sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Nº 5 ("Vivendo em Antecipação")

"Cristo em Nós, a Esperança da Glória"
A SEGUNDA VINDA É CERTA


Os serviços de emergência de Los Angeles, Califórnia, tiveram muita dificuldade em retirar para uma estrada de acesso um homem caído num íngreme declive. Embora o resgate, em si mesmo, fosse perigoso e arriscado, o homem acidentado estava a tornar as coisas ainda mais difíceis e perigosas para todos. Enquanto o helicóptero sobrevoava o local, pronto para evacuar o homem seriamente magoado, ele ficou histérico e agitado. O homem receava ter de pagar o resgate. Só quando a equipa de resgate o convenceu de que não teria de pagar absolutamente nada, é que ele permitiu que o resgatassem.1

PAGANDO O NOSSO PREÇO
       Como é que se sente sobre o seu resgate? Está pronto a ser resgatado por Jesus? Estaria pronto para se encontrar com Ele, hoje? Embora todos digamos que cremos que Jesus nos salva, é provável que a maioria de nós hesitasse um momento com a parte "hoje" da pergunta. Se Jesus viesse hoje, estaria eu pronto? O padrão para se ganhar o Céu é elevado. Quando examinamos honestamente a nossa vida, só chegamos a uma conclusão - somos todos pecadores (Romanos 3:9). Não nos qualificamos para o Céu. Algo tem de ser feito.
       A maior parte das religiões importantes do mundo têm algo em comum. Tem de se fazer alguma coisa para se obter alguma coisa; a salvação tem de ser ganha. Mesmo no Cristianismo, esta ideia pode infiltrar-se. Podemos começar por depender de orações, da leitura da Bíblia ou até de fazer coisas boas para, de alguma maneira, darmos a nós próprios a certeza de que nos vamos sair bem. Ali, bem no fundo, está a vaga noção de que é Cristo mais as coisas que eu faço que me salvam.

BOAS NOTÍCIAS
       Talvez sejamos um pouco como o homem acidentado, receosos do resgate, porque sabemos que não o podemos pagar. Há, no entanto, boas notícias; na realidade, são muito boas notícias. É verdade que somos todos pecadores, incapazes de pagar a pena. Mas Jesus morreu pelos nossos pecados para que não tenhamos de morrer por eles (II Coríntios 5:21). Jesus tomou o nosso lugar na cruz para que possamos ser livres. Não temos de pagar por este resgate - foi pago na totalidade no Calvário. Quando aceitamos Jesus como nosso Salvador pessoal, podemos ter a certeza absoluta de que, se Jesus viesse agora mesmo, estaríamos prontos para nos encontrarmos com Ele.

GRÁTIS - NÃO BARATA
       Deus quer dar-nos a certeza da salvação (Romanos 8:31 e 32). Mas só teremos esta certeza quando deixarmos de olhar para os nossos próprios esforços e para nós próprios e nos centrarmos naquilo que Jesus fez por nós.
       Neste ponto, muitos Cristãos ficam nervosos. Aceitar a certeza dada por Deus parece demasiado fácil, e eles têm receio de que a salvação se torne "graça barata", com as pessoas a continuar a viver em pecado, clamando simplesmente por perdão, sem fazerem qualquer mudança na sua vida. A Salvação é gratuita, mas não é barata. O dom da vida eterna tem um preço mais alto do que podemos imaginar. Este resgate custou a vida de Jesus; e embora seja grátis, nós temos uma parte a fazer. Um olhar mais atento ao resgate bíblico pode ser útil.

MANTENDO-NOS AGARRADOS ACONTEÇA O QUE ACONTECER
       Jacob sabia que precisava de ser resgatado. Tinha recebido notícias de que o seu irmão, Esaú, estava a caminho com homens armados para se encontrar com ele. A oferta de paz que enviara à sua frente não parecia ter feito diferença alguma. Esaú estava a chegar com intenção de se vingar. Jacob mandou a sua família à frente, para atravessar o rio, e ficou sozinho a suplicar a Deus por ajuda.
       Ele necessitava de ser resgatado de Esaú, mas também sabia que ele - o mentiroso enganador - não tinha o direito de pedir ajuda a Deus. Quando a ajuda chegou, Jacob não a reconheceu. Ele lutou com Deus, pensando que estava a ser atacado. Só de madrugada, quando se deu conta de contra Quem estava a lutar, é que Jacob recebeu a certeza de que precisava. Porquê? Porque Jacob parou de lutar contra Deus e, em vez disso, agarrou-se a Ele. (Génesis 32:22-29).
       Ao nos agarrarmos a Jesus, Ele dá-nos a salvação e a certeza de que necessitamos. Ellen White põe isso desta forma: "Cada crente deve submeter inteiramente a sua vontade à vontade de Deus, e manter-se em estado de arrependimento e contrição, exercendo fé nos méritos expiatórios do Redentor e avançando de força em força, e de glória em glória."2 Ellen White continua, fazendo notar que há mais na salvação do que apenas acreditar e aceitar mentalmente. Saber que Jesus é o nosso Salvador é mais do que apenas um pensamento reconfortante ou uma ideia intelectual tentadora. É "exercitar a fé" e "avançar de força em força".
       Tiago afirma claramente que a crença não faz sentido, a não ser que seja apoiada pela ação (Tiago 2:19). O livro de Tiago explica, com exemplos práticos, que, como sabemos que Deus nos perdoou, e temos fé de que Ele nos salvará, obedecemos-Lhe. Viver uma vida com Deus tem um efeito prático na nossa vida diária. Podemos ter a certeza de que estamos prontos para nos encontrarmos com Jesus, se Ele viesse hoje.

A DERRADEIRA MISSÃO DE RESGATE
       A Segunda Vinda de Jesus será o maior resgate da história da Terra. A Bíblia descreve o Céu sendo enrolado para trás como um rolo (Isaías 34:4), a Terra a cambalear como um bêbado (Isaías 24:20).
       Encontrarmo-nos com Jesus requer uma espécie de santidade especial? Alguns Adventistas do Sétimo Dia afirmam que o caráter de Deus será reivindicado nas vidas perfeitas da última geração de crentes. Esta afirmação está baseada em certas citações de Ellen White lidas isoladamente sem o contexto do resto dos seus escritos. Esta afirmação leva, muitas vezes, ao medo e inclina-se a dirigir o foco dos Cristãos para si em vez de para Jesus. Deus sempre quis que cada geração de Cristãos obtivesse a vitória sobre o poder do pecado na sua vida (Romanos 6:11-14). Contudo, deste lado do Céu, a perfeição é sempre um processo de crescimento, não um estado estagnado; e não interessa o que façamos, não chegaremos lá. Em vez disso, temos de nos agarrar a Jesus. A luta diária é deixar tudo o que nos separa e, tal como Jacob, concentrarmo-nos em agarrarmo-nos a Jesus, em vez de lutar contra o Seu Espírito ou de interferir com o Seu trabalho, ao tentar ajudar o resgatador. Termos a certeza de que estamos prontos para nos encontrarmos com Jesus não depende de chegarmos a um certo padrão. A certeza é encontrada, como no caso de Paulo, em "morrer diariamente" para tudo o que nos separa de Deus, agarrarmo-nos às Suas promessas.
       Enquanto o Céu se enrola e a Terra cambaleia, podemos dizer com confiança: "Eis que este é o nosso Deus, a Quem aguardávamos, e Ele nos salvará" (Isaías 25:9).

1. Ver www.coloradoSARboard.org
2. Ellen G. White, Refletindo a Cristo, Meditações Matinais de 1986 (Sacavém, Publicadora Atlântico, SA), p. 74.
3. Ver Angél Manuel Rodriguez, "Theology of the Last Generation" (Teologia da Última Geração), Adventist Review, 10 out. de 2013. p. 42.

Questões Para REFLETIR E PARTILHAR

1. Como podemos ter a certeza de que estamos prontos para nos encontrarmos com Jesus, se Ele viesse hoje?
2. O que é que Deus espera de cada geração de crentes? Como é que isto difere da crença de que a última geração tem de ser perfeita?
3. Se tenho a certeza de que estou salvo se Jesus viesse hoje, significa que ainda terei essa certeza para o mês que vem? Porquê, ou porque não?
4. Como podemos ajudar as nossas crianças e os jovens a descobrir a alegria da certeza da salvação?
Revista Adventista, Especial, Setembro 2015 - 7 Artigos nos meus 2 Blogs, de 23 a 26.12.15