sábado, 14 de fevereiro de 2015

O  A*M*O*R  É  Isto!

            19.03.1920, às 9 da manhã
            
            Meu querido amorzinho

            Parece que foi remédio santo escrever-te (...). A seguir fui-me deitar, sem esperança nenhuma de adormecer, e o facto é que dormi umas 3 ou 4 horas a fio - pouca coisa, mas não imaginas a diferença que me fez. Sinto-me muito mais aliviado, e, embora a garganta ainda arda e esteja inchada, o facto de o estado geral ter assim melhorado quer dizer, creio bem, que a doença vai passando.
            Se as melhoras se acentuarem rapidamente, talvez ainda hoje mesmo vá ao escritório, mas sem me demorar muito; e então eu próprio te entregarei esta carta.
            Espero aí poder ir; tenho certas coisas urgentes a tratar que posso dirigir aí do escritório, embora não vá eu em pessoa, mas que aqui me é impossível tratar.
            Adeus meu anjinho bebé. Cobre-te de beijos cheios de saudades o teu, sempre, sempre teu,
            Fernando

(Cartas de Amor de Fernando Pessoa, organização de David Mourão-Ferreira)


CARTAS DE AMOR

Todas as cartas de amor são ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem ridículas.

Também escrevi em meu tempo cartas de amor, como as outras,
ridículas.

Mas, afinal, só as criaturas que nunca escreveram cartas de amor,
é que são ridículas.


Quem me dera no tempo em que escrevia sem dar por isso,
cartas de amor ridículas.

A verdade é que hoje as minhas memórias dessas cartas de amor,
é que são ridículas.

(Todas as palavras esdrúxulas, como os sentimentos, são naturalmente ridículas).


Álvaro de Campos (Fernando Pessoa)


NAVEGAR É PRECISO, CASAR TAMBÉM!!!

Casamento! Seu fim já foi anunciado inúmeras vezes, mas ele continua na moda. Veja aqui por quê, para quê e com quem casar

Na década de 60, surgiu um movimento mundial que deu um grito de guerra contra todos os regulamentos, valores e princípios que queriam servir de parâmetros ao comportamento humano.
A escola de Summeril, fundada por psicólogos liberais (entre eles, O'Neill), foi a primeira a implantar um sistema aberto e liberal dos costumes, onde tudo era permitido. O resultado? A forma de pensar a liberdade já teve que ser reavaliada!
Os roqueiros e principalmente os hippies, com seus acampamentos apregoando a ideia de que é proibido proibir, já se encontram no passado. Não deu certo; as drogas acabaram com eles.
Os princípios que regem a natureza biológica do homem não podem ser desconsiderados, porque as consequências aparecem em seguida. No caso dos princípios morais, que regem a conduta humana, não seria a mesma coisa?
Hoje, há que retomar os valores e princípios antigos, seja por medo de doenças sexualmente transmissíveis, seja pela descoberta de que viver dentro dos parâmetros estabelecidos pela cultura é a melhor maneira de realização pessoal.


POR QUE CASAR

Nesse contexto, por que casar e estabelecer um lar? Vejo várias razões para isso:
- Primeiro, para manter a pureza do corpo e da alma, com prática sexual gratificante, ou seja, com respeito e amor.
- Depois, para promover a perpetuação da vida, através dos filhos, de forma responsável.
- Em terceiro lugar, porque o lar deve ser uma fortaleza contra os vícios, a imoralidade, e contra o mal.
- Em quarto, para propiciar um companheirismo que resulte em satisfação das necessidades psicológicas de ambos os cônjuges, inclusive afectivas.
- Em quinto, para tornar as pessoas realizadas, dar sentido à própria existência e complementar as carências quer de ordem emocional, quer espiritual.
- Por último, para que o lar, como um templo do saber, prepare seus membros para o lar celestial.
De facto, o lar tem sua razão de ser. Afinal, a busca do companheiro é uma necessidade arreigada no fundo de cada ser humano. O homem e a mulher sentem falta de complementação.

(pode clicar nas imagens para as aumentar)

O QUE LEVAR EM CONTA

Mas por que muitos casamentos estão fracassando? O casamento não supre uma necessidade humana? Creio que é porque existe hoje uma inversão de valores em todos os níveis. A mentalidade humana resiste aos princípios estabelecidos para reger o casamento.
Entretanto, se forem levados em conta alguns critérios na hora de fazer a escolha do companheiro, as chances de sucesso serão bem maiores.
Primeiramente, quanto menos diferença houver entre os dois, tanto melhor. Mesmo assim, é preciso lembrar que no casamento há necessidade de esforço de ambos, para se conseguir a felicidade através do ajustamento. Cada um cede um pouco de si, para o benefício dos dois. Só assim será possível chegar a um denominador comum.

Outras sugestões que eu daria são as seguintes:
- Busque um companheiro(a) que tenha os mesmos valores espirituais que você.
- Verifique se o pretendido(a) é trabalhador(a); se tem ideais e se está procurando alcançá-los.
- Observe se suas famílias se correspondem, mais ou menos, nos aspectos social e cultural.
- Arranje alguém cuja idade e cultura não sejam muito diferentes da sua.
- Não case sem terem, ambos, sua profissão e emprego definidos.
- Antes de casar, definam a questão dos filhos.

É difícil estabelecer critérios fixos para serem seguidos numa questão tão séria. Mas muitos danos revelam que aqueles que se casam mais velhos, com trabalho definido e uma escolha realizada mais com a razão do que com a emoção, têm relações matrimoniais mais gratificantes e sentem-se mais felizes do que aqueles que se casam muito cedo, com o preparo profissional ainda em curso e com problemas financeiros.
A felicidade a dois não vem por acaso!... É fruto de esforço, paciência e construção conjuntos.
Uma das chaves da felicidade conjugal é pensar mais no outro do que em si mesmo. Amar é doar-se. É servir ao outro. Amar é pensar um no outro e ambos em Deus.
O domínio-próprio, o respeito, as pequenas atenções e o cuidado com a aparência física são outros requisitos para a felicidade; são metas a ser percorridas diariamente por quem quer encontrar a felicidade e realização no casamento.

Ofélia W. Zielak, Professora de Psicologia em São Paulo, Brasil, in Revista DECISÃO (Para a Família Viver Melhor), Ano 89, Nº 10, Abril, 1989, Casa Publicadora Brasileira.


Garanto, e muitas mais pessoas, que continuam como N*a*m*o*r*a*d*o*s.
E tal como a Rute da Bíblia, também ela era uma estrangeira, completamente desconhecida. Só que com uma forte ligação ao seu/nosso Deus, e isso pode fazer toda a diferença...

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O AMOR NÃO É ISTO!
TOCA E FOGE

Dantes as pessoas encontravam-se, agora andam aos encontrões. Esta é uma das minhas frases preferidas. Há muitos anos que a utilizo para expressar, num misto de desencanto e perplexidade, a confusão que sempre me fez ver muita gente a usar o sexo como desporto, ou permuta por atenção e companhia. Mesmo assim, aquilo a que os americanos chamam sport sex é ainda a forma mais inofensiva de o praticar num contexto não amoroso.
Mas pôr as coisas de uma forma tão clara e fria não é para povos pseudo-românticos de sangue quente com tendência para a lamechice como nós, latinos de gema, que pomos os olhos em alvo com excessiva facilidade e somos capazes de chamar ‘meu amor’ a uma pessoa que, por mero acaso, vá parar à mesma cama.
Será verdade que os homens amam o que desejam e as mulheres desejam o que amam? Durante muito tempo pensei assim, mas agora já nada me parece tão linear. Os homens desejam sempre, só amam muito de vez em quando. As mulheres amam muitas vezes, e por isso deixam-se levar pelo desejo, que também é o desejo de serem amadas.
Começar qualquer tipo de relação pelo sexo tornou-se comum, vulgar, vulgarizando o que para as mulheres tem muitas vezes uma aura de único e especial. Mesmo as mulheres sexualmente mais liberais que conheço, sofrem com relações cuja essência não ultrapasse a sexual. O chamado one night stand é ideal para os homens mas muitas vezes penoso para as mulheres, porque, para elas, o depois é igualmente importante.
A grande questão é que uma pessoa nunca sabe se o entendimento alquímico que nasce de uma ligação que se estabelece sem que se possa controlar, se quebra na manhã seguinte ou não.
Muitas vezes, por mais absurdo que pareça, o sexo acaba por afastar as pessoas. Há um mal-estar inerente entre duas pessoas que se desejam loucamente mas que se conhecem mal. É como se de repente começassem a fazer cerimónia uma com a outra. Os homens nem sempre sabem o que sentem pela mulher com quem estiveram, ao passo que as mulheres raramente sentiram apenas desejo carnal, ficando na expectativa de ver o que acontece a seguir. Sabem também que os homens odeiam qualquer tipo de pressão, mas se se dá o caso de eles não voltarem a ligar, ficam de algum modo decepcionadas.
É que, por mais à vontade que uma mulher se sinta, se um homem não mostra qualquer interesse ou desejo de voltar a vê-la, há sempre uma sensação de abuso. Até porque há quem escolha viver dessa forma, mas, pelo menos, eles pagam no fim!
O toca-e-foge pode fazer bem à pele e matar a urgência do desejo, mas não estou tão certa que também seja benéfico para a alma.

Margarida Rebelo Pinto in Jornal SOL, 8 dezembro 2006

"É ISSO QUE O POVO QUER?..."

Com tantos Conhecimentos e Informações que temos ou podemos ter (a Bíblia está cheia deles) parece-me pouca Sabedoria... E. E.