terça-feira, 14 de julho de 2015

RUMO AO ALVO


     
(clique na imagem)
       
"O êxito em qualquer coisa que empreendamos exige um objectivo definido. Aquele que desejar o verdadeiro êxito na vida deve conservar firmemente em vista o alvo digno dos seus esforços." Ellen G. White, Educação, pág. 262.
       "Já vi muitas pessoas destruídas - não pelo mundo, mas por si mesmas."

       O escritor inglês Godfrey Winn que fez essa afirmação a um jornalista, passou por uma árdua escola no seu caminho para o sucesso. Ele submeteu a sua primeira obra literária a Somerset Maugham. Depois de lê-la, o famoso autor disse: "O seu manuscrito é promissor. Porque não vem jogar um pouco de ténis connosco?"
       Mas, quando Winn chegou, Maugham recebeu-o com as seguintes palavras: "Você não veio aqui só para jogar ténis. Vou exigir-lhe que escreva 1000 palavras durante cada manhã. Ao meio-dia e meia em ponto, quero ler o que você escreveu. Se não for bom, não terá almoço. Não existe essa coisa chamada inspiração. Trabalho duro é a única coisa que conta!"
       Winn obedeceu e com isso aprendeu uma lição de valor incalculável para a sua futura carreira. Daí em diante, era como se o seu dia tivesse sido perdido, se não escrevesse 2000 palavras antes do almoço. Ele escreveu mais de 6 500 000 palavras, as quais foram publicadas em jornais, e dois milhões e meio nos 25 livros que comprovam o seu esforço. Dois desses livros estão entre os mais vendidos e os seus leitores compraram mais de 500 000 exemplares.

       Há algum tempo, li um artigo escrito por um homem que passou 25 anos a ensinar homens e mulheres a vender livros de casa em casa. Ele teve muitas experiências interessantes, contratando pessoas para esse tipo de trabalho. Muitas vezes, depois de conversar com um vendedor em perspectiva, disse a si mesmo: "Este homem será um excelente vendedor. Ele tem tudo a seu favor. Tem boa aparência, é bem qualificado e sabe expressar-se com facilidade." Mas com muita frequência esse grande vendedor fracassou. Porquê? Não sabia como ser o seu próprio chefe.
       Noutros casos, a situação inverteu-se. Um homem com praticamente nenhuma das qualificações de um bom vendedor e que fora mesmo aconselhado a não entrar nessa carreira, teve um enorme sucesso. O escritor do artigo conclui com estas palavras: "Baseado nos meus 25 anos de experiência neste trabalho, cheguei à conclusão de que é virtualmente impossível predizer quem terá ou não terá êxito. Tudo depende da capacidade pessoal do indivíduo em ser o seu próprio chefe."

SE TU FOSSES O CHEFE

       Na parede de uma sala de recepção de uma grande indústria está pendurado um lema paradoxal, mas que faz com que o leitor reflicta. Ele diz: "Se você fosse o chefe e pedisse emprego aqui, contratar-se-ia a si mesmo?"
       A ideia de ser o seu próprio patrão não é tão disparatada como parece. Nem sequer é uma ideia nova. Há aproximadamente 3000 anos, o rei Salomão, famoso pela sua sabedoria, chegou à mesma conclusão e deixou-a escrita para que não fosse esquecida: "Vale mais ser paciente do que ser valente; mais vale saber-se dominar a si mesmo do que conquistar uma cidade." Provérbios 16:32 (BN).
       A pessoa que viaja pelo mundo visita, obrigatoriamente, os numerosos monumentos erigidos em honra de homens considerados grandes. Entre eles estão os líderes militares - poderosos generais e almirantes. Mas na sua profunda sabedoria, Salomão ressalta que a grandeza e a honra do domínio próprio são maiores do que qualquer vitória militar. Do ponto de vista humano, a conquista de uma cidade é uma vitória memorável. Pelas normas divinas, desenvolver o controlo sobre si mesmo - ser o seu próprio chefe - é uma conquista muito maior. E esta espécie de grandeza não está reservada só a alguns. Está ao alcance de cada um de nós!
       Tu és o teu melhor amigo. Ou inimigo!

       "Uma velha lenda nórdica conta acerca de um homem possuído por uma espécie de ser maligno que tentava arruinar a sua vida. O monstro levantou o tecto da sua casa, estilhaçou as janelas e destruiu o jardim. Matou-lhe o gado e destruiu a sua colheita.
       Finalmente, o homem, não suportando mais a situação, decidiu lutar contra o monstro. Iniciou-se uma árdua batalha. Ambos caíram e rolaram pelo chão. Durante algum tempo, o resultado foi incerto. Então, reunindo todas as forças, o homem ficou sobre o monstro e segurou-o contra o solo. Puxou a faca para exterminar o inimigo. Mas, exactamente nesse momento, o vento afastou as nuvens e um brilhante facho da luz do luar iluminou a face do monstro. O homem sentiu-se sacudido por um choque que afectou a sua vida. A face que estava ali à sua frente era a dele!

A VERDADEIRA GRANDEZA


       Há muitos anos, uma professora, em Inglaterra, pediu à sua classe que fizesse uma composição cujo tema era "A Verdadeira Grandeza". Entre os estudantes havia uma menina de família pobre, sem cultura, de quem a professora não esperava nada de excepcional. No entanto, o que a menina escreveu impressionou-a tanto que ela enviou o trabalho ao jornal local, para ser publicado. O artigo suscitou logo um grande interesse. Jornais em todo o país publicaram e republicaram o que essa jovenzinha tinha escrito. Ninguém já se lembra do seu nome. Mas o que ela escreveu continua a ser verdade até aos nossos dias. Eis aqui alguns parágrafos:
"Uma pessoa nunca consegue a verdadeira grandeza esforçando-se por obtê-la. Alcança-se quando não se procura. É bom andar bem vestido. Dessa maneira é mais fácil impor respeito; mas é um sinal de verdadeira grandeza quando alguém, apesar de humildemente vestido, consegue o mesmo resultado. Quando a minha mãe era criança, havia um passarinho em sua casa chamado Guilherme, o qual quebrou uma perna. Eles pensaram que teriam de matá-lo; mas, na manhã seguinte, encontraram-no apoiado sobre a perna boa, cantando. Aquilo era um exemplo de verdadeira grandeza.

Conta-se que, em tempos, houve uma mulher que, depois de lavar muita roupa, a pendurou no varal. O varal quebrou-se. Mas ela, sem dizer nada, lavou-a toda novamente e desta vez estendeu-a sobre a relva, de onde não podia cair. Mas, naquela noite, um cão passou por cima das peças de roupa, deixando as marcas das patas enlameadas. Quando ela viu o que acontecera, sentou-se e disse simplesmente:
'Não é interessante que o cão não tenha deixado uma peça sem as suas marcas?' Aquilo era um outro exemplo de verdadeira grandeza, mas só os que lavam roupa sabem isso." "Self Control in Small Things", Sunshine Magazine.
       O domínio próprio é fundamental na vida. É o que faz a diferença entre o líder e o liderado. O Líder sabe dominar-se. O homem comum não sabe. O que Salomão escreveu acerca do domínio próprio é valido ainda hoje e sê-lo-á sempre.

CRIANDO OPORTUNIDADES

       Falando aos jovens, no 25° aniversário da fundação da sua firma, um dos mais bem-sucedidos homens de negócios da Noruega disse: "A todos os jovens que desejam o sucesso, direi isto: 'Decidam-se quanto aos objectivos que querem atingir na vossa vida. Façam planos adequados e trabalhem arduamente, com vontade firme e constante. Tenham fé no futuro, mas não fiquem sentados, esperando pelas oportunidades - criem-nas vocês mesmos!'"
       Esta atitude faz com que a vida valha a pena ser vivida, porque uma das maiores satisfações do homem encontra-se no próprio acto de lutar. Talvez isso seja mais importante até do que alcançar o alvo. Uma vez, num voo para Londres, eu discutia este assunto com o meu companheiro do lado, que era sueco. Ele citou o poeta sueco Karin Boye, cujas palavras me soaram tão significativas que as anotei na minha agenda: "Há um propósito e um alvo na vida, mas é o caminho a ser percorrido que faz valer o esforço."

       A partir de então, tenho notado muitas vezes até que ponto estas palavras são verdadeiras. Basta ouvir um idoso a recordar as suas experiências da vida. Podem ser pessoas muito bem-sucedidas que ocupam postos elevados, tendo grande influência, ou grande poder administrativo e bons rendimentos. Mas não é neste assunto que gostam de demorar-se. Os anos em que estiveram no auge do sucesso não são os que se destacam nas suas recordações. Não, o que eles gostam de repetir são as lutas por que tiveram de passar durante os anos de escalada até ao êxito. Os anos nos quais tiveram de vencer obstáculos foram os melhores da sua vida. Sim, "é o caminho a ser percorrido, que faz valer o esforço."
       Os nossos melhores anos não estão no futuro distante. Quando tivermos alcançado os nossos objectivos, a maior parte das batalhas estará no passado. O tempo mais desafiante para nós é agora - agora, enquanto os nossos sonhos mais acariciados ainda não se tornaram realidade.


       Não é errado sonhar com o futuro. Quase tudo o que é hoje motivo de orgulho para a civilização existiu porque alguém ousou sonhar, pensar e trabalhar. Todas as invenções modernas foram antes de tudo uma ideia na mente de alguém. Diz-se sobre Henry Ford, que a sua cabeça estava "cheia de rodas". E por isso, as suas rodas passaram a percorrer todos os caminhos do mundo!
       Um dia, John Rockefeller meteu a cabeça por entre a porta de um dos seus escritórios, surpreendendo o seu contabilista, que estava concentrado, inclinado sobre os livros. "Tire os seus pés do chão e ponha-os sobre a escrivaninha!" - ordenou Rockefeller. "Encoste-se para trás na sua cadeira e comece a sonhar."
       Surpreendido com esta ordem vinda do seu chefe, o homem perguntou-se onde é que ele queria chegar. Mas, quando Rockefeller repetiu a sua ordem, o contabilista colocou cautelosamente os pés sobre a mesa, recostou-se na cadeira e perguntou educadamente: "O senhor quer que eu sonhe com quê?"
       "Rockefeller respondeu laconicamente: "Sonhe com maneiras de ganhar dinheiro para a Standard Oil Company. De agora em diante, esse é o seu trabalho!"

       Os pensamentos de Rockefeller estavam no dinheiro e no poder. Mas, além dessa, há muitas outras coisas melhores e mais dignas com que sonhar. Existem ainda grandes empreendimentos a realizar neste mundo. Como diz o ditado: "O homem que nunca se perdeu numa causa maior do que ele mesmo, perdeu uma das experiências mais culminantes da vida."
       Por ocasião do funeral do seu irmão, o Senador Edward Kennedy citou uma observação que John F. Kennedy fez, poucos meses antes de ser assassinado: "Alguns homens veem as coisas como são e perguntam 'Porquê?' E eu sonho com coisas que não existem e digo: 'Porque não?'"
       No seu livro The Dream of Youth (O Sonho da Juventude), Hugh Black escreve:        
"Conta-me os teus sonhos e eu poderei ler os mistérios da tua vida. Conta-me as tuas preces e eu escreverei a história da tua alma. Conta-me os teus pedidos e eu falar-te-ei das tuas aquisições. Conta-me o que procuras e eu dir-te-ei o que és.
Não desejo saber o que possuis - apenas o que desejas. Não me importa saber o que tens - guarda-o! - apenas o que não tens e desejas ter; nem os teus triunfos, mas aquilo que ainda não conseguiste e que persegues. Tudo o que se apresente nos teus sonhos de dia e de noite, o ideal que tens colocado diante de ti, as coisas que aprovas como excelentes, que procuras e às quais tens entregue o teu coração - estas são a medida da grandeza do homem." Hugh Black, The Dream of Youth, pág. 15. Coisas que podemos ver não são, nem de perto, tão importantes como as que não podemos ver, tais como a vontade, a coragem e o carácter.

O "NÃO!" PODE SER POSITIVO
       No primeiro dia que passou no seu novo emprego, o chefe da secção ofereceu-lhe um grande copo de cerveja. "Não, obrigado", respondeu ele. Esta resposta calma irritou o chefe da secção que lhe disse, irado: "Não há ninguém abstémio neste lugar!"
       "Enquanto eu estiver aqui, haverá uma pessoa", respondeu o aprendiz.
       "Ainda contrariado, o chefe ameaçou: "Ouve, rapaz, vais tomar esta cerveja aqui ou lá fora!"
       "Bem", replicou o rapaz, "faça como quiser. Cheguei hoje com um casaco limpo e um carácter limpo. O senhor pode sujar o meu casaco, se quiser, mas não pode sujar o meu carácter."
       O facto de se ter um ideal para a vida, e estar determinado a apegar-se a certas normas, pode tornar a pessoa diferente. Mas isso importa?
       Na cidade de Oslo, existe um monumento singular pelo facto da sua inscrição ter apenas uma palavra norueguesa: "Nei". Ela quer dizer simplesmente "Não".
       Por detrás dessa inscrição, está a história de um dos grandes heróis da Segunda Guerra Mundial, Lauritz Sand. Foi levado prisioneiro pelos nazis, que suspeitavam que ele tivesse contacto com o movimento secreto da resistência. Prenderam-no. Interrogaram-no. Torturaram-no. Mas, para todas as perguntas, a sua única resposta era: "Nei!" Finalmente, ele acabou por morrer em consequência dos maus tratos recebidos. Nada o induziu a revelar segredos, o que poderia custar a liberdade ou mesmo a vida de outros.
       Ainda que consideremos o "Não!" como uma resposta negativa, ela pode ter um significado positivo. Para Lauritz Sand, "Não!" era a expressão das suas convicções quanto ao que era correcto e verdadeiro, do seu amor pelo seu povo e país, da lealdade e do idealismo.
       Ter uma atitude positiva para com a vida não significa necessariamente dizer sempre "Sim" a tudo o que enaltece e edifica. Também significa dizer "Não!" a tudo o que destrói e degenera.
       "O sucesso é filho da coragem", disse Disraeli. Aquele que tem em vista o alvo, precisa de ter coragem para tomar uma decisão, para definir a sua posição e correr os riscos que sejam necessários. Porque aquele que não arrisca nada, nada ganha.
Alf Lohne, Escritor com uma vasta obra, in Prepara o Amanhã, Junho 2006, Publicadora SerVir, Sabugo, Portugal.


QUE TENS EM TUA MÃO?
Conta-se a história de um herói e um covarde. Este último, de um lado do campo de batalha, olhou sua espada e disse: "Que posso fazer com esta velha espada? Se ela fosse de aço nobre eu poderia fazer algo. Suponho que o príncipe tenha uma espada dessa espécie. Mas, que farei eu com esta velharia?" E firmando-a contra seu joelho quebrou-a em dois pedaços, atirou-os sobre a areia e abandonou a luta.
Enquanto isto, o príncipe não tinha nada em suas mãos. Estava lutando com os punhos nus. Havia perdido tudo na peleja, mas não fugiu. De repente tropeçou no cabo da velha espada que o covarde havia desprezado. Tomando-a, levantou-a bem alto, e dando um grito semelhante ao de um rei, avançou sobre o inimigo.
Ao vê-lo atacando com uma velha espada, seus soldados se reuniram em torno dele e com brio renovado se lançaram contra o inimigo. Ganharam a batalha e também a guerra. Sim, alguns podem fazer mais com meia espada que outros com uma inteira.

Estamos nós fazendo o possível com o que temos ao nosso alcance?

Sansão, valente guerreiro do antigo povo de Israel, não tinha mais que uma queixada de jumento e nem sequer meia espada. Mas, com ela, matou mil filisteus, inimigos de seu povo.

Dorcas, uma ativa mulher do século I de nossa era, tinha apenas uma agulha em sua mão, mas, como disse alguém, "movimentava-a muito mais que a língua." Com essa agulha costurou roupas para os necessitados, e o fez com tanta dedicação que atualmente há muitas sociedades beneficentes que levam o nome daquela humilde mulher que usou para o bem o que tinha em sua mão: uma agulha.

Jovem leitor, que tens em tua mão? Por mais modestos que sejam teus talentos e por mais limitadas que sejam tuas possibilidades, se usares com todo empenho o que tens ao teu alcance, poderás obter grandes resultados.

A Moisés, o grande legislador e libertador de seu povo, também foi feita a pergunta decisiva: "Que tens em tua mão?" a resposta foi: "Uma vara." E com ela se apresentou ante o Faraó do Egito para libertar da escravidão os israelitas.

Davi, o jovem pastor de ovelhas, respondeu à mesma pergunta: "Apenas uma funda para defender minhas ovelhas das feras que as querem arrebatar." E com essa funda derrotou o gigante Golias, cuja armadura pesava 55 quilos, e sua lança 8 quilos.

Cristóvão Colombo respondeu: "Não tenho nada, nem barco, nem sextante, nem binóculo. Só tenho uma ideia fixa, e continuarei batendo às portas e corações até que me escutem." A ideia se transformou em ação, e assim é que hoje podemos desfrutar da maravilhosa terra do continente americano.


Poderíamos passar em revista todos os homens e mulheres que têm prestado sua contribuição maior ou menor à humanidade, e veríamos que, sem exceção, usaram com fé e perseverança o que tinham em suas mãos. Essa pergunta é feita a cada um de nós. Como estamos respondendo?

Jovem secretária, que tens em tua mão? Apenas uma máquina de escrever? Usa-a para fazer bem teu trabalho, de tal modo que te faças necessária.
Jovem agricultor, que tens em tua mão? Apenas um arado? Usa-o para produzir nobre colheita, nunca algo que possa prejudicar o próximo, e serás respeitado.
Jovem mecânico, que tens em tua mão? Apenas uma caixa de ferramentas? Usa-a de modo eficiente e honrado, e conseguirás a gratidão e o apreço dos demais.

Lembremo-nos que estamos construindo um caráter e decidindo nosso destino com as pequenas ações de cada dia, com o uso daquilo que temos na mão. Aproveitaremos ao máximo nossa oportunidade?
Paulo R. Gomes, Advogado, in Revista O ATALAIA - Intérprete dos Tempos, Setembro de 1979, Casa Publicadora Brasileira.



SE A MÃO DE DEUS TOCAR EM MIM