sábado, 19 de março de 2011

PAI versus Papá



Desde que fui abençoado com uma criança na minha vida, compreendi que tenho dois papéis distintos para ela. Sou pai e papá. Há quem tenha as suas responsabilidades e os papéis confundidos, mas alguns de nós percebemos a diferença.


Soube que era um pai quando fiquei feliz por a minha mulher ter engravidado.
Soube que era um papá quando compreendi que agora tinha uma razão forte para ir à loja de brinquedos.

Dei-me conta de que era um pai quando tocava, com ternura, a criança que crescia no ventre da minha mulher.
Soube que era um papá quando conversava e contava graças à sua barriga grávida.

Soube que era um pai no dia em que vi nascer a minha filha.
Tornei-me um papá quando olhei para aquele bebé recém-nascido e chorei.

Era um pai quando lutava para lhe mudar a fralda e a limpar.
Soube que era um papá quando compreendi que não me importava de o fazer.

Quando sou pai, corrijo cuidadosamente os erros da minha filha.
Como papá, digo-lhe o que aprendi com alguns dos meus próprios erros.

Como pai, penso em todas as responsabilidades que advêm de ter uma filha.
Quando sou papá, dou-me conta do quanto amo a minha família e de como não consigo pensar na vida sem ela.

Quando sou pai, tenho muito cuidado ao comprar brinquedos que sejam seguros para a minha filha.
Como papá, certifico-me de que tenho tempo para brincar com ela e com os seus novos brinquedos.

Quando sou pai, há sempre alturas em que tenho de disciplinar a minha filha por transpor as regras.
Quando sou um papá, falo-lhe de todas as regras que eu também tenho de cumprir e de que não gosto.

Como pai, procuro actividades que ensinem alguma coisa à minha filha.
Como papá, tento encontrar coisas que possamos aprender juntos.

Quando sou pai, certifico-me de que a minha filha limpa tudo o que sujou.
Quando sou um papá, compreendo quando ela me mostra coisas que sujei e que devo limpar.

Como pai, digo à minha filha para fazer o seu melhor quando tenta algo de novo.
Quando sou um papá, compreendo quando as coisas não correm bem e digo-lhe que não faz mal.

Quando sou pai, ensino à minha filha que não há monstros ou coisas parecidas.
Como papá, compreendo que ela tenha medo deles.

Como pai, sinto sempre alívio quando, ao entrar em casa, vejo que a minha filha está segura no lar.
Como papá, mal posso esperar por aquele abraço de boas-vindas.

Como pai, certifico-me de que a minha filha está bem agasalhada antes de ir brincar na neve.
Como papá mostro-lhe a melhor maneira de fazer um boneco de neve.

Como pai, não tenho problema em correr ao lado da bicicleta da minha filha, segurando-a enquanto ela aprende a andar.
Quando sou um papá há uma parte de mim que desejava não ter de a largar.



Ao caminhar com a minha família, sei que o futuro fará com que fiquemos todos um pouco mais velhos. O tempo tem uma forma de fazer com que a criança que vemos todos os dias se torne adulta. Quando a minha filha crescer, espero que nunca se esqueça de que serei sempre o seu pai, e que nunca queira esquecer-se que eu amei muito ser seu papá.

J. Michael Krivyanski
Saúde & Lar - Março 2011