aguentas
              A vergonha e o abandono em que vais viver;

Se de todos tens o carinho e o amor,
Tudo o que desejas p'ra ao teu filho dar,
Ou, se em vez de tudo, só te resta a dor
De abandonada e só, haveres de lutar,

MÃE!
              És sempre a MULHER que não tem igual,
              vivas num palácio ou numa cabana!
              Que amor é o teu, que não tem rival!
              Que nobreza a tua, que outra não irmana!

Amor sublime, de renúncia feito!
Grandioso, imenso, abnegado amor!
Que coração o teu! Dentro do teu peito
Se alberga, silente, muita vez, a dor!

MÃE!
              Eu te quero muito, seja como for
              O teu viver, e o meu viver, também!
              Quero dar-te amor em troca desse amor
              Que sempre tu me dás, ó minha MÃE!


                                                        Maria Augusta Pires,
                                                        uma GRANDE Mulher!



       (clique na imagem para ler)

quinta-feira, 21 de abril de 2011

"VERDADEIRAMENTE ESTE ERA O FILHO DE DEUS"


"E o centurião, vendo o que tinha acontecido, deu glória a Deus, dizendo: Na verdade, este homem era justo!" Lucas 23:47

       O capitão da guarda romana na Crucificação não era um prosélito judeu. Criado numa cultura que enfatizava a invencibilidade romana, pouco pensava no destino de qualquer judeu. Como líder de 50 a 100 membros treinados de uma legião, o centurião tinha dado por si numa guarnição do pior posto fronteiriço do império. Sinónima de insurreição e revolta, a Palestina era um viveiro de assassinatos e intrigas.
       Repetidamente, tinha tido de subverter insurreições causadas por sucessivos 'messias', cada um deles gabando-se de que iria salvar a nação judaica da opressão romana.
       Contudo, no meio do tumulto, ele encontrou algo que mudou a sua vida quando teve de levar a cabo a sentença de morte de um homem chamado Jesus.
       "Quando as trevas se ergueram de cima da cruz e o Salvador soltou o Seu clamor agonizante, ouviu-se imediatamente outra voz dizendo: 'Verdadeiramente este era o Filho de Deus'" (Mateus 27:54). Estas palavras não foram ditas em segredo. Todos os olhos se viraram para ver de onde vinham.
       Quem tinha falado? Fora o centurião, o soldado romano. A paciência do Salvador e a Sua súbita morte, com o grito de vitória nos lábios, impressionaram este pagão. No ferido e débil corpo pendente na cruz, o centurião reconheceu a figura do Filho de Deus. Não pôde deixar de confessar a sua fé. Assim foi novamente dada a prova de que o nosso Redentor devia ver o resultado do Seu sofrimento. No mesmo dia da Sua morte, três homens, bem diferentes uns dos outros, declararam a sua fé - o que comandava a guarda romana, o que transportou a cruz do Salvador e o que morreu na cruz ao Seu lado."
       O anoitecer aproximava-se, e, com ele, um silêncio estranho. A maior parte daqueles que estavam à volta da cruz afastaram-se, silenciosos, rumo às suas casas. A multidão que tinha gritado "Crucifica-O, Crucifica-O", tinha acalmado. Quando a escuridão se levantou, muitos convenceram-se de que os sacerdotes tinham condenado uma pessoa inocente. "O véu do templo, rasgado tão misteriosamente, mudou as ideias religiosas de muitos dos sacerdotes judeus, e um grande grupo mudou a sua fé." Muitos mais acreditaram que em Jesus, tinham, verdadeiramente, visto o Filho de Deus crucificado.
Milhares hoje têm de decidir sobre a Sua divindade e milhares proclamam como o centurião romano: "Verdadeiramente Este era o Filho de Deus."

David Metzler (Oficial do Corpo de Dentistas da Marinha Norte-Americana) in Jesus... Para Mim, pág. 342, com citações de Ellen White in Desejado de todas as Nações - Publicadora SerVir

(A caminho do Calvário, "um estranho, Simão, o cireneu, vindo do campo, encontra-se com o cortejo. Ouve os escárnios e as obscenidades da multidão; ouve as palavras repetidas com desdém: Abram caminho para o Rei dos judeus! Detém-se espantado com a cena; e, enquanto exprimia compaixão, agarram-no e põem-lhe a cruz sobre os ombros." "A cruz que ele (Simão) foi forçado a levar, tornou-se o meio da sua conversão. A sua simpatia para com Jesus era profunda; e os eventos do Calvário, e as palavras ditas pelo Salvador, fizeram com que reconhecesse que Ele era o Filho de Deus".)
Idem pág. 333




CACOS OU VASOS DE HONRA?


"E disse a Jesus: Senhor, lembra-Te de mim, quando entrares no Teu reino." Lucas 23:42


Nesta oração encontramos revelada a missão de Cristo nesta Terra: salvar o pecador (Lucas 5:32; 19:10).

O ladrão da cruz é esse pecador que clama por salvação. Clama a quem? A um outro homem também ele crucificado, humilhado, ferido e desprezado, mas em Quem o ladrão vê a marca da Divindade.

E, quando a multidão Lhe chama impostor: "Se Tu és o Filho de Deus, desce, salva-Te" (Lucas 23:35, 37, 39), o ladrão chama-Lhe Senhor, a Majestade do Céu, o Verbo feito carne, que não desce, nem Se salva, para o poder salvar - a ele, a si e a mim.

Muitos chamaram Senhor ao Jesus dos milagres, muitos chamaram Senhor ao Jesus ressurrecto, mas ao Jesus da cruz, que não fazia milagre nenhum, só o ladrão Lhe chamou Senhor.

O povo pedia uma demonstração de poder. O ladrão aceitava a demonstração de amor e perdão que o Céu ofertava ao pecador.

"Senhor, lembra-Te de mim!" E o que havia na vida deste homem que valesse a pena lembrar? Crimes, homicídios, desonestidade? Nada!
Porquê? Porque uma vida sem Jesus é nada. "Sem Mim nada podeis fazer" (João 15:5).

E uma oração é tudo o que este pecador entrega nas mãos do Oleiro.
"Nada sou, nada tenho, Senhor. Podes fazer alguma coisa deste barro feito em cacos, que é a minha vida?"

O povo tinha tirado tudo àqueles homens. Mas ninguém podia tirar ao ladrão da cruz o poder do arrependimento e da fé.

Ninguém podia tirar a Jesus o poder do perdão e da salvação; nada, nem ninguém, pode tirar Cristo do nosso coração, a não ser nós mesmos.

O Senhor da cruz, com a Sua humanidade, tocou a frágil mão do homem e com a Sua divindade, tocou a poderosa mão do Pai, reconciliando assim o pecador com o Céu.

"Estarás comigo no Paraíso" (Lucas 23:43), é a resposta de Jesus a todo aquele que se arrepende e crê.

Cacos ou vasos de honra? A decisão é sua. Coloque a sua vida nas mãos do Oleiro e caminhe diariamente com Ele.

O Paraíso prometido e restaurado será apenas o continuar desse relacionamento sentido e vivido aqui e agora.


Inês Espírito Santo


quinta-feira, 7 de abril de 2011

7 de Abril
DIA MUNDIAL DA SAÚDE



O Dia Mundial da Saúde é comemorado desde 1950, lembrando a criação da Organização Mundial da Saúde (OMS), neste dia, em 1948.

Segundo a OMS, a saúde é o mais completo estado de bem-estar físico, mental e social, e não a simples ausência de doença. Ou seja, uma pessoa saudável não é aquela que não está doente, mas a que tem o corpo e a mente a funcionarem em harmonia.

A saúde e a vida são os bens mais preciosos do ser humano. Mas, infelizmente, existe a doença. Apesar do elevado desenvolvimento da medicina, a melhor forma de vencer a doença é a prevenção, através de uma vida saudável. As pesquisas mais recentes sugerem como prevenção: comer menos carne e enlatados, mais frutas, verduras, legumes e cereais integrais. Evitar fritos e o uso de gorduras animais. Não fumar nem ingerir bebidas alcoólicas. Usar sumos naturais em vez de refrigerantes.

Para ter boa saúde física e mental, é necessário obedecer às leis naturais. Usar de bom senso, evitando os excessos. Alimentar-se a horas regulares e mastigar bem os alimentos. As horas da refeição devem ser vividas num ambiente descontraído, de alegria e gratidão.

Para que o equilíbrio seja perfeito, é necessário fazer também uma caminhada diária de, pelo menos, 30 minutos. Deve, de igual modo, privilegiar-se o sono e o repouso adequados.

E nunca esquecer de beber água, no intervalo das refeições. Quantos copos por dia? O ideal é 6 a 8 copos - 5 para se manter vivo, 8 para se sentir muito bem e 10 para rejuvenescer. A questão da água é vital para a saúde e a vida.
Como prova disto, está a conquista do Monte Evereste. Em 1952, os suiços efectuaram uma tentativa bem planeada, mas falharam apenas a 240 metros do ponto mais alto. Descobriu-se que os montanhistas tinham bebido menos do que 2 copos de água por dia. Esta era uma quantidade muito pequena para homens que estavam a fazer um tão grande esforço, a uma altitude tão elevada. Por isso, no ano seguinte, quando os britânicos, comandados por Edmund Hilary, efectuaram a sua tentativa, os montanhistas beberam uma média de 12 copos de água por dia. Qual o resultado? Pergunta-se. Os britânicos tiveram êxito e colocaram a primeira bandeira no pico mais alto do mundo. De acordo com Sir John Hunt, o organizador da expedição britânica, muito do sucesso alcançado foi devido à ingestão da água em abundância.

A água é de facto, a melhor bebida. Sem calorias, mas muito saudável.
Pela sua saúde e pela sua vida, beba água para se manter vivo, sentir-se bem e para rejuvenescer.


Portanto, é prioritário fazer boas escolhas e adoptar um estilo de vida saudável para ser feliz.



Ezequiel Quintino - Teólogo, Jornalista e Director da Rádio Clube de Sintra no seu livro pensar faz bem
(textos do programa da Rádio Clube de Sintra)




MARCHO, CORRO, LOGO EXISTO


       Há uns bons quarenta anos, houve um indivíduo, na América do Norte que, cansado da sua doença cardíaca, decidiu pôr termo à existência. Porém, não o queria fazer dum modo que parecesse aos outros um indício de vileza ou de cobardia. Então, pôs-se a correr, dia após dia, significativos percursos, na convicção de que essa acção persistente lhe havia de trazer a morte. O resultado que obteve foi exactamente o contrário do que pretendia. Progressivamente, foi-se sentindo melhor, tanto física como mentalmente, e readquiriu o gosto por viver. Ficou a dever a vida, literalmente, às grandes caminhadas e às olímpicas correrias em que se envolveu.


       Nesse tempo, muito pouco valor se dava geralmente a este tipo de exercício, como terapêutica por excelência. Foi então que surgiu o Dr. Cooper, um dos grandes impulsionadores desta actividade que, no início da década dos anos setenta, dissertou muitas vezes sobre a influência da actividade física regular nos parâmetros do jogging (palavra até então praticamente desconhecida) sobre a saúde e sobre o bem-estar das pessoas. Estas ideias acabariam por se estender a milhões de pessoas no mundo inteiro, com extraordinários benefícios.
       Cooper elaborou umas tabelas simples, claras e específicas e, portanto, de fácil leitura, interpretação e adesão para todas as pessoas em qualquer lugar e com qualquer idade, desde que desfrutem duma condição de saúde aceitável.
       Tudo começava por aquilo que ficou conhecido como Teste de Cooper. Tratava-se de correr durante 12 minutos, o mais depressa possível, e depois verificar a distância que tinha sido percorrida. Conforme essa distância, o sexo e a idade da pessoa, assim ela ficava incluída num determinado grupo de acção.
       Uma vez conhecido o grupo ao qual pertencia, passava o interessado a fazer, cinco vezes por semana, uma gama de exercícios físicos que deviam ser realizados ao longo dos anos. Eis o testemunho de um dos pioneiros que, em Portugal, aderiram a este plano:

       "A minha vida foi sempre de intensa actividade intelectual e muito diferenciada, o que obrigava, naturalmente, a um desgaste enorme de energia mental. Quando tomei conhecimento do programa de Cooper, acreditei nele. Foi uma questão de confiança. Fiz o teste e comecei a praticar com regularidade. Ao princípio, tive de ser discreto, pois correr pelas ruas seria interpretado como uma demência menor. Então, corri entre os pinheiros nas matas, junto ao mar ou à beira da ria. E fazia uma grande descoberta: À medida que ia correndo os 30 minutos da praxe, o cansaço ia desaparecendo. No fim tomava um banho morno e sentia-me tão enérgico no final do dia como pela manhã. Tenho feito este exercício, quase diário, ao longo de várias dezenas de anos, e foram elevados os juros que recebi, ano após ano, por este investimento."

       Ao concluir, diria que este testemunho - entre milhares de outros que podiam ser dados - mostra um caminho salutar e de grande significado no mundo contemporâneo. Assoberbados por trabalhos desgastantes, problemas de família, trânsito desordenado e confusão social, a prática regular do exercício aeróbico - como a corrida, a marcha, a natação, o ciclismo - pode representar a diferença entre uma certa plenitude e os diversos aspectos do declínio físico e mental. Como outrora disse o grande filósofo Descartes, tambem nós podemos dizer: je pense donc je suis. Que, no espírito deste texto, se poderia traduzir pelo seu título: Marcho, Corro, Logo Existo.

José Manuel de Matos
Licenciado em Humanísticas




SE NÃO PODE CORRER, CAMINHE! SE NÃO PODE CAMINHAR,
MEXA-SE!!

A VIDA É MOVIMENTO!!!

(Mas antes de qualquer programa de actividade física
consulte o seu médico
)

sábado, 19 de março de 2011

PAI versus Papá



Desde que fui abençoado com uma criança na minha vida, compreendi que tenho dois papéis distintos para ela. Sou pai e papá. Há quem tenha as suas responsabilidades e os papéis confundidos, mas alguns de nós percebemos a diferença.


Soube que era um pai quando fiquei feliz por a minha mulher ter engravidado.
Soube que era um papá quando compreendi que agora tinha uma razão forte para ir à loja de brinquedos.

Dei-me conta de que era um pai quando tocava, com ternura, a criança que crescia no ventre da minha mulher.
Soube que era um papá quando conversava e contava graças à sua barriga grávida.

Soube que era um pai no dia em que vi nascer a minha filha.
Tornei-me um papá quando olhei para aquele bebé recém-nascido e chorei.

Era um pai quando lutava para lhe mudar a fralda e a limpar.
Soube que era um papá quando compreendi que não me importava de o fazer.

Quando sou pai, corrijo cuidadosamente os erros da minha filha.
Como papá, digo-lhe o que aprendi com alguns dos meus próprios erros.

Como pai, penso em todas as responsabilidades que advêm de ter uma filha.
Quando sou papá, dou-me conta do quanto amo a minha família e de como não consigo pensar na vida sem ela.

Quando sou pai, tenho muito cuidado ao comprar brinquedos que sejam seguros para a minha filha.
Como papá, certifico-me de que tenho tempo para brincar com ela e com os seus novos brinquedos.

Quando sou pai, há sempre alturas em que tenho de disciplinar a minha filha por transpor as regras.
Quando sou um papá, falo-lhe de todas as regras que eu também tenho de cumprir e de que não gosto.

Como pai, procuro actividades que ensinem alguma coisa à minha filha.
Como papá, tento encontrar coisas que possamos aprender juntos.

Quando sou pai, certifico-me de que a minha filha limpa tudo o que sujou.
Quando sou um papá, compreendo quando ela me mostra coisas que sujei e que devo limpar.

Como pai, digo à minha filha para fazer o seu melhor quando tenta algo de novo.
Quando sou um papá, compreendo quando as coisas não correm bem e digo-lhe que não faz mal.

Quando sou pai, ensino à minha filha que não há monstros ou coisas parecidas.
Como papá, compreendo que ela tenha medo deles.

Como pai, sinto sempre alívio quando, ao entrar em casa, vejo que a minha filha está segura no lar.
Como papá, mal posso esperar por aquele abraço de boas-vindas.

Como pai, certifico-me de que a minha filha está bem agasalhada antes de ir brincar na neve.
Como papá mostro-lhe a melhor maneira de fazer um boneco de neve.

Como pai, não tenho problema em correr ao lado da bicicleta da minha filha, segurando-a enquanto ela aprende a andar.
Quando sou um papá há uma parte de mim que desejava não ter de a largar.



Ao caminhar com a minha família, sei que o futuro fará com que fiquemos todos um pouco mais velhos. O tempo tem uma forma de fazer com que a criança que vemos todos os dias se torne adulta. Quando a minha filha crescer, espero que nunca se esqueça de que serei sempre o seu pai, e que nunca queira esquecer-se que eu amei muito ser seu papá.

J. Michael Krivyanski
Saúde & Lar - Março 2011



terça-feira, 8 de março de 2011

HOMENAGEM À MULHER








QUAL FOI
O ACONTECIMENTO
DO ANO
EM PORTUGAL?




Para mim, é a repetição do milagre que as mulheres portuguesas
continuam a fazer.

Estão nas filas dos transportes públicos às seis da manhã
para ir para o trabalho
e depois, à noite, em casa, vão mantendo tudo como
se lá tivessem estado todo o dia.

Face ao que fazem todos os dias, tudo o mais no País
é realmente banal.
Mário Crespo (Jornalista)

Revista  NOTÍCIAS  SÁBADO  do  JN - 30 de Dezembro de 2006





Minha Querida Amiga:
       
Felizmente que há o Dia da Mulher porque, doutro modo, seria mais difícil encontrar um pretexto para nos dirigirmos às Mulheres e dizer-lhes aquilo que o Mundo delas espera. Porque há muitas coisas que permanecem escondidas e que precisam ser conhecidas para sabermos como há
-de ser feito o futuro.

       Como já dissemos o ano passado, o masculino, ao construir a História através do processo do poder, e, ao excluir a mulher dessa tarefa, fez com que ela fosse cultivando outros valores, especialmente ligados ao mundo dos afectos, e que estão fora da galáxia do poder. O problema de hoje é que o homem precisa de integrar no seu processo de formação e comportamento, esses valores que a mulher desenvolveu enquanto esteve ausente.

       O que o futuro espera da Muher é a sua contribuição para a mudança do modelo de vida das sociedades. As mulheres demonstraram já que podem ser iguais. Trata-se de tomar consciência de que devem ser diferentes. Porque a intervenção na sociedade não é um exclusivo do processo do poder. Sabemos que, muitas alterações dos comportamentos políticos e sociais já são indicadores duma lenta e subtil passagem das sociedades do poder para as sociedades de diálogo, afecto e cultura.

       No dia de hoje gostaríamos de chamar a atenção para esta necessára mudança que fez dizer ao poeta Louis Aragon que "a mulher é o futuro do homem".

       Ao desejar-lhes ânimo e coragem para continuar essa nobre missão, e exprimindo desde já o nosso reconhecimento, somos:


António  Alçada  Baptista (Escritor)  &  Biocel  Lda  -  08.03.1995

Subsidiária da Roche Farmacêutica Química Lda.





segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O PODER DO AMOR



A história de amor deste jovem casal é uma das mais trágicas da literatura mundial. Tudo começou quando Abelardo, brilhante filósofo e poeta francês do século XII, se apaixonou pela sua aluna Heloísa. Após um relacionamento arrebatado, que resultou no nascimento de uma criança e num casamento secreto subsequente, o tio de Heloísa vingou-se de Abelardo, ordenando que ele fosse castrado. Após esse castigo cruel, Abelardo retirou-se para um mosteiro e convenceu Heloísa a fazer o mesmo. Do seu convento, Heloísa escreveu esta carta ao ex-marido e namorado. A carta está reproduzida em trechos.

Querido Abelardo

       Você e o mundo todo sabem o quanto perdi ao ficar sem você. Isso que fizeram contra nós, esse acto supremo de traição roubou você de mim e roubou-me de mim mesma.
       A minha tristeza pela perda nada é comparada ao que sinto pela maneira como perdi você. Seguramente, quanto maior a causa da dor, maior a necessidade de consolo, e esta ajuda ninguém pode trazer além de você; você
é a única causa da minha tristeza e somente você pode conceder-me a graça do consolo. Somente você tem o poder de entristecer-me e de trazer-me felicidade ou consolo; somente você tem uma dívida tão grande para comigo, particularmente agora que executei todas as suas ordens tão obedientemente que, mesmo não tendo forças para me opor a você em nada, encontrei forças para obedecer à sua ordem de me anular a mim mesma.
       Fiz mais, por estranho que pareça: o meu amor elevou-se a tal intensidade que roubou a mim mesma o que mais desejava, sem nenhuma esperança de recuperação, e cumprindo o que você pedia, mudei as minhas roupas juntamente com a minha atitude, a fim de provar que você era o único possuidor tanto do meu corpo quanto da minha vontade.
       Deus sabe que nunca procurei coisa alguma em você além de você mesmo; não queria nada do que era seu; queria simplesmente você.
       Os meus próprios prazeres e desejos não procurei gratificar, como bem sabe, mas sim os seus. O nome de esposa pode parecer mais sagrado ou mais forte, porém mais doce para mim será sempre a palavra namorada.
       Acreditei que, quanto mais eu me humilhasse por sua causa, mais gratidão conquistaria da sua parte, e também menos estragos infligiria ao brilho da sua reputação...
       Diga-me uma coisa se puder. Por quê, após nos termos isolado um do outro, que foi uma decisão unicamente sua, tenho sido negligenciada e esquecida por você, a ponto de não ter nem uma palavra sua quando você não está aqui para me dar forças, nem o consolo de uma carta na sua ausência?
       Imploro, então, que ouça o que peço - verá que é um pequeno favor que pode facilmente conceder-me. Enquanto me é negada a sua presença, dê-me pelo menos através das suas palavras - das quais você tem o suficiente e mais - alguma doce lembrança de si mesmo...
       Em nome de Deus a quem você se dedicou unicamente, imploro-lhe que restaure a sua presença para mim da maneira que puder, escrevendo alguma palavra de consolo, para que nela, pelo menos, eu possa encontrar maior força e disposição para servir a Deus... Imploro que pense no que me deve, dê ouvidos
às minhas súplicas, e terminarei uma longa carta com um breve final: adeus, meu único amor.

CARTAS INSPIRATIVAS, Compiladas e Editadas por Ben Alex



(Muita força! Mas demasiado doloroso!...
Leia mais em LEITURAS PARA A VIDA:  Sexo - Uma encruzilhada - 08.03.2011)


sábado, 1 de janeiro de 2011

COMO É A SUA CIDADE?


       Havia um homem idoso e muito sábio. Todos os dias ele se sentava, na sua cadeira
de baloiço, ao lado de um posto de gasolina,
e esperava para cumprimentar os motoristas que transitavam pela sua pequena cidade.
       Um certo dia, a neta desse homem sentou-se aos pés da sua cadeira e passou um longo tempo a fazer-lhe companhia.
       Enquanto eles observavam as pessoas a chegar e a partir, um homem alto, que parecia um turista - pois o avô e a neta conheciam todos os moradores da cidade - começou a andar de um lado para o outro como se estivesse a examinar o local para ali morar. O indivíduo aproximou-se dos dois e perguntou:
       - Como é esta cidade?
       O senhor idoso virou-se lentamente e disse:
       - E como é a cidade de onde o senhor vem?
       - Na cidade de onde eu venho - respondeu o turista - todo o mundo critica todo o mundo. Os vizinhos fazem mexericos. É um lugar péssimo para viver. Estou feliz por sair de lá. Não é nada agradável.
       O homem sentado na cadeira de baloiço olhou para o estranho e disse:
       - Sabe de uma coisa? Esta cidade é exactamente assim.

       Mais ou menos uma hora depois, uma família que também estava de passagem pela cidade parou para reabastecer. O carro rodou lentamente e parou diante do local onde o senhor idoso e a sua neta se encontravam. A mãe saltou do carro com as duas crianças pequenas e perguntou onde ficava a casa de banho. O homem na cadeira de baloiço apontou para uma pequena placa curva e pendurada, presa apenas por um prego do lado de fora da porta. O pai desceu do carro e perguntou ao senhor idoso:
       - Esta cidade é um lugar bom para a gente viver?
       O senhor idoso respondeu com uma pergunta:
       - Como é a cidade de onde o senhor vem?
       O pai olhou para ele e disse:
       - A cidade de onde venho é muito prestativa. Todos estão sempre a querer ajudar o vizinho. Por todos os lugares por onde andamos, ouvimos sempre um cumprimento e uma palavra de agradecimento. Detesto ter de me vir embora de lá. Parece que estou a deixar a família para trás.
       O senhor idoso virou-se para o pai e deu-lhe um sorriso caloroso.
       - Sabe de uma coisa? Esta cidade é muito parecida com a sua.

       A família agradeceu, voltou ao carro, acenou despedindo-se e partiu.
       Após alguns minutos, a neta olhou para o avô e perguntou:
       - Vovô, por que disseste ao primeiro homem que esta cidade era um lugar horrível para viver e depois disseste ao pai da família que era um lugar maravilhoso?
       - O avô olhou carinhosamente para os olhos azuis e inquisitivos da neta e disse:
       - Seja qual for a cidade onde vamos morar, carregamos connosco as mesmas atitudes, e é isso que torna o lugar horrível ou maravilhoso.


Recontada por Kris Gray
Histórias para o Coração - Editora United Press



«O mundo toma a cor dos teus olhos
e
o amor do teu coração»


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