sexta-feira, 6 de agosto de 2010

       TEMPO SÓ PARA A MAMÃ


       Tudo o que eu queria esta manhã era uma meia hora sozinha, trinta minutos de paz e silêncio para preservar a minha sanidade. Nada de mamã-faz-isto, mamã-preciso-daquilo, mamã-ele-bateu-me, mamã-entornei-sumo-no-sofá. Apenas eu, um banho quente de espuma e nada mais.
       Eu não devia sonhar tão alto.
       Depois de enviar os dois mais velhos para a escola, pus o menor sentado à frente da TV e disse:
       - Querido, ouve com atenção. A tua mamã vai explodir. Ela está perdendo a cabeça. Está à beira de um ataque de nervos. Tudo isto por ter filhos. Estás a entender-me?
       Ele acenou vagamente enquanto cantava: - O Barney é um dinossauro na nossa imaginação...
       - Está bem. Se tu quiseres ser agora um garotinho bonzinho, vais ficar aqui sentado a assistir ao Barney enquanto a mamã toma um banho delicioso, quente, pacífico, relaxante. Não quero que me perturbes. Quero que me deixes sozinha durante trinta minutos. Não te quero ver ou ouvir. Certo?
       Aceno.
       - "Bom dia, meninos e meninas..." – ouvi o apresentador dizer na televisão. Fui para a casa de banho com os dedos cruzados. Fiquei olhando a água a encher a banheira. Vi o espelho e a janela ficarem cobertos de vapor. Observei a água a tornar-se azul com os sais de banho. Entrei.

Ouvi uma batida na porta.
       - Mamã! Mamã? Estás aí, mamã?
       Aprendi há muito tempo que ignorar os meus filhos não faz com que se vão embora.
       - Sim, estou aqui. O que queres?
       Houve uma longa pausa, enquanto ele tentava decidir o que queria.
       - Olha, posso comer alguma coisa?
       - Tu acabaste de tomar o pequeno almoço. Não podes esperar um pouco?
       - Não. Estou morrendo de fome. Preciso de comer agora.
       - Está bem. Come uma caixa de passas.
       Ouvi os passos dele a ir para a cozinha, ouvi enquanto puxava cadeiras e banquinhos, tentando chegar à prateleira das passas, senti o chão vibrar quando pulou da bancada da cozinha, e ouvi - o a correr de volta para a sala da TV. "Oi, Susie! Tu sabes de que cor é
a relva...?"

       Toc, toc, toc.
       - Mamã? Mamã? Estás aí, mamã?
       Suspiro.
       – Sim, ainda estou aqui. O que queres agora?
       Pausa.
       – Olha,... eu também preciso de tomar banho.
       - Queridinho, tu não podes esperar até que eu termine?
       A porta abriu-se levemente.
       - Não. Preciso de tomar banho agora. Estou sujo.
       - Sujo! Tu estás sempre sujo! Desde quando te incomodas com isso?
       A porta abriu-se toda.
       - Eu preciso mesmo de tomar banho, mamã.
       - Não, não precisas. Vai-te embora.
       Ele ficou de pé no meio da casa de banho e começou a tirar o pijama.
       - Vou entrar contigo e tomar banho também.
       - Não! Tu não vais entrar comigo e tomar banho! Eu quero tomar banho sozinha! Quero que te vás embora e me deixes em paz!
       Comecei a parecer o garotinho de três anos com quem argumentava.
       Ele subiu na beira da banheira, balançando-se cuidadosamente, e disse:
       - Vou entrar contigo, está bem, mamã?
       Comecei a berrar.
       – Não! Não está bem. Quero tomar banho sozinha! Não quero dividir! Não quero ninguém comigo!
       Ele pensou um pouco e disse:
       - Tudo bem. Vou só sentar-me aqui e tu podes ler-me um livro. Não vou entrar, mamã, até que acabes.
       Deu-me um sorriso charmoso, de derreter corações.

       Passei então a minha manhã-sozinha lendo: "Um peixinho, dois peixinhos, ..." para um garotinho nu sentado na borda da banheira, com o queixo apoiado nos joelhos, os braços em volta das pernas curvadas, um sorriso leve nos lábios.


       Por que lutar? Não demora muito até que eu tenha todo o tempo-a-sós que quiser. E irei então provavelmente sentir falta de não ter mais tempo-juntos.


Crystal Kirgiss
Histórias para o Coração da Mãe (Adaptado)



sexta-feira, 30 de julho de 2010

A ANSIEDADE


«Por isso vos digo: Não andeis cuidadosos, quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem, quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que o vestido?» Mateus 6:25.

       Encontrava-me no escritório da Escola, na Missão de Munguluni, em Moçambique. Apercebi-me de alguém que estava à porta, querendo falar comigo. Era o Molesse, um aluno, que se mostrava muito angustiado. Estava com um problema que não conseguia resolver. Depois de o ouvir, tranquilizei-o, dizendo-lhe que eu tomaria o caso à minha responsabilidade e que o seu problema se resolveria. Agradeceu-me e saiu.
       Ouvi cantar. Saí para ver quem cantava. Era o Molesse que cantava despreocupadamente. Toda a sua ansiedade tinha desaparecido.

       Ansiedade é um estado desagradável, exprimindo a expectativa de um perigo que se apresenta impreciso e indefinido e perante o qual o indivíduo se sente indefeso. Além da tensão difusa que a caracteriza, a vivência da ansiedade acompanha-se muitas vezes de reacções somáticas. (Sintomas físicos).
       Não importa se se é rico ou pobre, culto ou inculto, nobre ou plebeu, para sofrer de desânimo e adquirir consequências muito graves. No ambiente em que o cristão está inserido, a ansiedade tem um grande poder que o enfraquece, no que respeita ao seu estado psíquico, físico e espiritual, tornando-o permeável e, como consequência, menos resistente na luta diária que tem de travar. É por isso que encontramos tanta gente desanimada, e a sofrer de doenças mentais, ligeiras ou mesmo graves.
       O apóstolo Pedro aconselha-nos: «Lançando sobre Ele toda a vossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de vós» (I Pedro 5:7). Deus conhece o dia de amanhã, e é Ele que nos convida a não andarmos ansiosos, deprimidos, stressados, nem perplexos.
       Tem um grave problema com o seu filho ou filha, algo que o angustia? O seu marido ou esposa tem uma doença? Está à espera de um exame clínico e pressagia um resultado desfavorável? Não tem confiança no dia de amanhã? Está desempregado ou desempregada? Lembre-se que Jesus o (a) pode acalmar dando-lhe plena confiança. Lembre-se que o dia de amanhã ainda não está criado. Ele ainda não existe. Só Deus é que tem nas Suas mãos o dia de amanhã. Vá, usando toda a certeza, em oração a Deus, e entregue nas Suas mãos todas as suas angústias. Em Cristo está a solução.
       Diz Jesus aos angustiados modernos: «Não andeis cuidadosos (ansiosos).» Leia muitas vezes esse conselho dado por Jesus, até acreditar nele. Não se deixe abater pelas dificuldades que o diabo põe no seu caminho. Jesus sabe o que está a dizer e porque o está a dizer. Ele tem nas Suas mãos todas as soluções.

Se hoje, prezado leitor, está deprimido, angustiado, lembre-se de que Jesus lhe está a dizer: «Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida... Decerto o vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas.» (Mateus 6:25, 32).

José Albino F. Vieira


SEM STRESS - Novo Estilo de Vida
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domingo, 25 de julho de 2010

«SÊ FORTE E CORAJOSO»




ARRUACEIROS SURPREENDIDOS

«Sê forte e corajoso; não temas, nem te espantes, porque o Senhor teu Deus é contigo, por onde quer que andares.» Josué 1:9.

Mary Slessor, de 16 anos de idade, caminhava pela estreita rua de uma favela em Dundee, Escócia. A felicidade brilhava nos seus olhos azuis, enquanto ela pensava nas histórias que contaria às crianças na escolinha bíblica.
Mais adiante, oculto pela sombra de uma casa, estava um grupo de rapazes sujos e maltrapilhos.
- Lá vem ela! - anunciou um deles.
- Esperem até ela passar, depois nós atacamos! - ordenou o líder.
- Oi, rapazes! - disse Mary cumprimentando-os ao passar. - Vocês vão à escola bíblica hoje?
- Não! - gritaram eles, enquanto formavam um círculo ao redor dela. - Não queremos saber nada das suas histórias boazinhas. É melhor parar com essas aulas de Bíblia!
O líder começou a girar um peso de chumbo preso a uma corrente, em círculos que chegavam cada vez mais perto da cabeça de Mary. Ela podia sentir o vento que aquilo produzia.
- Se não se quiser machucar, deixe-nos em paz - ameaçaram os garotos.

Mary ficou absolutamente imóvel. Mesmo quando o chumbo passou a uma fracção de centímetro da sua testa, ela não se amedrontou. "Sê forte e corajosa", disse Mary a si mesma. "Não temas, pois estás fazendo o trabalho de Deus, e Ele está contigo. Ele te fortalecerá."
A mão do líder caiu, e o chumbo retiniu no pavimento da rua.
- Ela é corajosa! - disse ele aos seus companheiros. - Não conseguimos assustar Mary Slessor!
Os rapazes recuaram e abriram passagem para ela. Alguns dos arruaceiros se retiraram, mas outros a seguiram até à escola bíblica.
Alguns anos mais tarde, Mary foi sozinha para a África, como missionária. Lá, também, se recusou a tomar o caminho fácil da fuga. Tão pouco perdeu o seu tempo lutando. Enfrentou corajosamente tribos governadas pela bruxaria, onde a tortura por envenenamento e óleo a ferver eram práticas aceites. Conquistou-lhes o respeito porque foi suficientemente corajosa para dialogar com os chefes de igual para igual.

Mantendo a Amizade
«A luta e a fuga pioram os conflitos. Enfrentar o problema coloca em foco o conflito. Dá à outra pessoa a liberdade de ajudar a resolvê-lo. Abre espaço para uma solução.»

Dorothy Eaton Watts
Amigo é Para Essas Coisas - Inspiração Juvenil

SE

Se és capaz de manter a tua calma,
quando todo o mundo ao redor já a perdeu
e te culpa;
de crer em ti quando estão
todos duvidando, e, para estes,
no entanto, achar uma desculpa.
Se és capaz de esperar
sem te desesperares,
ou, enganado, não mentir ao mentiroso;
ou, sendo odiado, sempre ao ódio
te esquivares, e não parecer bom demais,
nem pretensioso.

Se és capaz de pensar, sem que a isso,
só, te atires; de sonhar, sem fazer
dos sonhos teus senhores.
Se, encontrando a Derrota e o Triunfo,
conseguires tratar da mesma forma a esses
dois impostores.
Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas
em armadilhas as verdades que disseste,
e as coisas por que deste a vida,
estraçalhadas, e refazê-las,
com o bem pouco que te reste.

Se és capaz de arriscar numa única parada
tudo quanto ganhaste em toda a tua vida,
e perder; e, ao perder, sem nunca
dizer nada, resignado tornar
ao ponto de partida.
De forçar o coração, nervos,
músculos, tudo a dar seja o que for
que neles ainda existe,
e a persistir assim, quando,
exausto, contudo resta a Vontade em ti
que ainda ordena: - Persiste!

Se és capaz de, entre a plebe
não te corromperes, e, entre reis,
não perder a naturalidade.
E, de amigos, quer bons, quer maus,
te defenderes; se a todos podes ser
de alguma utilidade.
E, se és capaz de dar, segundo por segundo,
ao minuto fatal todo o valor e brilho.
Tua é a Terra com tudo o que existe no mundo!
E, o que é muito mais,
És um HOMEM, meu filho!


Rudyard Kipling



sexta-feira, 16 de julho de 2010

CRISTIANISMO AUTÊNTICO


«Sabe, porém isto; que, nos últimos dias, ...haverá homens amantes de si mesmos, ...tendo aparência de piedade, mas negando-lhe o poder.» II Timóteo 3:1, 2 e 5.

A história passou-se num colégio interno. Era já noite e os alunos jantavam. Subitamente houve um corte de electricidade e as luzes daquele refeitório apagaram-se. Aproveitando as circunstâncias, os jovens que ali se encontravam começaram a atirar comida uns aos outros. Quando finalmente a luz voltou, aquele refeitório estava irreconhecível. Por incrível que pareça, os alunos encontravam-se sentados e quietos como se nada tivesse acontecido. Perante este cenário, o Director da Escola foi obrigado a intervir. Dirigindo-se ao grupo, disse simplesmente uma frase:

"O verdadeiro carácter vê-se no escuro."


Como é que tenho agido quando ninguém está a ver?

Muitas vezes temos a tendência de colocar máscaras, e acabamos mesmo por nos tornar mestres no disfarce. Infelizmente, esta caraterística tem afectado o mundo cristão, retirando-lhe o seu poder.

Muitas vezes é no lar, com a porta fechada, que revelamos verdadeiramente quem somos:
        - Maridos, como têm tratado as vossas esposas? Será que em casa as tratamos de forma diferente do que na igreja?
        - Mulheres, como têm agido com os vossos maridos?
        - Pais, como têm usado a vossa autoridade para com os vossos filhos?
        - Filhos, de que forma têm falado aos vossos pais?

        - Prezado amigo, como tem agido para com Deus?
        - Será que andamos a brincar aos bons cristãos?
        - Se hoje estivéssemos na igreja: maridos, mulheres, pais e filhos, e se fosse projectado no ecrã o filme de como agimos na nossa última semana, ficaríamos à vontade?

Um dia, Jesus estava com fome e, ao avistar uma figueira, embora esta estivesse cheia de folhas, a sua aparência era enganosa, pois não havia frutos. A falsa aparência da figueira foi a causa da sua destruição. Jesus, ao fazer secar aquela figueira, quis ensinar aos discípulos, e a nós hoje, o resultado de uma vida vazia de conteúdo e cheia de aparência.
Certamente que todos gostaríamos de viver à altura daquilo em que acreditamos. Mas tudo depende de quem está ao controlo da minha vida: Eu ou Deus?
Que o Senhor nos ajude a deixarmos de querer seguir o nosso próprio caminho, escondendo-nos atrás de uma capa religosa, mas peçamos como David:

«Sonda-me, ó Deus, e conheçe o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho perverso, e guia-me pelo caminho eterno.» (Salmos 139:23, 24).

Samuel Aires



«A maior necessidade do mundo é a de homens - homens que não se comprem nem se vendam; homens que no íntimo da alma sejam verdadeiros e honestos; homens que não temam chamar o pecado pelo seu nome exacto; homens, cuja consciência seja tão fiel ao dever como a bússula o é ao pólo; homens que permaneçam firmes pelo que é recto, ainda que caiam os céus.»
Ellen White  in  EDUCAÇÃO

sexta-feira, 9 de julho de 2010

CRIADOS PARA O RELACIONAMENTO



«E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme à nossa semelhança... e criou Deus o homem à Sua imagem: à imagem de Deus os criou; macho e fêmea os criou.» Génesis 1:26,27.

        Muitas são as possíveis leituras suportadas por esta afirmação bíblica. O humano é a imagem e semelhança de Deus porque é belo, porque é inteligente, porque é agente moral livre, porque é criador, porque é plural - o humano é plural - macho e fêmea, tal como o Divino é plural - Pai, Filho e Espírito Santo.

        Este plural implica outra característica de Deus - o ser relacional. A Divindade vive em relação entre Si e nessa relação os Seus membros são Um. Mais, essa relação é Criadora, trazendo à existência mundos e seres para com Eles se relacionar. Deus vive em relação com os seres que criou. Criou-nos para a relação com Ele e uns com os outros.

        Deus mostra isso muito bem na ordem da Criação. O primeiro dia completo da existência humana é um Sábado - um dia sem trabalho. Dia de repouso para uma fadiga que ainda não existia, um dia sem actividades promotoras de sustento. O Sábado é um dia para nutrir os relacionamentos com Deus, a Fonte da Vida e com o outro semelhante. A Fonte da Vida é relacional e não nutricional. O Homem deve cuidar da sua dimensão espiritual e afectiva antes da física e material.

        Esta dimensão relacional - vertical, horizontal e intra-pessoal - não é opcional, é vital. No dizer de Mark W. Baker, «tal como necessitamos de um espelho para reflectir a nossa imagem física, para nos dar a sensação do nosso aspecto físico, precisamos que os outros nos estimulem emocionalmente para termos a sensação de quem somos em termos psicológicos. Aquilo que somos é profundamente influenciado pelas nossas relações com os outros. Precisamos deles para sermos saudáveis. Tentarmos viver uma vida isolada seria violarmos a nossa própria natureza; mas reconhecer a nossa dependência fundamental de alguém exterior a nós próprios, é a unica maneira de a realizarmos.»

        Talvez o desenvolvimento, cada vez mais vasto, de enfermidades do foro psíquico se deva ao facto de nos contentarmos com a mediocridade a nível relacional. Os nossos sentimentos são cada vez mais pobres, superficiais e insatisfatórios, por isso somos cada vez mais imaturos, vazios e alienados da nossa realidade de seres criados à imagem e semelhança de Deus.

        Hoje, não fuja de Deus, nem de si próprio, nem do(s) outro(s). O sentido da sua existência e o segredo da sua felicidade, estão neste tríplice encontro.


Hortelinda Gal - Directora da  ASSOCIAÇÃO FAMÍLIA AMIGA


A ASSOCIAÇÃO FAMÍLIA AMIGA é uma IPSS (Instituição Particular de Solidariedade Social)

- Desenvolve atendimento personalizado nas áreas:

1. Avaliação psicológica de crianças e jovens.
2. Aconselhamento individual e familiar.
3. Aconselhamento jurídico na área da Família.

- Promove encontros de pais com vista à promoção das competências parentais.
- Acções culturais para a Família.

O Gabinete de Atendimento à Família o que é?

* É um espaço aberto de apoio à Família na resolução dos seus problemas.
* É um espaço de informação sobre serviços de apoio à resolução de problemas do dia-a-dia - conflitos conjugais, violência doméstica, consumo de substâncias tóxicas, regulação do poder parental, etc...

Objectivos do Gabinete:

* Ser um interlocutor das famílias procurando ajudá-las a superar as suas dificuldades psicossociais.
* Intervir na interacção conjugal e parental com vista à promoção de relações saudáveis.

O que temos para oferecer?

* Espaço de conversa e partilha
* Aconselhamento
* Apoio Psicológico
* Avaliação Psicológica
* Orientação Vocacional
* Apoio Jurídico na área de intervenção da Associação
* Encaminhamento para outros serviços.

Como Funcionamos?

Prestamos:
- Atendimento Individual
- Atendimento à Família

Como pode contactar-nos:

Avenida Almirante Reis nº 219 - C/V Direita, 1000-049, Lisboa
Telefones:   218454230  /  969785100
E-mail:  associacaofamiliaamiga@clix.pt


sexta-feira, 7 de maio de 2010

O EXEMPLO FIRME    



       Era uma vez, há muito, muito tempo - como reza a história - um príncipe.
       Ele era um príncipe, já se vê, porque o seu pai era um rei. Um dia, este príncipe tornar-se-ia, ele próprio, um rei. Isto é, depois que o seu pai morresse. Mas, entretanto, o príncipe amava bastante o seu pai e estava feliz por ser simplesmente um príncipe.
       Ele era um príncipe bem característico, comparado com os outros príncipes das redondezas. Tinha um nariz bastante principesco. O seu perfil assentava perfeitamente a alguém na fase da sua vida. E ele tinha um ar bastante nobre. Até a sua roupa era principesca (disso se ocupava o seu camareiro para que assim fosse).
       Mas havia algo no qual este príncipe era diferente, o que lhe causava imensa tristeza, como também ao seu pai e muito especialmente ao seu alfaiate. É que o príncipe era corcunda.
       O seu pai persuadia-o e encorajava-o, pleiteava e suplicava. Mas o príncipe não se endireitava. O rei convocou especialistas no campo da geometria esquelética e posicionamento muscular, mas nada podia ajudar o encurvado príncipe. O rei chegou mesmo a chamar um homem com um tambor, que o fizesse rufar de cada vez que o príncipe passasse, para que ele se lembrasse do seu defeito e o levasse então a esforçar-se por se endireitar. Mas, em breve, a algazarra que o tambor fazia esfrangalhou os nervos do rei e os seus planos foram por água abaixo.
       Um dia apareceu um escultor à porta do rei, à procura de trabalho.
       - Faz uma escultura do meu filho, o príncipe - ordenou o rei. Talvez se ele vir quão deformado é, se endireite.
       O escultor começou o seu trabalho na sala de desenho, e em breve o grande bloco de mármore começou a tomar uma forma humana, um tanto ou quanto vaga. Cada dia, o encurvado príncipe vinha observar o progresso da escultura. Cada dia esta se tornava mais e mais numa imagem humana.
       Mas havia algo de estranho acerca desta escultura do príncipe. Ela não se parecia nada com o príncipe. Claro - ela tinha o nariz principesco, um perfil bastante forte e roupagem real. Mas este rapaz estava bem direito e alto sem aquela horrível corcunda nas costas.
       O príncipe estava fascinado pela escultura. Ele tentou imitá-la o melhor que pôde. Ela era um exemplo do que ele queria tão desesperadamente ser. Ele passou horas a olhar fixamente para ela, memorizando cada linha, percorrendo com as suas mãos o mármore macio, fixando os olhos no rosto principesco.
       Então um dia, quando a estátua estava quase acabada, o rei voltou a casa depois duns combates e entrou na sala de desenho. Lá estava a estátua do seu filho, direita e alta - perfeitamente formada.
       O rei ficou lívido. A sua cara enrubesceu-se condizendo com o seu manto. A sua boca abriu-se desmesuradamente e os seus olhos esbugalharam-se com a pressão do sangue que lhe subiu à cabeça. Ele estava quase a agredir ferozmente o desobediente escultor quando o jovem príncipe entrou e avançou em direcção ao rei.
       Tão rápido quanto a sua face se tinha enrubescido, o rei tornou-se branco com o choque, porque o jovem príncipe estava tão direito e alto como a estátua.


Autor Desconhecido

«Sede pois imitadores de Deus, como filhos amados.» Efésios 5:1.

sábado, 1 de maio de 2010

ESPECIALMENTE PARA AS MÃES


RETRATO DE MÃE

Existe uma mulher que possui algo de Deus, pela imensidade do seu amor
e muito de anjo pela incansável solicitude dos seus cuidados;
uma mulher que sendo jovem, tem a reflexão de uma anciã
e na velhice trabalha com o ardor da juventude;
uma mulher que se é ignorante, descobre os segredos da vida com mais acerto que um sábio,
e se é instruída acomoda-se à simplicidade das crianças;
uma mulher que sendo pobre satisfaz-se com a felicidade dos que ama
e sendo rica, daria com prazer a sua fortuna para não sentir no seu coraçao
a dor da ingratidão;
uma mulher que sendo forte, estremece ante o vagido de uma criança,
e sendo débil veste-se com a bravura do leão;
uma mulher que quando viva não a sabemos estimar porque ao seu lado todas as dores são esquecidas;
porém, após a sua morte, daríamos tudo o que somos e tudo o que temos, para fitá-la um só momento,
para receber dela um único abraço, para ouvir dos seus lábios uma só palavra.

Desta mulher não me peçais o nome se não quereis que encharque com lágrimas este álbum,
porque eu a vi passar no meu caminho.

Quando crescidos forem, minha senhora, os vossos filhos,
lede-lhes esta página e eles, cobrindo de beijos a vossa fronte,
vos dirão que um humilde viajante, em paga da hospedagem suntuosa
aqui recebida,
deixou para vós e para eles um esboço do retrato da sua mãe.


Ramón Angel Jara
Bispo Chileno


MENSAGEM PARA AS MÃES

O Mundo necessita de Mães que o sejam não meramente no nome,
          mas no sentido mais amplo da palavra.
Por isso, Mãe, compreenda a magnitude do seu trabalho e,
          na força de Deus, assuma a missão da sua vida.
Eduque os seus filhos para serem úteis neste mundo e no Mundo futuro.
A Mãe é a rainha do Lar, e os seus filhos são os seus súbditos.
A Mãe que assume alegremente os deveres que se encontram
          no seu caminho sentirá que a vida para si é preciosa,
          porque Deus deu-lhe uma missão para cumprir.
O trabalho da Mãe é-lhe dado por Deus,
          para criar os seus filhos no caminho do Senhor.
Dentre todas as actividades da vida,
          o mais sagrado dever da Mãe são os filhos.
A Mãe é o instrumento de Deus para tornar a sua família cristã.
Cumpre-lhe, com a ajuda divina, gravar na mente humana
          a imagem de Deus.
Depois de Deus, o poder da Mãe é a maior força para o Bem na Terra.
Grandes responsabilidades repousam sobre as Mães.
Mesmo que não ocupem uma posição importante
          na administração do País, podem realizar um grande trabalho
          para Deus e para a Pátria.
Podem educar os seus filhos.
Através das suas fervorosas orações,
          podem mover O Braço que move o Mundo.
É impossível avaliar o poder das orações de uma Mãe.
Aquela que se ajoelha ao lado dos filhos,
          nas suas dificuldades de infância, ou nos perigos da sua juventude,
          só saberá no futuro a influência das suas orações.
As portas do céu estão abertas para cada Mãe
          que deseja depor os seus fardos aos pés do Salvador.
Ele convida as Mães a conduzirem os pequeninos
          para serem por Ele abençoados.
Até o bebé nos braços da sua Mãe
          pode repousar sob a sombra do Todo-Poderoso,
          através de uma Mãe que ora.


Texto baseado em Ellen G. White,
elaborado pela Escola Sabatina
da Igreja Adventista do 7º Dia em Alvalade, Lisboa.

domingo, 25 de abril de 2010

CHAMADOS PARA A LIBERDADE



«Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de servidão.» Gálatas 5:1.

       O dicionário Houaiss de Língua Portuguesa, define a liberdade como o "grau de independência legítimo que um cidadão, um povo ou uma nação elege como valor supremo, como ideal" (p. 2270). Embora o conceito de liberdade seja dos mais ambíguos, ele é considerado como condição imprescindível para uma vida humana plenamente feliz.
       É interessante constatar que no Novo Testamento a ideia de liberdade tem um papel relativamente restrito. Isso é visível, por exemplo, em termos de vocabulário. O substantivo liberdade apenas aparece 10 vezes, o adjectivo apenas aparece 21 vezes e o verbo apenas 7 vezes. E se considerarmos que as epístolas aos Gálatas e aos Romanos contêm metade da frequência destas palavras, podemos verificar que para o resto do Novo Testamento o vocabulário que trata da liberdade é reduzido.
       Também no conceito de liberdade há uma diferença. Enquanto que no pensamento grego, o homem livre é aquele que dispõe de si próprio em oposição ao escravo, e que para os estóicos o homem livre era também o homem que vivia desapegado das contingências exteriores e das paixões humanas, e que não tinha nenhum mestre nem mesmo deus; para Paulo, a liberdade consistia no facto de que o ser humano escolhia renunciar a ser livre e aceitava ser conquistado por um outro. (Filipenses 3:12).
       O Novo Testamneto não fala de liberdade absoluta. Para o Novo Testamento, o ser humano só se torna livre se voltar à condição de ser obediente. É por isso que no Novo Testamento é preferível falar de libertação do que de liberdade. A condição livre do homem não é caracterizada por uma lenta educação e evolução fundadas num ideal de liberdade humanas, mas é fundada pela fé no gesto libertador cumprido por Jesus Cristo, que libertou o Homem da escravidão do pecado, da escravidão dos seus próprios desejos e inclinações (Romanos 6:18, 19, 22).
       Esta libertação originou no Homem uma nova condição de vida, a condição de filho, que se traduz numa vida orientada e dirigida pelo Espírito (I Coríntios 6:19; 7:22) ao serviço da justiça e de Deus. A liberdade é, pois, essencialmente um dom (Gálatas 4:7) e uma experiência de vida, na qual o cristão escolhe viver na perfeita dependência de Deus.
Sem ser cristão, Abraham Heschel, filósofo judeu, traduziu assim o que entendia por liberdade e que está em completa harmonia com o pensamento bíblico:

«A liberdade não significa o direito de viver arbitrariamente; ela significa a capacidade de viver espiritualmente, de se elevar a um nível superior da existência.» - Dieu en Quête de l´Homme, p. 433.

Artur Machado


UM DEUS LIBERTADOR

O cume do monte cobriu-se com uma espessa nuvem que se foi tornando cada vez mais negra e mais densa. Desceu até que a montanha toda ficou envolta em trevas e em pavoroso mistério. O povo, atemorizado, observava ao pé da montanha, em ordem perfeita. Da espessa escuridão surgiam relâmpagos e trovões que retumbavam nas alturas. O monte fumegava e estremeceu violentamente quando Deus desceu sobre ele em fogo. Todo o povo de Israel tremia de medo. Até mesmo Moisés, o seu dirigente, e amigo de Deus, exclamou: "Sinto-me aterrado e trémulo" Hebreus 12:21.
Quando cessaram os trovões, apagaram-se os relâmpagos e a terra ficou quieta, produziu-se um solene silêncio através do qual se fez audível a voz de Deus que dizia: "Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egipto, da terra da servidão." Êxodo 20:2.
Os israelitas tinham sofrido um cativeiro de 430 anos no Egipto. Eram escravos. Sofreram o açoite, a opressão, a injustiça e toda a amargura decorrente de tal condição. Graças à misericórdia de Deus, saíram do Egipto, guiados por Moisés, rumo à liberdade que o Senhor lhes concedia.


UMA LEI PARA A HUMANIDADE

Deus não estava entregando a Sua Lei moral para benefício exclusivo dos hebreus. Honrou-os, fazendo-os guardiões e zeladores da Sua Lei, mas deviam entregá-la como um legado para o mundo todo. Deus deu-a para instrução e para uma vida moralmente livre que beneficiaria todos os homens.
A Lei moral de Deus é formada por 10 preceitos, breves, abrangentes, que incluem os deveres do homem para com Deus e para com os seus semelhantes. Todos são uma expressão do amor de Deus e constituem a explicação de uma vida moral livre baseada no amor e estruturada para amar. ...
Toda a nossa vida transcorre em relacionamentos com o nosso próximo. Não devemos vivê-la para a satisfação do egoísmo pessoal. Mas para o bem de todos e em harmonia com as ordens de Deus. Respeito mútuo é um acto de verdadeira liberdade.
O decálogo é a Lei do amor. Se o ser humano cumpre esta Lei, será realmente livre.
Livre para amar!


Mário Veloso
LIVRE PARA AMAR

terça-feira, 20 de abril de 2010

VOCÊ É IMPORTANTE


(O) amor (de) Deus consiste nisto: não fomos nós que amámos a Deus, mas foi Ele que nos amou e nos enviou o Seu Filho, para que os nossos pecados fossem perdoados. I S. João 4:10

        Conta-se que certa vez o mestre Paganini ao dar um concerto, uma corda do seu violino partiu-se. O músico, porém, continuou a tocar. De repente outra corda se partiu. E ainda outra, até que o violino ficou somente com uma corda. No fim do recital, o músico foi aplaudido com grande entusiasmo. Alguém sussurrou ao ouvido de Paganini:
        - Só um mestre como você, poderia ter dado um concerto com um violino de uma corda só.
        - Acontece que esta única corda é a mais preciosa que todas as demais, porque sem ela seria impossível fazer o que fiz - respondeu Paganini.

        Numa orquestra todos os instrumentos são muito importantes. Se a orquestra for grande, poderá ter 12 violinistas que tocam todos a mesma coisa, ao mesmo tempo. Esse maior número de instrumentos dá à música um som mais volumoso. Mas cada músico é um artista capaz de tocar qualquer peça, por mais difícil que seja. Cada um deles seria capaz de dar um concerto sozinho... No entanto, só em dados momentos, em certos trechos, é que um dos violinista é escolhido para fazer um solo com o seu violino. Neste caso, os outros violinistas silenciam ou tocam música de fundo, muito baixinho.
        Um dos violinistas de uma grande orquestra começou a ficar desanimado. Havia mais de cem músicos na orquestra. O som e a música eram tão extraordinários e possantes, que ele começou a perguntar-se se a sua contribuição realmente era importante. Se a sua presença ou ausência faria qualquer diferença no conjunto.
        Então veio o dia em que o desânimo tomou completa posse do nosso amigo. Como nas outras vezes, veio ao ensaio com todos os outros, mas resolveu fazer uma experiência. Decidiu que seguraria o violino na posição certa e que colocaria também o arco na posição correcta, mas não tocaria nas cordas do violino. No meio de tantos outros violinistas, quem poderia percebê-lo?
Então começou o ensaio. Depois de alguns momentos, o maestro da orquestra fê-la parar abruptamente. Baixando a batuta olhou em direcção aos violinistas: "Alguém... alguém... não está tocando!" E apontou na direcção daquele violinista silencioso.
        Ele sabia, agora, com certeza, que o seu violino fazia diferença e tinha o seu valor na grande orquestra.


       
Você também tem valor, e faz diferença se toca ou deixa de tocar na grande orquestra de Deus. Talvez você mesmo não perceba, mas o seu Regente sabe muito bem se você está tocando ou não.

Lembre-se:

VOCÊ É IMPORTANTE PARA DEUS.

Autor Desconhecido

terça-feira, 13 de abril de 2010

BUSCAI E ACHAREIS


Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Mateus 7:7

       Com grande expectativa, embarcámos nos botes de borracha para experimentar o nosso primeiro passeio pelos rápidos do rio Ocoee.
        Chuck já tinha experiência, mas para nós era a primeira vez. Foi uma aventura emocionante ser atirados de um lado para o outro dos impressionantes rápidos. De repente, o nosso bote ficou encalhado nas pedras. A água jorrava dos dois lados. Tentámos balançar e soltar o bote com os remos, mas nada funcionou.
        Chuck saiu para aliviar a carga. No mesmo instante, a força da água fez com que ele soltasse o remo. Horrorizados, observámos o nosso guia ser levado pela correnteza abaixo, deixando-nos lá em cima – não necessariamente secos! Mas com o bote agora mais leve, conseguimos sair do lugar e mais tarde apanhámos Chuck no lugar onde ele se tinha agarrado a uns galhos.
       Ao nos aproximarmos do fim do passeio, Chuck apalpou o seu bolso. “Ai, não! A minha carteira desapareceu!” Seria completamente impossível encontrar uma carteira num rio caudaloso, mesmo dentro de um saco de plástico! Era uma perda significativa.
       Desinflar o bote levou algum tempo, e quando nos dispusemos a voltar para a estrada,
a água do rio foi desviada para fins de electricidade. Agora havia meras poças onde horas antes tinha havido ferozes rápidos. Quando Chuck apontou para a pedra onde ficáramos presos, o meu esposo disse:
        - Bem, não havendo agora mais água ali, vamos procurar a carteira.
        - De maneira nenhuma! Impossível! - E os incrédulos balançaram a cabeça.
        Orámos, e enquanto Chuck se dirigia ao leito do rio, ele orou novamente. “Senhor,
eu deveria ter sido mais cuidadoso com a minha carteira. Se quiseres que eu aprenda uma lição, está bem. Mas se quiseres que eu a encontre, mostra-me aonde procurá-la.”
        Chuck viu os galhos aonde se tinha agarrado algum tempo antes e dirigiu-se para lá. Olhando para baixo, viu um saco de plástico balançando entre os galhos.
        Seria mesmo?
        Sim, lá estava a sua carteira.

Kay Kuzma
UM LUGAR DE PAZ


A BELEZA DA ORAÇÃO

A oração autêntica é orgânica – cresce a partir da sua própria
vida, personalidade, necessidades e ritmo. Cada dia e cada
momento estão repletos de oportunidades de oração.
Se aproveitarmos esses momentos, abrir-nos-emos
ao maior dos enriquecimentos e à mais eficaz das terapias.

Há muitas pessoas que pensam que não são capazes de orar,
consideram a oração um privilégio das pessoas
que frequentam a igreja, algo que assenta bem
aos velhos ou aos santos.

Por andarem sempre ocupados, tendem a subestimar
facilmente as possibilidades de oração que têm.

A oração não é só para especialistas.
A oração é para si e para mim. Ela conduz
Àquele que dá resposta a todos os corações orantes.


Keith McClellan