quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Dia Internacional da Pessoa com Deficiência

Aproveito este dia para apresentar aqui uma homenagenzinha à Andreia, uma sobrinha muito querida e especial. E muito amada por Deus! Mas ela também O ama muito pois o que mais gosta é de passar tempo com Ele e a Sua Palavra. Logo de manhã, ao fim de semana, e durante a semana quando chega a casa da Quinta da Conraria, o Centro de Reabilitação, vai logo ler a Meditação Matinal desse dia, assim como estudar a Lição da Escola Sabatina e ler na Bíblia os versículos apresentados. Leva muito a sério esta amizade especial e todos os familiares, amigos e até conhecidos, sabem que as suas conversas passam sempre por essa Grande Pessoa.
Também gosta muito de cantar e até sabe a maioria dos números dos hinos do Hinário de cor, na perfeição. Nos Encontros ao Pôr do Sol (abaixo) vão conhecê-la melhor e o seu Hino Preferido. Agora anda muito feliz pois faz parte do grupo musical aqui apresentado (e que é impressionante!), onde ela está à frente, um pouco para a direita, assim como na foto abaixo num centro comercial com os seus professores é a 2ª menina à frente, na sua "«Permobill» que é a Mercedes das cadeiras de rodas eléctricas", como está escrito no Perfil do seu blog www.ojardimdaandreia.blogspot.com que podem visitar sempre que quiserem e apanhar muitas flores.


A ARTE DE FAZER NASCER A MÚSICA


     É um músico apaixonado, sempre repartido por várias tarefas que lhe preenchem os dias.
     Mas nem as adversidades nem a pouca disponibilidade o levam a abdicar de um tempo muito especial:
O que ele dedica às crianças e aos jovens da
ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE PARALISIA CEREBRAL

     Desde 1991 que Carlos Guerreiro, músico do conjunto "Gaiteiros de Lisboa", caminha, todas as semanas, para a Associação onde, em classes especiais, inicia na música grupos de jovens com deficiências. Nestes casos, a música é usada no âmbito de um processo de tratamento ou de profilaxia chamado musicoterapia.
     Os jovens têm, quase todos, paralisia cerebral, deslocam-se em cadeiras de rodas, os seus movimentos são descoordenados e não se percebe o que dizem.
     Mas possibilitar-lhes os momentos de satisfação que eles mostram sentir com o manejo dos vários instrumentos é, para Carlos Guerreiro, razão suficiente para estar e continuar. "Estou sempre a mudar de vida mas isto é uma coisa que quero guardar" - afirma.

     Carlos Canadas, um jovem com paralisia cerebral, é seu aluno desde há sete anos. Está agora a adaptar-se a uma outra fase de utilização de novos instrumentos com os quais Carlos Guerreiro pretende criar uma orquestra mecânica.
     Sorridente, Canadas experimenta, maravilhado, a sensação que lhe chega através do "soundbeam", um instrumento que emite ultrasons que são projectados contra um alvo - qualquer movimento feito na sua direcção, seja com que parte do corpo for, provoca diferentes sons que ele utiliza como num jogo.
     Estranhos instrumentos musicais ocupam, aliás, aquele espaço. Objectos inventados e construídos pacientemente por Carlos Guerreiro, adaptados com cuidado às capacidades dos jovens. Através de um cordel ou de um pedal, há violas que tocam. E outros instrumentos suspensos por fios de nylon e amarrados a tubos metálicos, para facilitar o seu manejamento.
     Recentemente, foram ali colocados novos objectos musicais que funcionam através de computadores. "Achei que não tinha o direito de os privar das coisas novas que estão a ser experimentadas por toda a Europa", afirma Carlos Guerreiro. O objectivo é agora "juntar os instrumentos electrónicos com os acústicos" e compor a nova orquestra, com as diferentes sensibilidades de cada uma das pessoas. "Não há fórmulas para lidar com elas", explica o músico. "Faz-se um cerco, vê-se por onde se consegue entrar, é isso... ". Com os que não falam, Carlos Guerreiro comunica através do código Bliss. É um quadro com 100 símbolos que representam palavras como "por favor", "obrigado", "dormir", "gostar", "telefone", "preto", "triste" ou "difícil".

     Para se fazer entender, o jovem aponta para estes símbolos cujo significado aprende logo que entra na associação. É um trabalho longo e persistente mas que, muitas vezes, acaba por ser gratificante - "quando, por exemplo, eles conseguem encontrar alguma felicidade... uma felicidade que quero levar cada vez mais longe", diz Carlos Guerreiro.
     Já conseguiu levar um grupo de jovens com paralisia cerebral a tocar música popular portuguesa durante um festival organizado pelo centro do Alcoitão nos arredores de Lisboa. Acredita que muitas outras acções semelhantes podem ser repetidas por meio da musicoterapia. O seu objectivo é abrir, através da música, canais de comunicação com os doentes. Este método foi introduzido em Portugal, por volta dos anos 70, no ensino especial. Em outros países é utilizado também em psiquiatria e em geriatria. E, em alguns casos, em enfermarias de doentes terminais, em dentistas e na preparação para o parto, situações em que os doentes se limitam a ouvir a música.
     A maioria dos técnicos que utiliza a técnica da musicoterapia em Portugal, não tem formação especial neste campo, mas vai cumprindo as recomendações básicas para o exercício deste método, entre as quais, a ligação com outros técnicos de saúde, como psiquiatras e terapeutas.
     Tão importante como a técnica é, no entanto, o empenhamento e a ternura com que os monitores como Carlos Guerreiro se entregam à "missão" de fazer nascer a música nas pessoas.

Ana Torres (texto) Carlos Gil (fotos), Revista TEMPOlivre, Novembro 1998.

Da autoria de PAULO JACOB "O ensemble Ligados às Máquinas é um projeto musical inovador da Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra que recria, através do sampling, uma 'manta de retalhos sonoros' onde ambientes e estilos musicais díspares se cruzam de uma forma revigorante. Do hip-hop ao fado, do rock ao techno, do blues à world music, da música erudita à música concreta, dos sons da publicidade às séries televisivas... tudo se conjuga num espectáculo sonoro único, fruto das vivências do colectivo."
https://www.facebook.com/events/1030436460334763/
Publicado a 22.05.2015

O DEFICIENTE, SUA FAMÍLIA E A IGREJA

Todo o Deficiente Físico e/ou Mental é Carente de Atenção e Carinho

Li, faz pouco tempo, um livro diferente de quase todos os que já havia lido: Sempre Haverá um Amanhã, de Giselda L. Nicolelis, Editora Moderna. Nesse livro a autora retrata a realidade de um pai de criança deficiente mental e sua família.
Quando nos vemos pessoalmente envolvidos com a deficiência mental, é que começamos a pensar naqueles que enfrentam a mesma situação. É uma pena que o ser humano seja assim. Lembro-me, com tristeza, de uma família que ia todos os sábados à igreja que eu frequentava. Eles tinham uma menina deficiente física e mental. Hoje me pergunto: Por que jamais me aproximei deles para conversar, para dar uma palavra de apoio, para mostrar minha solidariedade? Acho que era porque não tinha algo em comum. Afinal, eu não tinha um problema semelhante, não tinha ideia do que significava ter uma filha especial. Foi preciso acontecer comigo para eu poder compreender. E louvo a Deus por esta sublime e dolorosa luz.
Lembro-me, especialmente, da maneira como eu olhava para aquela criança, que já não era mais tão pequena; devia ter seus 12 anos. Olhava-a apenas com um sentimento de pena, de curiosidade. Olhava-a como quem olha para uma coisa deformada e estranha, que chama a atenção por ser diferente de algum modo. Toda a vez que alguém olha para a minha filha desta maneira, lembro-me de como eu mesma olhava para aquela criaturinha de Deus, e procuro compreender seus pensamentos.
Quanta coisa há para se aprender na vida! Quanto ensinamento para se receber! Pensando nisto, decidi compartilhar com meus irmãos em Cristo uma pequena parcela de minha experiência, na tentativa de levar a igreja a dar melhor atenção ao deficiente mental e à sua família.


Aceitação

No livro Como Ensinar Crianças na Escola Sabatina, de Donna Habenicht, editado pela CASA, à pág. 74, lemos o seguinte:

"As crianças retardadas precisam ser aceites como pessoas de valor e como almas preciosas aos olhos de Deus e como alguém por quem Cristo morreu. Elas têm sentimentos como qualquer outra criança normal. Relacione-se com elas numa base individual. Partilhe de seus problemas e de suas alegrias. Conheça-as pessoalmente visitando-as em casa. Mostre-lhes o amor de Deus através do tato. Muitos há que repelem as pessoas retardadas, mas essas pessoas precisam muito do amor físico. Ouça com os olhos e os ouvidos. O que elas não conseguirem dizer em palavras expressarão em linguagem física, justamente como fazem as crianças pequenas. Se você notar que não está sendo compreendida(o) diga o que pretende dizer, de outra maneira, uma maneira mais simples."
Caso seu filho queira saber por que determinada criança deficiente é daquele jeito, Donna Habenicht dá a seguinte orientação: "Joel é especial. Seu corpo é muito maior que o de vocês, mas a sua mente não cresceu tanto quanto seu corpo. Jesus ama Joel de maneira muito especial. Nós também o amamos."
A família do deficiente mental e/ou físico carrega um pesado fardo. Uma criança deficiente carece de atenção e carinho diuturnamente. Precisa se sentir amada e aceite, e às vezes os pais quase sucumbem sob o peso de tantas lutas. Diante disto, essas pessoas precisam da igreja mais do que ninguém. É preciso se aproximar em lugar de se afastar.
"Os pais de crianças retardadas estão sofrendo. Eles precisam de consolo e apoio. Frequentemente carregam uma terrível dor, perguntando-se por que Deus permitiu que isto acontecesse. O cuidado de uma criança como esta exige muito de seus pais. Eles sentem tristeza e se ressentem dos olhares maldosos e descorteses das pessoas; por isso, com frequência podem deixar de ir à igreja. Estas famílias constituem uma excelente busca para sua igreja. Elas responderão com prazer a uma igreja que se preocupa com elas." - Idem, págs. 75 e 76.

Como ajudar

Existem algumas regras que você pode pôr em prática na tentativa de se aproximar de uma família que tenha um deficiente mental e/ou físico.

1- Jamais pergunte o que aconteceu com a criança. Espere que os pais lhe contem. Eles o farão assim que se sentirem à vontade na sua presença.
2- Aproxime-se sempre com um sorriso e muita cordialidade.
3- Convide a família para almoçar, jantar, ou tomar um lanche em sua casa.
4- Convide a família para um passeio de sábado à tarde.
5- Trate a criança com ternura, mas sem afetação. Trate-a como trataria qualquer outra criança.
6- Converse com seus filhos antes de receber a visita. Tente lhes mostrar que aquela criança merece respeito e amor e peça que os pais da criança deficiente os orientem para saberem como brincar com ela.
7- Se sua igreja tiver alguma família com um deficiente, explique aos seus filhos o que significa uma deficiência e incentive-os a fazer amizade com ele. Procure ser um exemplo.
8- Sempre que surgir uma atividade social na igreja, convide a família do deficiente e, na medida do possível, inclua aquela criança. Por exemplo: aniversários, horas sociais, junta-panelas, piqueniques, etc.
9- Procure ter paciência com a criança deficiente. Às vezes, pode ser agressivo, dependendo do tipo de deficiência que tem. Se você notar que ele quer puxar o cabelo, bater, beliscar, empurrar, chutar, morder ou cuspir, mantenha certa distância para que ele não o atinja. Não pare de lhe dar atenção, mostrando-lhe, assim, que é amado. Caso ele o acerte, jamais revide. Ele não vai entender a razão de sua violência. O melhor a fazer é chamar um dos pais. Oriente seus filhos para que façam o mesmo.
10- Evite palpites bem-intencionados, porém, mal-colocados. Eles ferem mais do que ajudam. É muito difícil aconselhar alguém que esteja passando por uma situação da qual você não tem ideia alguma. Para pais de deficientes, o mais importante é ter amigos que os ouçam. Existem pessoas especializadas em aconselhar esses pais; deixe que elas façam esta parte.
11- Se você souber abordar a temática da deficiência de maneira prudente e natural, seus filhos saberão aceitar uma pessoa que é diferente deles e a tratarão com dignidade e respeito.


Temos, em nossa experiência, algumas crianças que sabem amar nossa filha e vêm a nossa casa para brincar com ela. Por enquanto são umas três ou quatro, apenas. Essas crianças fazem a alegria em nosso lar. Em todos os casos os pais destas crianças lhes explicaram o que significa a deficiência mental com palavras simples, e as estimularam a vir brincar com a nossa menina. Todas elas se sentem úteis e amadas, não só pela pequena, como por nós, que as prezamos muito.
Uma coisa importante que os pais de deficientes têm necessidade de aprender é não se importar com olhares estranhos. Tudo o que é diferente sempre chama a atenção. Busquem esses pais o apoio dos amigos e orem para que Deus os ajude a encarar a curiosidade alheia através dos olhos da misericórdia, da paciência e do perdão.
Outra coisa muito importante: falem sobre seu filho deficiente. Contem à igreja sua experiência. Mostrem o que é ter um filho assim, e quanta coisa há para se aprender e ensinar quando se passa por esta experiência. Em suma: transformem sua provação num ministério. Deus pode usá-los para alertar, ensinar, animar, ajudar e salvar almas que arfam sob um peso semelhante ao seu. Tenho procurado agir desta forma, pela graça do Senhor, e Ele tem me fortalecido e amenizado minha dor em grande medida. Lembremo-nos: Não estamos sozinhos. Há milhares de pais, como nós, que estão esperando uma palavra de compreensão e consolo. Existe alguém mais apropriado que nós para lhes estender a mão?

Artigo da Revista Adventista Brasileira, Agosto, 1996, escrito por "Charlotte Fermum Lessa - Natural de Bremen, Alemanha - formada em Pedagogia, pós-graduada em Psicopedagogia, especialista em PEI – Programa de Enriquecimento Instrumental, níveis I e II de Reuven Feuerstein. Presidente e fundadora do Instituto de Desenvolvimento Humano Kathia Lessa. Além de tradutora e intérprete, Charlotte é também escritora, com oito obras publicadas pela Casa Publicadora Brasileira, na área infanto-juvenil, entre elas: Deus me Fez Assim, Deus Fez Meus Sentidos, Um Amigo pra Jesus, Deus Ama os que São Diferentes, Sou Down e Sou Feliz, e O Mundo Maravilhoso da Bíblia Para Crianças."
É a esposa do Pastor Rubens Lessa, Redator da Casa Publicadora Brasileira e também autor de vários livros, nomeadamente o de Meditações Matinais de 2002, A Esperança do Terceiro Milénio, onde a certa altura da sua Dedicatória, escreve: "Quero, contudo, dedicar este livro à Kathia, a minha filha mais nova, que é deficiente mental. Ela jamais entenderá, neste mundo, o sentido deste meu gesto. No Céu, porém, compreenderá que o seu pai se tornou menos rude ao penetrar no seu maravilhoso universo infantil."
Vários sites na internet, nomeadamente:
http://institutokl.blogspot.pt/2010/09/saiba-mais-sobre-o-instituto-de.html

Para conhecerem melhor a nossa querida Andreia podem assistir a este belo programa com a sua família, num cantinho da grande sala comum da sua linda casa.



A Andreia também tem Muiiitos Amigos!!!
Mas, sem dúvida, porque ela também procura ser para eles uma "Amiga do Coração"! Vejamos:

POEMA

Era uma vez um ...
Não.
Era uma vez dois ...
Não.
Era uma vez ... quantos?
Já sei! Era uma vez muitos, não muitos, muitos, mas muitos "diferentes".
E era uma vez muitos, mas mesmo muitos "iguais".
Um dia os "grandes" pensaram:
- Vamos juntar os "diferentes" e os "iguais" e ver o que isto dá.
Então os "diferentes" que estavam nos seus "sítios" ou andavam por aí espalhados,
foram todos a pé ou de rodas, para os "sítios" dos "iguais".
Quando lá chegaram, pensaram espantados:
- Ena, tantos "diferentes"! ...
E os "iguais", mais admirados, murmuraram:
- Ena, tantos "iguais"! ...
Mas que confusão !
Então os "diferentes" são iguais e os "iguais" deram as mãos e foram brincar.
Passados uns tempos, os "grandes" voltaram àqueles "sítios" e ficaram muito contentes
quando viram que estavam todos cada vez mais iguais:
Os "diferentes" quase "iguais" e os "iguais" mais "iguais".

Bela poesia, inspiradora, oferecida à Andreia pelo seu grande amigo Dr João Craveiro (e seus familiares, amigos de há muitos anos).


BOA NOTÍCIA!

O grupo "LIGADOS ÀS MÁQUINAS" está disponível para participar
em espetáculos pelo país.

É só contatar o professor Paulo Jacob na Quinta da Conraria, na Paralisia Cerebral de Coimbra.
E pode informar-se e atualizar-se das suas atividades, através do site já apresentado.

No próximo dia 12 deste mês, pelas 21 horas, eles irão participar num espetáculo no Cine-Teatro Messias, na Mealhada, numa iniciativa de angariação de fundos.

DE  CERTEZA  QUE  A  SUA  PRESENÇA  JAMAIS  SERÁ  ESQUECIDA!!!