Mãe!
Branca, negra, amarela ou pele-vermelha;
Rica ou pobre, fidalga ou plebeia,
É para ti este poema, esta centelha
De Amor filial, que o teu amor premeia!
Se és senhora ou escrava, rainha ou camponesa;
Se em salões habitas cercada de ouro e prata,
Ou em tugúrio humilde escondes a pobreza,
O sofrimento e a dor que te mata;
Se em cátedra te sentas, mostrando o teu saber;
Se o mundo inteiro, atento, escuta o teu falar,
Ou se nem teu pobre nome sabes escrever
E do teu saber nada tens para ofertar;
Se em berço dourado o teu filho embalas,
Ou se em farrapos o seu corpo encobres;
Se o mostras ao mundo, vestido de galas,
Ou o sustentas com o pão dos pobres;
Se em abastança vives e em nada te agastas;
Se é calmo e feliz todo o teu viver,
Ou se pelas ruas tua miséria arrastas
E em cruenta luta vais desfalecar;
Se, plena de orgulho, o teu filho ostentas;
Se no teu lar vais vê-lo crescer,
Ou se escorraçada quase não aguentas
A vergonha e o abandono em que vais viver;
Se de todos tens o carinho e o amor,
Tudo o que desejas p'ra ao teu filho dar,
Ou, se em vez de tudo, só te resta a dor
De abandonada e só, haveres de lutar,
MÃE!
És sempre a MULHER que não tem igual,
vivas num palácio ou numa cabana!
Que amor é o teu, que não tem rival!
Que nobreza a tua, que outra não irmana!
Amor sublime, de renúncia feito!
Grandioso, imenso, abnegado amor!
Que coração o teu! Dentro do teu peito
Se alberga, silente, muita vez, a dor!
MÃE!
Eu te quero muito, seja como for
O teu viver, e o meu viver, também!
Quero dar-te amor em troca desse amor
Que sempre tu me dás, ó minha MÃE!
Maria Augusta Pires,
uma GRANDE Mulher!
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