Há tempos vi, na Internet, um vídeo de uma senhora americana, chamada Barbara, que tinha nascido sem braços. É impressionante a maneira como ela consegue sobrepor-se à sua deficiência e executar todas as tarefas caseiras com o auxílio dos dedos dos pés: partir um ovo e fritá-lo, mudar a fralda do seu bebé, conduzir o carro ou desempenhar as tarefas da sua vida profissional.
Recentemente, num outro vídeo, vi um bebé brasileiro que nasceu sem braços nem pernas. Os pais entregaram-no a uma instituição. Ali era alimentado, mas ninguém se incomodava com ele. Uma família cristã americana, tendo ouvido falar deste bebé, sentiu que era seu dever cuidar dele. Acabou por adoptá-lo. Chamaram-lhe Gabe. Rodearam-no de todo o carinho e incutiram nele a vontade de lutar e procurar sobreviver sem recorrer constantemente ao auxílio de outros. É maravilhoso ver esta criança atirar-se a uma piscina, subir uma escada, aprender a escrever e desembaraçar-se das tarefas quotidianas. Vê-lo sorrir sob estas circunstâncias é fascinante.
Não posso deixar de mencionar o irmão Diogo da nossa igreja. Aos 21 anos ficou cego. Sozinho criou dois filhos. Apesar de tudo, é uma pessoa sorridente e bem disposta, em quem não se nota nenhum vestígio de revolta. Gosto de o ver dar umas boas gargalhadas depois de uma piada. Sobretudo tem um espírito de consagração que o leva a partilhar a sua fé com inúmeras pessoas a quem dá estudos bíblicos. Acho que ele pensa mais nos outros do que em si próprio. Todos nós o apreciamos, até porque nos inspira a lutar.
Como é maravilhosa a maneira como Deus nos dotou de capacidades que nos ajudam a ultrapassar as vicissitudes da vida. Contudo, encontramos cristãos que ficam completamente desanimados quando lhes surge qualquer obstáculo no caminho.
Quando Deus permite que certas circunstâncias nos atinjam, Ele também dá os meios para as podermos suportar e ultrapassar. S. Paulo, certa vez, incomodado com um mal que o afligia, pediu ajuda a Deus. «A Minha graça te basta...», foi a resposta que recebeu.
Amigo leitor, acabou de acordar. Durante a noite, quantas pessoas se debateram entre a vida e a morte no leito de um hospital? Depois, olhe para os seus braços, para as suas pernas. Não é um privilégio poder levantar-se, caminhar, lavar a cara com as suas próprias mãos, poder ver a luz do dia e a face maravilhosa daqueles que lhe são queridos?!
Meu amigo, ainda acha que tem problemas? Pense na Bárbara, no Gabe e em tantos outros, e enfrente o dia com ânimo. Lembre-se das palavras de S. Paulo:
José Maria Marques de Sousa
e Algumas Vicissitudes...