quinta-feira, 21 de abril de 2011

"VERDADEIRAMENTE ESTE ERA O FILHO DE DEUS"


"E o centurião, vendo o que tinha acontecido, deu glória a Deus, dizendo: Na verdade, este homem era justo!" Lucas 23:47

       O capitão da guarda romana na Crucificação não era um prosélito judeu. Criado numa cultura que enfatizava a invencibilidade romana, pouco pensava no destino de qualquer judeu. Como líder de 50 a 100 membros treinados de uma legião, o centurião tinha dado por si numa guarnição do pior posto fronteiriço do império. Sinónima de insurreição e revolta, a Palestina era um viveiro de assassinatos e intrigas.
       Repetidamente, tinha tido de subverter insurreições causadas por sucessivos 'messias', cada um deles gabando-se de que iria salvar a nação judaica da opressão romana.
       Contudo, no meio do tumulto, ele encontrou algo que mudou a sua vida quando teve de levar a cabo a sentença de morte de um homem chamado Jesus.
       "Quando as trevas se ergueram de cima da cruz e o Salvador soltou o Seu clamor agonizante, ouviu-se imediatamente outra voz dizendo: 'Verdadeiramente este era o Filho de Deus'" (Mateus 27:54). Estas palavras não foram ditas em segredo. Todos os olhos se viraram para ver de onde vinham.
       Quem tinha falado? Fora o centurião, o soldado romano. A paciência do Salvador e a Sua súbita morte, com o grito de vitória nos lábios, impressionaram este pagão. No ferido e débil corpo pendente na cruz, o centurião reconheceu a figura do Filho de Deus. Não pôde deixar de confessar a sua fé. Assim foi novamente dada a prova de que o nosso Redentor devia ver o resultado do Seu sofrimento. No mesmo dia da Sua morte, três homens, bem diferentes uns dos outros, declararam a sua fé - o que comandava a guarda romana, o que transportou a cruz do Salvador e o que morreu na cruz ao Seu lado."
       O anoitecer aproximava-se, e, com ele, um silêncio estranho. A maior parte daqueles que estavam à volta da cruz afastaram-se, silenciosos, rumo às suas casas. A multidão que tinha gritado "Crucifica-O, Crucifica-O", tinha acalmado. Quando a escuridão se levantou, muitos convenceram-se de que os sacerdotes tinham condenado uma pessoa inocente. "O véu do templo, rasgado tão misteriosamente, mudou as ideias religiosas de muitos dos sacerdotes judeus, e um grande grupo mudou a sua fé." Muitos mais acreditaram que em Jesus, tinham, verdadeiramente, visto o Filho de Deus crucificado.
Milhares hoje têm de decidir sobre a Sua divindade e milhares proclamam como o centurião romano: "Verdadeiramente Este era o Filho de Deus."

David Metzler (Oficial do Corpo de Dentistas da Marinha Norte-Americana) in Jesus... Para Mim, pág. 342, com citações de Ellen White in Desejado de todas as Nações - Publicadora SerVir

(A caminho do Calvário, "um estranho, Simão, o cireneu, vindo do campo, encontra-se com o cortejo. Ouve os escárnios e as obscenidades da multidão; ouve as palavras repetidas com desdém: Abram caminho para o Rei dos judeus! Detém-se espantado com a cena; e, enquanto exprimia compaixão, agarram-no e põem-lhe a cruz sobre os ombros." "A cruz que ele (Simão) foi forçado a levar, tornou-se o meio da sua conversão. A sua simpatia para com Jesus era profunda; e os eventos do Calvário, e as palavras ditas pelo Salvador, fizeram com que reconhecesse que Ele era o Filho de Deus".)
Idem pág. 333




CACOS OU VASOS DE HONRA?


"E disse a Jesus: Senhor, lembra-Te de mim, quando entrares no Teu reino." Lucas 23:42


Nesta oração encontramos revelada a missão de Cristo nesta Terra: salvar o pecador (Lucas 5:32; 19:10).

O ladrão da cruz é esse pecador que clama por salvação. Clama a quem? A um outro homem também ele crucificado, humilhado, ferido e desprezado, mas em Quem o ladrão vê a marca da Divindade.

E, quando a multidão Lhe chama impostor: "Se Tu és o Filho de Deus, desce, salva-Te" (Lucas 23:35, 37, 39), o ladrão chama-Lhe Senhor, a Majestade do Céu, o Verbo feito carne, que não desce, nem Se salva, para o poder salvar - a ele, a si e a mim.

Muitos chamaram Senhor ao Jesus dos milagres, muitos chamaram Senhor ao Jesus ressurrecto, mas ao Jesus da cruz, que não fazia milagre nenhum, só o ladrão Lhe chamou Senhor.

O povo pedia uma demonstração de poder. O ladrão aceitava a demonstração de amor e perdão que o Céu ofertava ao pecador.

"Senhor, lembra-Te de mim!" E o que havia na vida deste homem que valesse a pena lembrar? Crimes, homicídios, desonestidade? Nada!
Porquê? Porque uma vida sem Jesus é nada. "Sem Mim nada podeis fazer" (João 15:5).

E uma oração é tudo o que este pecador entrega nas mãos do Oleiro.
"Nada sou, nada tenho, Senhor. Podes fazer alguma coisa deste barro feito em cacos, que é a minha vida?"

O povo tinha tirado tudo àqueles homens. Mas ninguém podia tirar ao ladrão da cruz o poder do arrependimento e da fé.

Ninguém podia tirar a Jesus o poder do perdão e da salvação; nada, nem ninguém, pode tirar Cristo do nosso coração, a não ser nós mesmos.

O Senhor da cruz, com a Sua humanidade, tocou a frágil mão do homem e com a Sua divindade, tocou a poderosa mão do Pai, reconciliando assim o pecador com o Céu.

"Estarás comigo no Paraíso" (Lucas 23:43), é a resposta de Jesus a todo aquele que se arrepende e crê.

Cacos ou vasos de honra? A decisão é sua. Coloque a sua vida nas mãos do Oleiro e caminhe diariamente com Ele.

O Paraíso prometido e restaurado será apenas o continuar desse relacionamento sentido e vivido aqui e agora.


Inês Espírito Santo